Nkisi Nkosi suas lendas, quem foi Nkosi, tradição Bantu Angola.


Nkisi Nkosi

É derivado da mesma família como Nkondi diferentemente composto é usado pelo Nganga durante a iniciação de noviços. O termo Nkosi se refere o leão Nkisi do Kongo Ocidental, Nkosi um ser grande é o Nkisi das contendas, Nkisi da guerra que rege as lutas, batalhas e brigas, divindade dos povos Bantu candomblé Angola.

É o Nkisi do ferro energia dos ferreiros e de todos que utilizam esse metal, força da natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes. O sangue que corre em nosso corpo é regido por Nkosi, considerado como um Nkisi impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar ele até pode passar esta imagem mas também sabe ser dócil e amável na vida em sua plenitude.

Os lugares consagrados a Nkosi ficam em ar livre na entrada das casas e terreiros, geralmente são feitas em forma de bigorna junto às árvores. Nkosi é representado também por franjas de palmeira ou dendezeiro desfiadas (conhecido como mariwô) são penduradas nas portas ou janelas, representam proteção cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis.

O culto a Nkosi é bastante difundido tanto no Brasil quanto na África, sem sua permissão e proteção nenhuma atividade útil tanto no espaço urbano como no campo podendo ser aproveitada. Nos dias de Kizomba Nkosi deve ser louvado logo após Pambu Njila, um ser voltado a porta abrindo caminho para os outros Minkisi (deuses).

Na África ele é representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal, a importância de Nkosi vem do fato de ser ele um dos mais antigos dos Minkisi, e também em virtude de sua ligação com os metais e aqueles que utilizam. Nkosi uma divindade histórica filho de Nzambi Mpungu, um dos mais velhos um temível guerreiro que brigava sem cessar.

Dessas expedições ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos, guerreou contra várias Cidades e as destruiu. Saqueou e devastou muitos outros Estados e possuiu as cidades, matou vários reis e comandantes, em uma dessas cidades Nkosi instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso usando ele mesmo o título de rei. 

Por razões que ignoramos Nkosi nunca teve o direito de usar uma coroa, apenas feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de miçangas dissimulando o rosto emblema de realeza. Foi autorizado a usar apenas um simples capacete de metal que lhe concedeu ser simbolicamente um soldado, até hoje sob o nome de Nkosi o rei guerreiro conhecido no Brasil pelos descendentes da  tradição do Angola trazidos por vários lugares.

Nkosi o mais enérgico dos filhos de Nzambi, Nkosi decidiu depois de numerosos anos ausente voltar para visitar seu filho. Infelizmente as pessoas da Cidade não celebravam o dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto, Nkosi tinha fome e sede viu vários potes de vinho de palma mas ignorava que estivessem vazios.

Ninguém havia respondido às suas perguntas, ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. Nkosi cuja paciência é pequena enfureceu, com o silêncio geral por ele considerado ofensivo começou a quebrar com golpes sabre os potes, logo depois sem poder se conter passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas.

Até que seu filho apareceu oferecendo as suas comidas prediletas como cães e caramujos, feijão regado com azeite de dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede os habitantes da Cidade cantavam louvores onde não faltava a menção. Satisfeito e acalmado Nkosi lamentou seus atos de violência e declarou que já conviveu o bastante, baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com barulhos assustadores.

Nkosi é o deus do ferro dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal: agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores, desde o início do século, os mecânicos, os condutores de automóveis ou de trens os reparadores de velocípedes e de máquinas de costura vieram juntar ao grupo de seus fiéis.

Nkosi é único mas dizem que ele é composto de sete partes, frase que faz alusão às sete aldeias hoje desaparecidas que existiam em volta das cidades. O número 7 é associado a Nkosi ele é representado nos lugares que lhe são consagrados por instrumentos de ferro em número de sete, catorze ou vinte e um pendurados numa haste horizontal também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha, símbolos de suas atividades.

Uma de suas comidas preferidas sem sombra de dúvida é o Inhame assado, mas deve-se lembrar e ressaltar que Nkosi também aceita o feijão preto. E nada melhor que agradar nosso Pai tão querido, que vai sempre a nossa frente abrindo todos os caminhos fechados e nos dando soluções, lhe oferecendo uma bela feijoada.

23 de abril o dia que se comemora a feijoada de Nkosi um evento imperdível! Nesta data celebra também o dia de São Jorge, Santo este que é cultuado na Umbanda e no candomblé em grandes Nações como Ogum.

Lembrando que após preparar a feijoada quando estiver pronta o primeiro prato a ser servido será de Nkosi, servido em um alguidar e colocado aos seus pés em forma de agradecimento.

É certo que os Nkisi pegam o axé de todos alimentos que oferecemos como oferendas, porém recebem de forma como um agradecimento ou até mesmo em forma de pedidos. Mas para cada oferenda oferecido devemos usar palavras de encantamentos como rezas, evocações e zuelar usar cantigas para nos aproximar quando precisar. Esses são os elementos essenciais e vitais para uma transmissão do axé com o nosso Nkisi 

Características do Nkisi: Nkosi.

Nkosi - Guerreiro impiedoso um Nkisi que não se deixa passar batido mas com um sentimento muito bom por aqueles que o ama, pode passar o tempo mas ele é de perdoar por aqueles que se arrepende do mal que fez. Caso seus filhos não arrependam-se de suas maldades ou esquecer de Nkosi ele pode se vingar.

Nkosi Mavambo - Usa contas azul escuro com vermelho, Nkosi Mavambo um Nkisi que contém energias de Pambu Njila agitado, instável, suscetível e manhoso mas um Nkisi jovem.

Dia da Semana: Terça Feira.
Cores: Azul escuro (Opaco).
Símbolos: Bigorna, faca, pá, enxada, o que vem a ser ferros em forma de ferramentas.
Elementos: Terra, estradas, fogo e ferro.
Domínio: Guerra, progresso, conquista e metalurgia.
Oferendas alimentos: Feijão preto, feijoada, inhame cozido e torrado com azeite de dendê com cebola.

Vídeo com mais explicação sobre Nkosi sua lenda e história, o mais guerreiro edição especial.

Nzambi Mpungu (Deus Supremo) o criador de tudo e de todos.

 
Nzambi Mpungu (Deus Supremo)

Nzambi apresenta como uma força criativa que estabeleceu a existência e o Universo, em algumas Nações acredita que este é o verdadeiro criador do Mundo o ser supremo. Deus possui muitos nomes sendo o mais antigo nos cultos do candomblé Angola como Nzambi Mpungu a palavra que permanece aquele que é absolutamente perfeito o supremo em todas qualidades e perfeição.

São atributos do ser supremo único criado, Deus onipotente transcendente Juiz e eterno. É considerado todo poderoso durável inalterável rocha que nunca morre. Não recebe cultos diretamente, porém sempre que uma divindade é cultuada a uma oração se inicia uma energia para que Nzambi Mpungu aceite o pedido. Provém todas as formas e manifestações de vida, foi Nzambi quem criou os Jinkisi e Minkisi (deuses e deusas), forças sobrenaturais que habitavam o céu e se concretizaram associados às forças da natureza e seus elementos.

Manifestando através desses espíritos e todos os planetas e astros existentes no Universo ele é o criador de tudo e de todos. Tais denominações são influencias das nações africanas que chagaram ao Brasil durante o período da escravidão, Nzambi é infinito tem todas as perfeições em sumo e ilimitado grau. A natureza é um conjunto indivisível no qual tudo está contido a totalidade do Universo está presente em todas as partes em todos os tempos que possam ser considerados.

Existe uma interação completa e misteriosa entre todos os elementos do Universo, essa interação une o Universo numa única totalidade. Tudo que ocorre em nosso pequeno Mundo se move com a imensidão cósmica como se cada parte de qualquer Mundo considerando um pedaço do grande Universo. Concluímos que são uma única e a mesma coisa, cada região do espaço por menor que seja contém a configuração completa do conjunto.

O que acontece no Ixí (Terra) é ditado por todas as hierarquias das estruturas do Universo. Conta uma lenda que no princípio dos tempos existiam dois Enzas (Mundos), Céu espaço sagrado dos Nkisi, e o Ixí espaço dos seres vivos, no Ixí primitivo só existia água. Um dia Nzambi resolveu recriar o espaço para a humanidade que também o criaria, incumbiu seu filho primogênito Lembá Dilê (o nome mais sagrado) entregar a execução dessa tarefa, lhe entregou uma cabaça contendo ingredientes especiais a Terra escura inicial, a galinha de cinco dedos, uma pomba e um camaleão.

A Terra escura deveria ser lançada sobre a imensidão das águas a galinha de cinco dedos deveria ir ciscando a Terra para crescer o mais que pudesse, a pomba ao voar orientaria a extensão da Terra expandida e criaria o ar, e o camaleão atento a tudo observaria a execução da tarefa atribuída a Lembá para reportar os fatos a Nzambi. Com seu cajado e a cabaça da criação Lembá iniciou sua caminhada do Enza (Céu) para o Ixí (Terra).

Passou por Pambu Njila e não pagou as oferendas devidas mesmo tendo consultado Ifá (oráculo do destino) e sabendo do que devia fazer. Em consequência disso no meio do caminho Lembá se sentiu cansado e com sede ele parou para descansar, bebeu um pouco de vinho da palmeira do dendezeiro e embriagado adormeceu. Seu irmão caçula Nkassuté (mais um nome da família de Nzambi) o seguiu recolheu a cabaça da criação e levou a notícia do ocorrido a seu pai Nzambi, pedindo a ele que o deixasse cumprir as tarefas do seu irmão aquela tarefa de grande importância e Nzambi concordou.

E enquanto Lembá dormia Nkassuté criou a Terra dos seres vivos depois da galinha ciscar a Terra a pomba orientar a expansão do ar e o camaleão que deu origem ao elemento o fogo, a tarefa foi cumprida surgindo a criação da Terra firme. Lembá vendo o Mundo pronto mostrou um grande arrependimento do seu ato de irresponsabilidade perante a Nzambi. Para não se sentir tão humilhado Nzambi lhe deu um ato supremo de inspiração dar a Lembá uma tarefa de tanta importância quanto a primeira, criar o homem que habitaria a Terra.

Lembá usou o barro a água para esculpir bonecos inanimados de todas as formas e de todas as cores. Nzambi soprou nas narinas dos bonecos de barro trazendo o nascimento da vida humana, criando todos os seres viventes na Terra. Esse sopro da vida é chamado de Muenhu no candomblé Angola, neste momento estavam criados a Terra e o inicio da humanidade.

Mikaia a mãe de todos e dos grandes Oceanos.

 
Mikaia

Nkisi feminino das águas salgadas do Oceano do mar, cultuado no candomblé Angola Bantu. Mikaia senhora das águas, deusa do mar nível mitológico das sereias das grandes mães mitológicas. Juntamente com Ndandalunda se tornam a mãe da aguá, andam neste caminho Nkukueto e até Kissanga (que também é uma sereia), criou os Jinkisi e Minkisi com Nzambi Mpungu.

Nas histórias dizem que Mikaia foi liderada junto com Lembá Dilê e tiveram dez filhos, por amamentar a todos ficou com os seios enormes, impaciente e cansada ela saiu rumo ao oeste e conheceu as grandes terras no Mundo. Envergonhada de seus seios Mikaia pediu a Nzambi que nunca a ridicularizasse, ele concordou porém um dia começou a gracejar sobre seus enormes seios, entristecida Mikaia fugiu.

Desde o nascimento da Terra ela carregava uma garrafa com uma poção que sua mãe lhe deu para casos de perigo. Durante a fuga Mikaia caiu quebrando a garrafa de poção e fez se transformar em um grande rio cujo leito que seguia para o mar. Antes do ocorrido Nzambi que não queria perder Mikaia, transformou grandes montanhas para barrar o curso das águas, Mikaia pediu ajuda ao filho Nzazi e com um raio partiu a montanha ao meio permitindo assim que o rio seguisse para o Oceano.

A majestade dos mares senhora dos Oceanos sereia sagrada, Mikaia é a rainha das águas salgadas considerada como mãe de todos Jinkisi e Minkisi e protetora da família. Chamada também como a deusa das pérolas Mikaia é aquela que apara o Mutuê (cabeça) dos bebês no momento do nascimento.

Essa força da natureza também tem um papel muito importante em nossas vidas, ela que vai reger nossos lares e nossas casas. É Mikaia que vai dar o sentido da família a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto, ela é a geradora e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos transformando num grupo coerente.

Mikaia que proporcionará boa pesca nos mares regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Mikaia é a onda do mar o maremoto a praia em ressaca a marola, Mikaia quem controla as marés ela quem protege a vida no mar.

Dia da Semana: Sábado.
Data: 2 de fevereiro.
Metal: prata e prateados.
Cor: transparente.
Partes do corpo: Mutuê (cabeça) inconsciente e equilibro mental cérebro (comanda o corpo).
Comidas oferendas: Milho branco, arroz, manjar branco com leite de coco e açúcar, acaçá branco, peixe de água salgada e bolo de arroz.

Os quatro elementos a ligação com o Nkisi no candomblé.

O PODER DO IXÍ (TERRA).

A Terra corresponde à figura da grande mãe e ao mesmo tempo como fonte de vida e de ameaças, dela provém os seres vivos para ela que estes retornam. É também chamada de princípio passivo ou feminino. Segundo os mitos sobre o surgimento do Mundo foi o Céu que fecundou a Terra não poderíamos existir da forma que somos sem a Terra. O nosso planeta é simplesmente uma manifestação deste elemento.

A verdadeira energia da Terra existe também dentro de nós em todo o Universo. No candomblé Angola a Terra e os elementos são essencialmente associados aos Jinkisi e Minkisi: Nkosi, Kaviungo, Nzumbarandá, Mutakalambô e Katendê que enfatizam questões sobre ecologia e saúde.

Nkosi - Trás o lado da terra e tem uma personalidade impaciente obstinada e agressiva. É considerado o deus da guerra e da tecnologia, sabendo trabalhar com o metal para a fabricação de máquinas e armas.

Kaviungo - Representa os aspectos negativos da vida e tem uma personalidade tímida e vingativa. É considerado o deus das epidemias e das doenças da pele, conhecendo os mistérios da morte do renascimento e da cura. É considerado o dono das terras pelas coleitas e do plantio.

Nzumbarandá - Representa o poder autoritário e rigoroso de um Nkisi considerado a mais velha de todos. Tem uma personalidade vingativa e mascarada considerada a deusa da lama e dos pântanos. Está constantemente associada há fertilidade às doenças e à morte.

Mutakalambô - O criador das florestas antigas, só admite a caça se for para alimento. Tem uma personalidade intuitiva e emotiva é considerado o deus da caça o protetor dos animais, o patrono do Candomblé Angola.

Katendê - Tem o conhecimento dos segredos das florestas e plantas para fins curativos. Tem uma personalidade instável e emotiva, considerado o deus das folhas, ervas medicinais conhecendo seus poderes para a vida e saúde.

O PODER DA ÁGUA.

No candomblé Angola á água é essencialmente associada aos Jinkisi e Minkisi: Dandalunda, Hongolo e Mikaia que estão diretamente ligados à saúde física ou mental, à fertilidade e abundância.

Dandalunda - Representa o feminino passivo o amor a fecundação e a gravidez. Tem uma personalidade maternal vaidosa e tranquila, considerada a deusa das águas doces do ouro e do jogo de búzios.

Hongolo - Representa o pacto entre os deuses e os homens é um Nkisi masculino. Tem uma personalidade sensível e tranquila é considerado a serpente mais venenosa.

Mikaia - A grande mãe que devido ao seu amor e compreensão não vê os defeitos de seus filhos. Tem uma personalidade maternal complacente e protetora, considerada a deusa dos mares e oceanos por ser a mãe de todos os Jinkisi e Minkisi (deuses e deusas), simboliza a maternidade acolhe todas a crianças rejeitadas.

O PODER DO FOGO.

No candomblé Angola o fogo é especialmente associado aos Nkisi: Pambu Njila, Matamba e Nzazi, que estão relacionados com qualquer processo de transformação.

Pambu Njila - É o emissário responsável pela comunicação deste Mundo com os deuses e deusas. Tem uma personalidade atrevida, agressiva e temperamental considerado o guardião da porta da rua e das encruzilhadas, sendo que só através dele é possível invocar os outros Nkisi.

Matamba - Uma guerreira ativa ela tem uma personalidade impulsiva, imprevisível e perspicaz considerada a deusa dos ventos e das tempestades, sendo a senhora dos relâmpagos considerada dona da alma e dos mortos.

Nzazi - Resolve as questões de justiça e não dá descanso aos que mentem e aqueles que cometem crimes ou injustiças. Tem uma personalidade atrevida e prepotente, considerado o deus do fogo e do trovão, violento e justiceiro ele castiga todos os mentirosos e protege os advogados e juízes.

O PODER DO AR.
 
Lembá Dilê - No candomblé Angola o ar é essencialmente associado á Nkisi Lembá Dilê, embora outros Jinkisi e Minkisi pertençam a este elemento, geralmente envolvido com questões de ética e de bom caráter. Lembá é o Nkisi que trás o princípio simbólico de todas as coisas sendo inabalável na sua autoridade e extremamente generoso na sua sabedoria. Tem uma personalidade equilibrada, tolerante, obstinada e independente considerado o deus da criação, criou a humanidade e gerou muitos Jinkisi e Minkisi.

Nkisi Kaviungo e Nkisi KongoLuande suas histórias e lendas.

 
Kaviungo 

É considerado junto à sua mãe Nzumbarandá o Nkisi da morte é aquele que faz a transição do espírito que desencarnou é o responsável pela morte dos enfermos. Em época de várias mortes com varíola foi responsabilizado pela morte de milhões de pessoas, sendo conhecido como o Nkisi da varíola.

É considerado o responsável pela passagem dos espíritos do plano material para o espiritual, seus filhos são sérios, quietos, calados alegres de vez em quando, ingênuos demais porém espertos e observadores e um tanto teimoso. Seus filhos agem como pessoas idosas são lentos e tem hábitos de pessoas muito velhas, seus filhos também tem muitos problemas de saúde.

Mas assim como Kaviungo pode trazer a doença ele também leva os devotos que lhe atribuem curas milagrosas realizando oferendas de pipocas (deburu) em sua homenagem, ou jogando sobre o doente como descarrego. Em alguns Nzo (terreiros) a pipoca são estouradas em uma panelas com areia da praia aquecida lembrando a relação desse Nkisi com Mikaia.

Conta a história que Kaviungo muito doente foi abandonado em um rio perto da praia por sua mãe Nzumbarandá por ele ter nascido com grandes deformidades na pele. Mikaia o criou como filho adotivo o curou das doenças, seu amor materno por ele foi tão grande que ela o criou como seu próprio filho.

Por isso são realizadas oferendas a Kaviungo nas areias das praias do litoral brasileiro, vestido com palha da costa e com contas nas cores preta e branca, Kaviungo aprecia muito o toque Kongo (toques Muzenza) enquanto segura em suas mãos oxaxará um instrumento ritual também feito de palha da costa e recoberto de búzios. Em alguns momentos da dança Kaviungo espanta os Nvumbis (espíritos dos mortos) e afasta as doenças com seus movimentos.

Kaviungo também possui uma relação com Matamba e direciona os Nvumbis para o seu reino junto a Nzumbarandá e Hongolo, eles formam a família Daoméia, costuma ser reverenciado toda segunda feira. Kaviungo e Kongoluande são os reis da terra,  a sua vestimenta é feita de ìko uma fibra de ráfia extraída da palha da costa elemento de grande significado ritualístico usado principalmente em rituais ligados à morte e o sobrenatural sua presença indica que algo deve ficar oculto.

Compostos de duas partes o filá e o azé a primeira parte a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha da costa acrescido de palhas em toda sua volta que passam da cintura o azé. Sua roupa de palha é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos outros acima dos joelhos, por baixo desta saia vai uma espécie de calça também chamado calçolão em que oculta o mistério da morte e do renascimento.

Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir com ìko e cauris revela sua importância e ligação com a morte sua festa comemorativa são realizadas anualmente, chamada de Kukuana que se inicia em todo mês de Agosto.

Filho de Nzumbarandá no Brasil a sua origem forma nome e culto na África é bastante variado de acordo com a região, essa variação de nomes em conformidade com a região em alguns lugares se misturam em outros como deuses distintos e confundidos até com Nzumbarandá, o seu parentesco familiar são com Hongolo e Tempo.

Seu irmão mais novo tem suas histórias relacionado no candomblé Angola a palavra KongoLuande quer dizer: "filho do senhor", já Kaviungo significa "dono da terra". Divindades cultuados no candomblé Angola sendo que Kaviungo se refere a forma velha do Nkisi, KongoLuande se refere a forma de um Nkisi jovem.

Kongoluande é o símbolo do senhor das terras, médico e senhor das epidemias e deus da bexiga. Corresponde a pele e assim castiga com as doenças de pele como: dermatose, varíola, lepra e etc. Como estas doenças começam com vômitos tem sob guarda as plantas estomacais e depurativas. 
As pústulas das doenças são consideradas vulcões, assim como a panela de barro emborcada nos assentamentos simboliza a marca deixada pela doença.

Características dos Nkisi: Kaviungo e KongoLuande.

Kaviungo - Dono das terras e do plantio trás grandes farturas de alimentos sobre a Terra e para uma boa coleita, suas cores preto e branco usa palha é o mais velho.

KongoLuande - É jovem trás a saúde mas também as doenças, veste preto, vermelho e branco e usa palha.

As kijilas: São tangerina, abacaxi e caranguejo.
Suas saudações: Kaviungo mateba kukala kuíza (O pai da ráfia está chegando eu te saúdo)! Kiuá Nsumbo! Pembelê Tatetu Kikongo! (Salve eu te saúdo!).
Dia da semana: Segunda feira.
Suas cores: KongoLuande preto, vermelho e branco, Kaviungo cores branco e preto.