Lembá Dilê, Nkassuté Lembá, Nkisi da criação.

Lembá Dilê

Foi o primeiro Nkisi criado por Nzambi Mpungu, o mais Nkakulu (velho) conectado à criação do Mundo. Sua cor é o branco todas as histórias que relatam a criação do Mundo passam necessariamente por Lembá Dilê que foi o primeiro Nkisi concebido por Nzambi Mpungu e encarregado de criar não só o Universo como todos os seres, todas as coisas que existiriam no Mundo.


A maior interdição de Lembá é de fato o azeite de dendê que jamais deve macular as suas roupas os seus objetos sagrados e muito menos o seu Mulele Ndele (Alá branco). O Mulele Ndele representa a própria criação está intimamente relacionado com a concepção de cada ser é a síntese do poder e criador masculino.


A sua função primeira já remete ao seu significado profundo ação de cobrir não evoca somente proteção e zelo denota atividade masculina. Nas festas (kizombas) de cerimônia no Nzo Lembá é homenageado por último porque ele é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade o único Nkisi que reside em todos os seres humanos.


Todos são seus filhos e todos nós somos irmãos já que a humanidade vive sob o mesmo teto o grande Mulele Ndele que nos cobre e protege. Nkassuté Lembá o senhor do Mulele Ndele (Alá branco), ele é o senhor ligado a criação com seu irmão Lembá Dilê, embora também se manifeste como um guerreiro audaz Nkassuté Lembá traz em seu caminho a representação de muitos tempos passados e eternos.


Características dos Nkisi: Lembá Dilê e Nkassuté Lembá.

Lembá Dilê - Velho e sábio foi o primeiro Nkisi criado por Nzambi Mpungu, conectado à criação do Mundo sua cor é o branco ligado a Mikaia. Um núcleo de sacerdotes ligados ao culto do Nkisi os dignitários portadores de títulos que fazem parte do corte desse rei tão respeitado por ser o mais velho.


Nkassuté Lembá
- Um guerreiro ganhou o título de guerreiro de batalhas uma de suas características e o gosto pelo inhame pilado que lhe valeu o apelido de guerreiro.


Saudação: Pembelê Lembá (Eu te saúdo Lembá).
Dia da Semana: Sexta feira.
Cores: Branco leitoso.
Simbolo: Opáxoró.
Elementos: Atmosfera e Céu.
Domínios: Poder procriador masculino, criação, vida e morte.

Kota Rifula, Acaça, Acarajé, e como preparar os alimentos do Nkisi.

Kota Rifula

Cozinhar e os truques entre a inversão e a recreação onde o tempo não para a comida e o comer ocupam um lugar fundamental na vida do Nzo (terreiros) do candomblé Angola. Isso aparece explicando de várias formas, através de uma visão muito ampla onde ela é conhecida como a força vital energia e o princípio criativo e doador, na comida se encontra a energia máxima de uma oferta.

Mas acima de tudo ela é a força que fortifica os ancestrais é um meio de veículo através do qual grupos humanos e civilizações se sustentaram durante milênios fazendo contato com o sagrado. No Nzo a chamada comida do Nkisi obedece a prescrições complexas construídas ao longo do tempo e redefinidas a cada momento de acordo com a função que deve desempenhar ou à realidade que deseje instaurar ou dialogar.

Tudo isso é expresso nas múltiplas maneiras e diferentes modos de preparar fazer ou de tratar os ingredientes. Nesse processo de diferenciação em que os ingredientes na sua grande maioria são os mesmos, muda a forma de ritualizar a elaboração o cuidado e tratamento. A maneira de lidar com o mesmo ingrediente, sentido impresso e invocado através das palavras de encantamento cantigas e rezas.

Falar sobre esta comida em relações dentro de um espaço em um momento que consiste em uns dos nossos principais desafios. Enfrentar o que tentamos fazer sob o título: a cozinha, o Nkisi e os truques entre a invenção e recriação onde o tempo não pode parar. O segredo desta culinária é comandado por uma guardiã da cozinha Kota Rifula (responsável em preparar comidas sagradas).

Aquela que muito faz e pouco fala, quando fala da sacerdotisa da comida as formas mais antigas de transmissão do conhecimento trazida pelas diversas etnias africanas vão ser evocadas a observação e a convivência. O mestre dos mestres será mais uma vez chamado o tempo, conhecimento ritual, respeito a criatividade e o comando apresentam como o perfil da Kota Rifula.
Orientam à sua escolha mesmo que hoje em novos tempos poucas são as mulheres que se disponham ao cargo, não pelo gosto mas pelas funções assumidas por ela na sociedade.

A imagem da Kota Rifula apresentada por sacerdotes remonta aos primórdios quando Nzambi Mpungu entregou o poder de criar e de tudo transformar às grandes Mães. A velha que cozinha divide assim com o poder ancestral feminino esta força assim como todas as mulheres, recair sobre ela o tabu da impureza que reflete as relações de poder as tensões entre o homem e a mulher expressas em alguns mitos da sociedade do candomblé Angola.
Acaça

Uma comida ritual do candomblé e da cozinha da Bahia, feito com milho branco ou vermelho, precisa ficar de molho em água de um dia para o outro e depois passado em um moinho para formar a massa que será cozida em uma panela com aguá sem parar de mexer até ficar no ponto.

Deve adivinhar quando a massa não dissolver pingada em um copo com aguá, ainda quente pequena porções da massa devem ser embrulhadas em folha de bananeira já limpa na aguá e passada no fogo, cortada em pedaços de igual tamanho para ficar tudo harmonioso.

Colocar a folha na palma da mão esquerda e colocar a massa, com o polegar dobrar a primeira ponta da folha sobre a massa, dobrar a outra ponta cruzando por cima e virando para baixo fazendo o mesmo do outro lado. O formato que resulta é o de uma pirâmide retangular.

O preparo do acaça com a farinha de milho branca oferece para todos Nkisi, a farinha de milho amarela oferece para Exús e as Pomba Giras.
Acarajé

Comida ritual para Nkisi Matamba, na África é chamado de akará que significa bola de fogo, no Brasil foram reunidas as duas palavras numa só acarajé ou seja comer bola de fogo.

O acarajé o principal atrativo no tabuleiro é um bolinho característico do Candomblé. Mesmo ser vendido num contexto profano o acarajé ainda é considerado pelas baianas uma comida sagrada. Por isso a sua receita embora não seja secreta não pode ser modificada e deve ser preparada no Nzo apenas pela Kota Rifula, feito para oferecer a Nkisi Matamba.

O acarajé é feito com feijão fradinho que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na aguá para soltar a casca. Após retirar toda a casca passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. Essa massa acrescenta cebola ralada e um pouco de sal, o segredo em preparar o acarajé ficar macio o tempo que se bate a massa.

Quando a massa está no ponto fica com a aparência de espuma, para fritar use uma panela funda com bastante azeite de dendê ou azeite doce. Normalmente usa duas colheres para fritar, uma colher para pegar a massa e uma colher de pau para moldar os bolinhos. O azeite deve estar bem quente antes de colocar o primeiro acarajé para fritar. 
O primeiro acarajé sempre é oferecido a Pambu Njila pela primazia que tem no candomblé.

Nzumbarandá, a mais velha e mais temida.

Nzumbarandá
 
Nzumba a mais velha dos Nkisi e da iniciação da natureza na Terra, tem relação com a lama roxa que aparece nos barrancos em dias de chuva. Lendas contam que Nzumbarandá era a rainha de um povo e que tinha poder sobre os mortos. Queria ter o poder de Lembá Dilê mas ele não ligava para ela, Nzumbarandá então fez um feitiço para ter um filho mas tudo aconteceu de errado com ela por causa do feitiço o seu filho Kaviungo nasceu todo deformado. 

Horrorizada Nzumbarandá jogou seu filho no mar para que morresse, com castigo pela crueldade Nzumbarandá engravidou de novo, Nzambi Mpungu (Deus Supremo) disse que o filho seria lindo mas se afastaria dela para correr o Mundo, assim nasceu Hongolo que durante a sua existência viveria na Terra como uma cobra que se arrastaria no chão pelos quatros cantos do Mundo.

Nzumbarandá proprietária de um cajado, Nkisi de água parada que mata uma cabra sem usar faca, é considerada um Nkisi mais antiga do Mundo. Quando Nzambi Mpungu chegou aqui para frutificar o Ixí (Terra) ela já existia, Nzumbarandá desconhece o ferro se trata de uma Nkisi da pré história, anterior a idade do ferro. 

O termo Nzumbarandá um Nkisi de cultos e tradições com rituais no candomblé Angola. Nzumbarandá é a força da Natureza que o homem mais teme ninguém quer morrer! Ela é a senhora da passagem desta vida para outra comandando o portal mágico a passagem das dimensões.
Nas histórias Nzumbarandá era esposa de Nkosi e ocupava o cargo de juíza só julgava os homens, sendo muito respeitada pelas mulheres eram consideradas como deusas.

Ela morava em uma bela casa com jardim, quando alguém apresentava alguma reclamação sobre seu marido ela amarrava a pessoa numa árvore e pedia aos nvumbis para assustá-los. Uma outra lenda registra em uma reunião os Nkisi aclamaram Nkosi como o mais importante deles do que Nzumbarandá, não se conformando em ser derrotada por ele assumiu que não mais usaria os utensílios de metal criados pelo Nkisi guerreiro (escudos e lanças de guerra, facas e setas para caça e pesca). 

Por isso que ela não aceita oferendas em que apresentem objetos de metal ou ferro. Nzumbarandá se tornou uma Nkisi mais temidas tanto que em algumas tribos quando o seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão. Senhora das doenças cancerígenas está sempre ao lado do seu filho Kaviungo ela é protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais.

Dia da Semana: Sábado.
Cores: Branco com traços azuis, roxo.
Símbolo: Bastão de hastes de palmeira.
Elemento: Terra, água, lodo.
Domínios: Vida e morte, saúde e maternidade.

Katendê o senhor e dono das Nsabas (folhas).

 
Katendê o senhor das Nsabas folhas sagradas 
 
Senhor das alquimias divina, senhor da vida das florestas às vezes também entendido como uma senhora mas em geral um Nkisi masculino. Fundamental sua importância e detém o reino o poder das plantas e folhas. Imprescindíveis nos rituais, obrigações e assentamento de todos os Jinkisi e Minkisi através dos banhos feitos de ervas.

Suas folhas estão relacionadas com a cura, Katendê também está vinculado à medicina por guardar na sua floresta a magia da cura para todas as doenças dos homens, contida nas virtudes de todas as folhas. A cura é invocada no caso de doença com o auxílio de KongoLuande divindade do ar livre que governa toda a floresta juntamente com Mutakalambô.

Katendê e Mutakalambô possuem inúmeras afinidades ambos são deuses do mesmo espaço da floresta, do mato, das folhas são grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata e da Terra. Dono do mistério das folhas e seu emprego medicinal e sua utilização mágica, dono do axé (força, poder, fundamento, vitalidade e segurança). Katendê teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. 

Dizem as histórias que Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo e possui um olho pequeno e o outro grande e tem uma orelha pequena e a outra grande. Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Katendê que segundo dizem possui uma única perna. Não pode confundir Katendê com Aroni, ele é apenas um protetor das florestas (um guardião). 

Katendê um Nkisi de grande fundamento que possui uma só perna porque a árvore ela é a base de todas as folhas e possui um só tronco. As áreas consagradas a Katendê no candomblé Angola não são jardins cultivados de maneira tradicional, mas sim os pequenos recantos onde só os sacerdotes como Tata Nsaba (Consagrado a todas as funções ligada as folhas), pode entrar nas quais as plantas crescem da maneira mais selvagem possível.

Graças a esse domínio Katendê é figura de extrema significação, praticamente todos os rituais importantes utilizam de uma maneira ou de outra o sangue escuro que vem dos vegetais seja em forma de folhas ou infusões para uso externo ou de bebida ritualística. Quando o Tata ou Mametu, penetram no reino de Katendê para fazerem as colheitas das ervas sagradas para os banhos e defumações, devem antes pedir a Katendê permissão para tal tarefa. 

Se não fizerem com certeza todas as folhas que retirarem de seu reino não terão o axé e magias que teriam sem pedir a sua permissão. Até dependendo do caso como alguns entram em seu reino zombando e sem firmeza na cabeça, suas ervas poderão agir ao contrario causando muitos distúrbios daqueles que zombarem de seu reino e faltarem com o devido respeito ao seu domínio.

Junto á planta cortada deixar sempre uma pequena oferenda de algumas moedinhas e um pedaço de fumo de corda com mel, assim assegurando que a vibração básica da folha permaneça mesmo depois ter sido afastada da planta e portanto do solo que a vitalizava. As folhas e ervas de Katendê depois de colhidas são esfregadas, espremidas e trituradas somente com as mãos e não com pilão ou outro instrumento. Esse era seu jeito de trazer energia pura das folhas, Katendê deixa seu axé em tudo que se usa de suas fontes de energias que são as folhas sagradas.

Dia da Semana: Quinta-feira.
Cores: Verde e branco.
Símbolos: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo.
Elementos: Floresta e plantas selvagens.
 
Domínios: Medicina e liturgia através das folhas.

Fios de conta, cores do Nkisi culto no candomblé Angola.

 
Fio de conta

São colares normalmente feitos de miçangas coloridas de acordo com cada Nkisi, cada fio de conta tem um significado através do fio de conta é que se pode saber o grau de iniciação de uma pessoa no candomblé em que Nação pertence. Nunca é feito com fio de nylon, é sempre feito com cordonê (cordonê é um fio feito de puro algodão), serve para absorver o Axé do Maionga ou da Menga (Menga sangue oferecido no sacrifício de animais), (Maionga feito de folhas sagradas que é submetido e outros fundamentos, banho de purificação).

Pode ser chamado de fio de conta desde um fio único de miçanga até um colar com vários fios presos por uma ou várias firmas e búzios. A quantidade de fios pode variar de uma Nação para outra na correspondência de cargos e pode ser feito de gomos intercalados com firmas. Na mitologia do candomblé Angola os colares de conta aparecem como objetos de identificação dos fiéis aos Minkisi e Jinkisi (deuses e deusas) e o seu recebimento como um momento importante nessa vinculação.

De acordo com o mito a montagem a purificação e a entrega dos fios de conta constituem momentos fundamentais no ritual de iniciação dos Monas Nkisi, os quais em diante além de unidos estão protegidos pelo Nkisi, feitos com contas de diferentes materiais e cores, esses fios apresentam uma grande diversidade e podem ser agrupados por tipologias de acordo com o uso e significados
 que têm no culto.

Assim acompanham e marcam a vida espiritual do fiel desde os primeiros instantes da sua iniciação até à suas cerimônias fúnebres. Como nos momentos da montagem e do recebimento, também a ruptura é significativo entretanto o rompimento do fio de conta, pode indicar que há um mau presságio que assusta e preocupa o indivíduo e a comunidade, pode ser o início de um novo ciclo um recomeço um momento de viragem que pede um novo fio.

Dos primeiros fios simples ascéticos e rigorosos às contas mais livres exuberantes, complexas e personalizadas que a pessoa vai produzindo ou ganhando ao longo do tempo, delineia com o caminho de cada um na sua vinculação ao Nkisi e à comunidade do Nzo (terreiro).

Desta maneira mais do que a libertação do gosto particular as transformações nos colares revelam o conhecimento adquirido pela pessoa e sua hierarquia religiosa. De tal modo que um leigo pode passar despercebido por um fio de conta ou ver apenas como um adorno, enquanto um iniciado na cultura do candomblé Angola o tomará como um objeto pleno de significados que pode ser lido e no qual é possível identificar a raiz.

O Nkisi do Mutuê (Pai ou Mãe da cabeça) e o tempo de iniciação entre outros dados da vida espiritual de quem o usa.
Dos rituais secretos e espaços fechados no culto ao Nkisi, os fios de conta ganharam o Mundo e adquiriram novos usos, da África vieram para o Brasil e para todo o Mundo á onde o candomblé Angola se tem difundido.

Pode ser chamado fio de conta desde um fio único de miçanga até a um colar com vários fios presos por uma ou várias firmas e búzios. A quantidade de fios e cores podem variar de uma nação para outra na correspondência de cargos. Na hierarquia do candomblé Angola toda pessoa que entra para a religião iniciante, será uma Muzenza e assim permanecerá até que se inicie a feitura o batismo para se tornar um Mona Nkisi.

O Muzenza só é permitido o uso de três fios de conta simples de um fio só com uma firma e búzios fechado no cordonê, outro na cor branco leitoso que corresponde a Lembá Dilê, outro na cor do Nkisi da pessoa, quando identificado e confirmado por um Tata ou Mametu, e uma outra na cor do Nkisi do seu Tata ou Mametu da casa, desta forma pode saber que a pessoa é uma Muzenza e qual rege o seu Nkisi.

As cores correspondentes dos fios de conta de cada Nkisi, cores pertences no candomblé Angola.

Pambu Njila - preto com vermelho.
Nkosi Mavambo - vermelho e azul opaco.
Nkosi - azul forte, opaco.
Mutakalambô - verde espelhado.
Gongobila - verde espelhado com dourado espelhado.
Kaviungo - branco e preto.
KongoLuande - vermelho, preto e branca.
Hongolo - amarela raiada de preto.
Angoroméia - verde raiada de amarelo.
Katendê - verde com branco.
Tempo - verde com branco e vermelho.
Dandalunda - dourada, amarelo ouro espelhado.
Mikaia - transparente.
Matamba - vermelho espelhado.
Wunji - todas as cores, menos o preto.
Nzumbarandá - azul e branco, podem levar lilás ou roxo.
Nzazi - vermelho com branco.
Lembá Dilê - branco leitoso.
Nkassuté Lembá - branco leitoso.
Lembá - branco leitoso

Essas cores correspondem aos Jinkisi e Minkisi são culto do candomblé Angola. O nosso culto tem as próprias cores destinadas ao Nkisi, respeitando as ordens das cores correspondentes a cada um.

Vídeo com mais explicação sobre Fios de conta, cores do Nkisi edição especial.

Orixá Obá suas histórias e lendas.

Orixá Obá a senhora da sociedade elekoo

No Brasil está sociedade é muito restrita, uma sociedade que passou a cultuar egungun, deste modo Obá é a senhora da sociedade lesse Orixá. Ela é uma das três esposa de Xangô, Oxum aconselhou a ela que retirasse uma das orelhas para dar a Xangô. Obá cortou a orelha esquerda e temperou um amalá para o seu esposo, Oxum a havia convencido de que fazendo isso certamente ela iria conseguir o seu objetivo. O resultado foi o contrário, Xangô detestou encontrar a orelha da esposa na sua comida e também a sua mutilação. Obá passou então a esconder a mutilação com a mão esquerda com o seu escudo, também com um turbante.
 
Quando viu que Oxum tinha culpa por ela ter feito isso a amor a Xangô evocou e as duas brigaram, Xangô em sua ira as expulsou de casa transformando em dois rios. Tudo relacionado a Obá tem um clima de mistérios e poucos são os que entendem seus atos aqui no Brasil, Obá e Ewá são semelhante elas são primas e ambas possuem oro omi osun. Ela usa ofá o arco e flecha assim como Ewá e ambas são identificadas também com Oxóssi.
 
Obá usa a festa da fogueira de Xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de Xangô mais fiéis a ele. Obá é um Orixá ligado a água guerreira e pouco feminina, suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. Conta e lenda que Obá repudiada por Xangô vivia sempre rondando o palácio para voltar.

Xangô ficou horrorizado com a mutilação e expulsa para sempre do seu reino. O tipo psicológico dos filhos de Obá, constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento terrivelmente possessiva e carente. Ao contrário de Oyá mulher de um homem só fiél e sofrida são combativas, impetuosas e vingativas. Obá que raramente se manifesta, há pouco estudo sobre ela.
 
Talvez porque nos dias de hoje mesmo na África ou no Brasil não há espaço para essas características do feminino que cada vez mais recupera seu poder de Oyá. Obá é a mulher consciente de seu poder que luta e reivindicar seus direitos que enfrenta qualquer homem, menos aquele que tomar seu coração. Ela abraça qualquer causa mas se rende a uma paixão, Obá é a mulher que se anula quando ama.

Obá é filha de Yemanjá em toda a África Obá era cultuada como a grande deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudada como Iyá Agbá e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte que comandava as demais e desafiava o poder masculino. Obá lutou contra todos os Orixás, venceu a batalha contra Oxalá, derrotou Xangô e Orunmilá e se tornou temida por todos os deuses.

Orixá Obá cultuada na mitologia do candomblé Ketu Yorubá. Esse Orixá não tem cultos e histórias no candomblé Angola.

Qualidades de Orixá Obá.
 
Obá Gideo - Essa é a mais velha guerreira ciumenta tem um relacionamento sério quando gosta de alguém, cores vermelho, branco e marrom semelhando as cores de Xangô.

Obá Rewá - Orixá jovem teve um encanto por Oxóssi e pelo mais jovem Logun Edé, vive entre os lagos e as florestas, veste vermelho com verde.

Dia da Semana: Quarta-feira.
Cores: Marrom raiado, Vermelho e Amarelo.
Símbolos: Ofange espada e escudo de cobre ofá.
Elementos: Fogo e águas com revoltas.
Domínios: Amor e sucesso profissional.
Saudação: Obà Siré!

Orixá Ewá e suas histórias e lendas.

 
Também conhecida como Ìyá Wa 

Assim como Yemanjá e Oxum é uma divindade feminina das águas às vezes associada há fecundidade. É reverenciada como a dona dos horizontes, algumas lendas ela aparece como a esposa de Oxumaré e pertencendo a ela a faixa branca do arco íris, em outras como esposa de Omolu.

Ewá é a divindade do rio Yewa as gerações mais novas não captaram conhecimentos necessários para a realização do seu ritual, se alguém dizer que fez uma obrigação para Ewá quando na realidade o que foi feito é o que se faz normalmente para Oxum ou Oyá. O desconhecimento começa com as coisas mais simples como a roupa que veste as armas e insígnias que segura e os cânticos e danças, isso quando não dizem que Ewá é a mesma que Oxum, Oyá e Yemanjá.

Orixá que protege as virgens e tudo que é inexplorável, Ewá tem o poder da vidência a senhora do céu estrelado rainha dos cosmos, ela está no lugar onde o homem não alcança. Seu símbolo é o arpão pode também carregar um ofá dourado uma espingarda ou uma serpente de metal, as vezes Ewá é considerada a mulher de Oxumaré pela faixa branca do arco íris, ela é representada também pelo raio do Sol e pela neve.

As palmeiras com folhas em leque também simbolizam Ewá bela única e múltipla, na verdade ela mantém fundamentos em comum com Oxumaré dançam juntos. Mas não se sabe o certo se seria a porção feminina, sua esposa ou filha, quando cultuada no Candomblé Ketu, Ewá dança ilu ramunha e aguerê. Na cultura Jêje suas danças são impressionantes prefere o bravun e o sató e dança acompanhada com Oxumaré, Omolu e Nanã. 

Nas festas de Olubajé Ewá não pode ser esquecida deve receber seus sacrifícios e no banquete não pode faltar uma de suas comidas favoritas, banana da terra frita no azeite. Orixá Ewá é uma bela virgem que entregou o seu corpo jovem a Xangô marido de Oyá, despertando a ira da rainha dos raios. Ewá refugiou nas matas inalcançáveis sob a proteção de Oxóssi e se tornou uma guerreira valente e caçadora habilidosa. As mulheres que são virgens contam com a proteção de Ewá.

Aliás tudo que é inexplorado conta com a sua proteção a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não pode nadar ou navegar. A própria Ewá só rodaria na cabeça de mulheres virgens, o que não podemos comprovar ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem dos lábios de mel.

Ewá domina a vidência atributo que o deus de todos os oráculos Orunmilá lhe concedeu. Na África o rio Yewá é a morada desta deusa, mas a sua origem gera polémica há quem diga como Oxumaré, Nanã, Omulu e Iroko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi, foi assimilada por Yorubás e inserida no seu panteão. 

Havia um Orixá feminino oriundo das correntes do Daomé chamado Dan, a força desse Orixá estava concentrada numa cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de perpétua continuidade da vida o círculo nunca termina. Ewá teria o mesmo significado de Dan ou uma das suas metades, a outra seria Oxumaré existem no entanto os que defendem que Ewá já pertencia à mitologia Nagô sendo originária na Cidde de Abeokutá.

Estes certamente por desconhecer o panteão Jeje no qual o Vodun Ewá seria o correspondente da Ewá dos Nagô. Confundem Ewá com uma qualidade de Yemanjá, erram porque Ewá é um Orixá independente mas a sua origem não se esclarece sequer entre os Jejes, em respeitados templos de Voduns se afirma que Ewá é Nagô.

Orixá Ewá não corresponde aos cultos das histórias no candomblé Angola, somente nos cultos do candomblé Ketu e Jejê.

Qualidades Orixá Ewá.
 
Ewá Gebeuyin - Veste vermelho maravilha e amarelo claro, come com Omolu, Oyá e Oxum. Nas tempestades ela pode se transformar numa serpente azulada.

Ewá Gyran - É a deusa dos raios do sol controla os raios solares para que eles não destruam a Terra. Platina, rubi, ouro e bronze vão em seu assentamento come com Omolu, Oxum e Oxóssi.

Ewá Awò - Divindade pouco cultuada na Brasil, tem enredo com Oyá, Oxóssi e Ossain.
Ewá Bamio - A Senhora das pedras preciosas ligada a Ossain.

Ewá Fagemy - A Senhora dos rios encantados ligada a Airá, Oxum e Oxalá.

Ewá Salamim - A Senhora guerreira jovem habitante das florestas, muito feminina e charmosa ligada a Oxóssi e Yemanjá.

Dia da semana: Sábado.
Cores: Vermelho vivo coral e rosa.
Símbolos: Ejô (cobra) e espada, ofá (lança ou arpão).
Elementos: Florestas céu rosado, astros e estrelas, aguá de rios e lagoas.
Domínios: Beleza vidência (sensibilidade, sexto sentido) criatividade.
Saudação: Ri Ro Ewá!