Jinkisi, Minkisi (deuses e deusas) criadores da natureza.


Jinkisi e Minkisi (deuses e deusas).

Nkisi (ser divino Santo) 

São divindades e criadores dos elementos da natureza cada Nkisi representa uma força ligação da natureza. Quando cultuamos nosso Nkisi, cultuamos também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar e do fogo essas forças em equilíbrio produzem uma enorme energia que nos auxiliam em nosso dia a dia e nos ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais favorável.

Sendo assim quando dizemos que adoramos deuses nós se referimos a estar adorando as forças da natureza, forças essas pertencentes a criação do grande Pai conhecido por nós como Nzambi Mpungu (Deus supremo e criador). Como pai jamais deixaria de perdoar meus filhos, tão pouco condenaria por erros que cometem ou que vão cometer. O verdadeiro pai perdoa ensina ama e protege seus filhos, portanto nosso Deus é um pai mais perfeito que qualquer outro pai.

Como já havíamos comentado nosso panteão nada mais é que a junção das energias de todo os elementos da natureza cada elemento e força da natureza é representado por um Nkisi. Aprendemos a sentir e manipular essas energias individualmente através do Nkisi, os seguidores iniciados Mona Nkisi filho(a) sobre a influência de um Nkisi específico detém mais energia do seu influente que os filhos de outros Jinkisi e Minkisi.

Exemplo: Os filhos de Katendê possuem mais energia voltada para as folhas curas e plantas do que os filhos de Nkosi que possuem por sua vez mais energia voltado as armas, ferros, metais, ferramentas e etc. Sendo eles que são os ancestrais divinizados que após fatos heroicos ou divinos e por possuírem energia extrema maior que a capacidade humana poderia suportar, deixaram para nós segredos e ensinamentos encurtando a ligação do material ao espiritual.

Ligação que nós preservamos e usamos não só para nós mas também para as pessoas que nos procuram mesmo sem ter ligações diretas com a religião. Essas ligações são em sua grande maioria revelados por Nzabi Mpungu são inteligências siderais que participaram da criação do Universo cada pessoa traz sua divindade de origem.

Possui uma característica própria e divide-se em caminhos denominados em nossa religião é fundamental a integração com a natureza quanto maior o contato com a natureza maior será seu desenvolvimento sua energia seu axé e portanto maior será o cordão (élo) de ligação com seu próprio Nkisi aproximando mais de Nzambi Mpungu (Deus criador/construtor de todo o Universo). Nkisi significa também o caminho que nós guia em determinados pontos de nossas vidas, caminhos revelados hoje por um Tata ou Mametu (Zelador ou Zelaora) através do jogo de búzios onde se faz necessário o devido culto para que os que dele pertencem seguir e equilibrar sua energia durante o tempo que permanecerá no Ixí (Terra).

Entre todos Nkisi salientamos o de maior e incontestável importância que é o Mutuê (cabeça), seu deus pessoal sua identidade sua consciência viva e presente que antes de tudo deve ser muito bem cuidada, alimentada e equilibrada para que se possa ter a consciência e o equilíbrio mental para possuir ou ser conduzido na energia pura do Nkisi.

Nkisi Mutakalambô, história e característica.



Mutakalambô é um nome que revela a natureza de ser um caçador, á face divina de Nzambi como provedor. Mutakalambô é o deus caçador senhor das florestas antigas e de todos os seres que nela habitam Nkisi da fartura e da riqueza. Mutakalambô foi conferido o título rei de toda a floresta, o senhor de tudo que nela existe o dono do Ixí (Terra).
Na África cabia ao senhor caçador descobrir o local ideal para instalar suas grandes florestas, hoje em todo o Mundo tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar com autoridade sobre os futuros habitantes. Hoje é chamado do senhor da humanidade que garante a fartura para os seus descendentes.

Na história da humanidade Mutakalambô cumpre um papel civilizador importante nas condições de caçador e representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, há própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no Mundo desconhecido.

A caça são formas primitivas de busca de alimento são os domínios de Mutakalambô, Nkisi que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana a luta pela sobrevivência. Mutakalambô é o Nkisi da fartura e da alimentação aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para se alimentar.

Sua flecha é como utensílio cultural visto que adquire significados sociais, mágicos e religiosos sobre a natureza. Astúcia inteligência e cautela são os atributos como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha por tanto não pode errar a presa e jamais erra. É o melhor naquilo que faz está permanentemente em busca da perfeição, essa divindade é responsável pela manutenção de todos que habitam em nosso Mundo e ainda tem a função de manter a vigilância noturna nas florestas garantindo-lhes a segurança e há sobrevivência em tudo que nela habita.

Está ligado a abundância de alimentos no Nzo (terreiro), proporcionando a fartura a alimentação a bem-aventurança financeira do Mona Nkisi e da clientela. Filho de Mikaia e Lembá é o deus da caça e vive nas florestas onde moram os espíritos dos antepassados, tem a virtude de dominar os espíritos da floresta.

Na África era a principal divindade onde era conhecido pelo nome de um valente caçador de elefantes. Conduziu sue povo a guerra e os ensinou a arte de guerrear permanecendo até hoje como um grande caçador. Ocupa um lugar de destaque nos candomblés em Salvador hoje em todo Brasil, isto porquê é o patrono de todos os terreiros tradicionais. 

Mutakalambô é o único Nkisi que entra na mata da morte joga sobre si um pó sagrado, avermelhado chamado de Arolé que passou a ser um de seus dotes. Este pó o torna imune à morte e aos Nvumbes. Sendo ele um rei carrega o eyruquere (espanta moscas) que só era usado pelos reis africanos pendurado no saiote.

Características do Nkisi: Mutakalambô.

MUTAKALAMBÔ -
É velho e caçador come nas águas mais profundas. Conta um mito que Mutakalambô é o verdadeiro pai de Gongobila, apaixonado por Dandalunda ele se atirou nas águas mais profundas em busca do seu amor. Sua vestimenta é verde igual seu fio de conta ele é o rei e criador das florestas mais antigas.
OFÁ - Não é um Nkisi significa, o arco e a flecha do caçador.
Saudação: Pembelê Tatetu Mutakalambô, Kiuá! Kabila Duilo!!!
Seus símbolos: São vários e todos ligados há caça ou à defesa, sendo o mais conhecido o arco e flecha bem como o embornal e a capanga.
Dia da semana: Quinta-feira sua cor tradicional cultuado no Candomblé Angola a cor verde.
A comida ritual mais comum:
O milho amarelo cozido e enfeitado com fatias de coco, também pode lhe oferecer grãos torrados e frutas em abundância.
Suas Cores: Verde: Verde opaco, verde espelhado somente a cor verde.

Os primeiros aficanos no Brasil a chegada do Candomblé.

Estima-se em três milhões e meio o número de escravos no Brasil por volta do final do século XVI, quando aqui chegaram os primeiros navios negreiros até 1850 data da extensão legal do tráfico pela Lei Eusébio de Queiroz.
Os primeiros escravos vieram da Guiné Portuguesa que na época se estendia um tanto imprecisamente do Senegal até a Serra Leoa. Vieram para trabalhar em plantações de cana-de-açúcar principalmente para as áreas do Estado da Bahia e de Pernambuco, a maior parte deles eram das tribos dos Fulas e dos Mandingas e dos Mandês.

No século XVII quando Portugal iniciou a conquista e a colonização da região da Amazônia também foram trazidos escravos da Guiné Portuguesa. Amazônia recebeu ainda escravos trazidos de Angola, aliás Angola foi desde o início do século XVII o principal fornecedor de escravos para o Brasil para mão de obra. Escravos de Angola e do Kongo foram trazidos com suas línguas Bantu e de diversas etnas: Caçanjes, Benguela, Muxicongos, Rebolos e Cabinda.

Já durante todo o século XVIII a região ao norte do Golfo da Guiné na época designada costa da mina forneceu aos compradores de escravos a mão de obra para mineração: Nagôs, Jeje, Txis, Fantis, Ashartins. Foram mais para o interior na região do Sudão Oriental, influência Islâmica e foram trazidos Hauçás, Kanúris, Tapas, Grúncis e novamente da Guiné Portuguesa Fulas e Mandingas ou Mandês. Desembarcaram na Bahia o monopólio do comércio de escravos com a costa da mina e eram transferidos para o interior de Minas Gerais para as regiões das lavras de ouro e de diamantes.

A localização inicial dos escravos modificou-se acentuadamente com o desenvolvimento econômico e político do Brasil e foram principalmente os ciclos econômicos do açúcar do ouro e do café os responsáveis pelas migrações internas que somadas as condições da escravidão redundaram na mistura das diferentes raças e tradições tribais formando uma verdadeira fusão de culturas e tipos físicos africanos.

Com a miscigenação de negros vindos de vários lugares várias religiões e crenças de todo Mundo novo e místico nasceu na Bahia, surgindo então as grandes matrizes do nosso candomblé hoje em todo o Brasil que tem seu significado casa onde batem os pés.

Kibane Mutuê (bori) ritual para alimentar a cabeça.

.

Kibane Mutuê
 
Um ritual cultuado no candomblé Angola que tem a origem e significado de "fortalecer a cabeça" é um dos rituais mais importante do culto africano por consequência também nos cultos dos candomblés mais conhecido como Bori. 

É um dos rituais capaz de tratar da alma e da cabeça de uma pessoa sendo que o fato de dar comida ao Mutuê (cabeça) visa levar para o interior da mesma a força mágica invisível geradora de energias vitais trazendo apenas saúde.
A força que percorre a coluna vertebral levando as energias vitais ao corpo-físico astral e etérico o alcance dos objetivos e o seu eu completo personalidade, caráter, disposição, identidade e temperamento.

O ritual denominado Kibane Mutuê tem por objetivo principal o fortalecimento do nosso Mutuê uma força vital que remove todas as mazelas retirando as doenças mental como nervosismo, preocupações, dores constantes, insônia e outros males que prejudicam a parte física e mental de uma pessoa.

Durante esse ato ritualístico não á necessidade da incorporação do Nkisi quando é feito para um filho rodante do Nzo (terreiro), esse ritual não é realizado com a finalidade do Nkisi da pessoa, mas sim uma celebração a Lembá Dilê e a Mikaia, Pai e Mãe de todas as cabeças.

Essa cerimônia ritualística destinada há alimentação do Mutuê (cabeça) são realizados cânticos, saudações, sacrificios, oferendas, e louvores visando despertar e fluir da força até então ocultas em nós além de servir como súplica aquele que designa os caminhos do destino. Isto é o responsável pelo direcionamento da vida daquele que está sendo subjugado ao ato ritualístico.

Um Kibane Mutuê não significa que um filho ou filha seja feito (feitura de iniciação batismo) ele apenas aumenta sua estrutura mental. Kibane Mutuê não traz forças para o desenvolvimento do Nkisi de um filho muito menos fortalece um Nkisi. O Nkisi já tem suas próprias forças e energias, esse ritual não pode ser confundido com o desenvolvimento de incorporação de uma Muzenza.
Kibane Mutuê a energia ativa dos pensamentos aquele que limpa tudo de ruim nas mentes de qualquer pessoa.

O resguardo preceito

Nesse ritual de Kibane Mutuê após serem feitas todas as tarefas dos princípios do fortalecimento alimentar a cabeça, a pessoa adepta ou seguidores da prática da nossa religião terão 03 dias de preceitos das quais não pode. Primeiro usar roupas de cores preta, cinza, roxa e vermelha somente usar roupas claras se possível brancas. 

Não pode comer carne de porco e pimenta, terá que usar contra eguns um em cada braço, não ter relação sexual e beber bebidas alcoólicas.

O Kibane mutuê deverá estar sempre guardado no Nzo por segurança, não pode sair para fora e caminhar com ele nas ruas. 

Vídeo com mais explicação sobre Kibane Mutuê (bori) ritual para alimentar a cabeça, edição especial.



Candomblé Angola sua origem e tradição.

Candomblé Angola.

Uma Nação de origem culto Bantu Kongo cultuamos as divindades dos povos Bantu. O Nkisi e Orixá tem a mesma energia da própria mãe natureza dinvidades semelhantes. Muitos autores cometem o mesmo erro ao tratar das semelhanças existentes entre um Nkisi, Orixá ou Vodum confundem semelhanças que na verdade se tratam da mesma divindade com nomes distintos, cultos e rituais diferentes.


O candomblé Angola se desenvolveu entre os escravos africanos que falavam a linguagem Kongo, também intraduzível originou-se predominantemente das línguas. São facilmente reconhecidos pela maneira diferente de cantar, dançar e percutir seus tambores obtendo sua linguagem Kimbundo e Kicongo, na hierarquia do candomblé Angola. O cargo de maior importância é para o homem, Tata Ria Nkisi Nzo (Zelador do Terreiro ou Zelador do Santo). No culto do candomblé Angola é fundamental a importância do culto dos Caboclos que são espíritos de índios considerados pelos antigos africanos como sendo os verdadeiros ancestrais brasileiros, portanto os que são dignos de culto no novo território a que foram confinados pela escravidão.

O candomblé de Caboclo é uma modalidade da nação Angola centrado no culto exclusivos dos antepassados indígenas. Foi provavelmente o candomblé Angola que deram origem ao nascimento da Umbanda nascida em 1917 na cidade de Niterói, há outras nações menores de origem Bantu, teremos: Kongo e a Cabinda hoje quase inteiramente absorvidas pela nação Angola. O Deus supremo e criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu, abaixo deles estão os Jinkisi e Minkisi (deuses e deusas).

O que é Candomblé.

A religião africana ao qual se deu o nome de candomblé é uma das mais antigas crenças do homem ela possui rituais sagrados e secretos. O candomblé vem tentando manter-se fiéis às suas origens podendo assim preservar sua essência, saibam que a maior parte da carne oferecida nos rituais é servida em nossas festas públicas onde todos são convidados para se alimentar Inguidiar (comer) é o que chamamos de comunhão com o Nkisi o objetivo dessas obrigações é a obtenção de força ou axé (energia) tanto para a roça de candomblé quanto para seus membros e participantes.


O axé palavra tão popular atualmente nada mais é do que a energia que emana do próprio Nkisi, que precisa ser renovada e acumulada. O candomblé também exalta as forças da natureza muito antes de qualquer ecologista. Nossos antepassados já as defendiam e cultuavam a energia e forças das folhas dos rios mares e dos minerais enfim todos os elementos naturais que compõem a Terra e são muito importantes para nós. Temos que sentir o movimento da natureza possuir o conhecimento do fogo da água da terra e do ar também dos elementos que os compõem. 


A natureza se comunica conosco basta saber interpretá-la corretamente ela nos auxilia por exemplo saber se uma determinada oferenda está sendo colocada no local adequado se não está faltando nada se o tempo está favorável se é preciso esperar que algo aconteça antes de continuarmos se o Nkisi está satisfeito. Enfim são vários os detalhes que precisam ser observados para o sucesso do nosso trabalho.

O candomblé é uma religião monoteísta ou seja crê em um único Deus a quem chamamos de Nzambi Mpungu uma tradição do candomblé Angola. O Nkisi (Dinvindades) foram criados por ele Nzambi para ajudá-lo no processo de criação do Mundo e de tudo o que nele existe a sofisticação estética dos rituais do candomblé contribui sem dúvida para a atração que exerce nas pessoas em geral particularmente nos meios artísticos.


As cerimônias são abertas de cada casa de culto ao público e têm a característica de uma festa (kizomba). As divindades que nelas se manifestam não vêm para pregar ou distribuir conselhos vêm expressar a sua energia vital. Fazem isto de modo solene seguindo uma estrita lógica ritual comandada pelo som das Ngomas (atabaques) e dos cânticos. Vestem sua roupas com pompa e produzem um gestual codificado identificador de cada Nkisi. As festas (kizombas) terminam com um jantar que chamamos de Inguidiar (todos se alimentam) são aberto ao público feito de comidas sagradas relativas ao evento da noite.