Katendê o senhor e dono das Nsabas (folhas).

 
Katendê o senhor das Nsabas folhas sagradas 
 
Senhor das alquimias divina, senhor da vida das florestas às vezes também entendido como uma senhora mas em geral um Nkisi masculino. Fundamental sua importância e detém o reino o poder das plantas e folhas. Imprescindíveis nos rituais, obrigações e assentamento de todos os Jinkisi e Minkisi através dos banhos feitos de ervas.

Suas folhas estão relacionadas com a cura, Katendê também está vinculado à medicina por guardar na sua floresta a magia da cura para todas as doenças dos homens, contida nas virtudes de todas as folhas. A cura é invocada no caso de doença com o auxílio de KongoLuande divindade do ar livre que governa toda a floresta juntamente com Mutakalambô.

Katendê e Mutakalambô possuem inúmeras afinidades ambos são deuses do mesmo espaço da floresta, do mato, das folhas são grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata e da Terra. Dono do mistério das folhas e seu emprego medicinal e sua utilização mágica, dono do axé (força, poder, fundamento, vitalidade e segurança). Katendê teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. 

Dizem as histórias que Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo e possui um olho pequeno e o outro grande e tem uma orelha pequena e a outra grande. Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Katendê que segundo dizem possui uma única perna. Não pode confundir Katendê com Aroni, ele é apenas um protetor das florestas (um guardião). 

Katendê um Nkisi de grande fundamento que possui uma só perna porque a árvore ela é a base de todas as folhas e possui um só tronco. As áreas consagradas a Katendê no candomblé Angola não são jardins cultivados de maneira tradicional, mas sim os pequenos recantos onde só os sacerdotes como Tata Nsaba (Consagrado a todas as funções ligada as folhas), pode entrar nas quais as plantas crescem da maneira mais selvagem possível.

Graças a esse domínio Katendê é figura de extrema significação, praticamente todos os rituais importantes utilizam de uma maneira ou de outra o sangue escuro que vem dos vegetais seja em forma de folhas ou infusões para uso externo ou de bebida ritualística. Quando o Tata ou Mametu, penetram no reino de Katendê para fazerem as colheitas das ervas sagradas para os banhos e defumações, devem antes pedir a Katendê permissão para tal tarefa. 

Se não fizerem com certeza todas as folhas que retirarem de seu reino não terão o axé e magias que teriam sem pedir a sua permissão. Até dependendo do caso como alguns entram em seu reino zombando e sem firmeza na cabeça, suas ervas poderão agir ao contrario causando muitos distúrbios daqueles que zombarem de seu reino e faltarem com o devido respeito ao seu domínio.

Junto á planta cortada deixar sempre uma pequena oferenda de algumas moedinhas e um pedaço de fumo de corda com mel, assim assegurando que a vibração básica da folha permaneça mesmo depois ter sido afastada da planta e portanto do solo que a vitalizava. As folhas e ervas de Katendê depois de colhidas são esfregadas, espremidas e trituradas somente com as mãos e não com pilão ou outro instrumento. Esse era seu jeito de trazer energia pura das folhas, Katendê deixa seu axé em tudo que se usa de suas fontes de energias que são as folhas sagradas.

Dia da Semana: Quinta-feira.
Cores: Verde e branco.
Símbolos: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo.
Elementos: Floresta e plantas selvagens.
 
Domínios: Medicina e liturgia através das folhas.

Fios de conta, cores do Nkisi culto no candomblé Angola.

 
Fio de conta

São colares normalmente feitos de miçangas coloridas de acordo com cada Nkisi, cada fio de conta tem um significado através do fio de conta é que se pode saber o grau de iniciação de uma pessoa no candomblé em que Nação pertence. Nunca é feito com fio de nylon, é sempre feito com cordonê (cordonê é um fio feito de puro algodão), serve para absorver o Axé do Maionga ou da Menga (Menga sangue oferecido no sacrifício de animais), (Maionga feito de folhas sagradas que é submetido e outros fundamentos, banho de purificação).

Pode ser chamado de fio de conta desde um fio único de miçanga até um colar com vários fios presos por uma ou várias firmas e búzios. A quantidade de fios pode variar de uma Nação para outra na correspondência de cargos e pode ser feito de gomos intercalados com firmas. Na mitologia do candomblé Angola os colares de conta aparecem como objetos de identificação dos fiéis aos Minkisi e Jinkisi (deuses e deusas) e o seu recebimento como um momento importante nessa vinculação.

De acordo com o mito a montagem a purificação e a entrega dos fios de conta constituem momentos fundamentais no ritual de iniciação dos Monas Nkisi, os quais em diante além de unidos estão protegidos pelo Nkisi, feitos com contas de diferentes materiais e cores, esses fios apresentam uma grande diversidade e podem ser agrupados por tipologias de acordo com o uso e significados
 que têm no culto.

Assim acompanham e marcam a vida espiritual do fiel desde os primeiros instantes da sua iniciação até à suas cerimônias fúnebres. Como nos momentos da montagem e do recebimento, também a ruptura é significativo entretanto o rompimento do fio de conta, pode indicar que há um mau presságio que assusta e preocupa o indivíduo e a comunidade, pode ser o início de um novo ciclo um recomeço um momento de viragem que pede um novo fio.

Dos primeiros fios simples ascéticos e rigorosos às contas mais livres exuberantes, complexas e personalizadas que a pessoa vai produzindo ou ganhando ao longo do tempo, delineia com o caminho de cada um na sua vinculação ao Nkisi e à comunidade do Nzo (terreiro).

Desta maneira mais do que a libertação do gosto particular as transformações nos colares revelam o conhecimento adquirido pela pessoa e sua hierarquia religiosa. De tal modo que um leigo pode passar despercebido por um fio de conta ou ver apenas como um adorno, enquanto um iniciado na cultura do candomblé Angola o tomará como um objeto pleno de significados que pode ser lido e no qual é possível identificar a raiz.

O Nkisi do Mutuê (Pai ou Mãe da cabeça) e o tempo de iniciação entre outros dados da vida espiritual de quem o usa.
Dos rituais secretos e espaços fechados no culto ao Nkisi, os fios de conta ganharam o Mundo e adquiriram novos usos, da África vieram para o Brasil e para todo o Mundo á onde o candomblé Angola se tem difundido.

Pode ser chamado fio de conta desde um fio único de miçanga até a um colar com vários fios presos por uma ou várias firmas e búzios. A quantidade de fios e cores podem variar de uma nação para outra na correspondência de cargos. Na hierarquia do candomblé Angola toda pessoa que entra para a religião iniciante, será uma Muzenza e assim permanecerá até que se inicie a feitura o batismo para se tornar um Mona Nkisi.

O Muzenza só é permitido o uso de três fios de conta simples de um fio só com uma firma e búzios fechado no cordonê, outro na cor branco leitoso que corresponde a Lembá Dilê, outro na cor do Nkisi da pessoa, quando identificado e confirmado por um Tata ou Mametu, e uma outra na cor do Nkisi do seu Tata ou Mametu da casa, desta forma pode saber que a pessoa é uma Muzenza e qual rege o seu Nkisi.

As cores correspondentes dos fios de conta de cada Nkisi, cores pertences no candomblé Angola.

Pambu Njila - preto com vermelho.
Nkosi Mavambo - vermelho e azul opaco.
Nkosi - azul forte, opaco.
Mutakalambô - verde espelhado.
Gongobila - verde espelhado com dourado espelhado.
Kaviungo - branco e preto.
KongoLuande - vermelho, preto e branca.
Hongolo - amarela raiada de preto.
Angoroméia - verde raiada de amarelo.
Katendê - verde com branco.
Tempo - verde com branco e vermelho.
Dandalunda - dourada, amarelo ouro espelhado.
Mikaia - transparente.
Matamba - vermelho espelhado.
Wunji - todas as cores, menos o preto.
Nzumbarandá - azul e branco, podem levar lilás ou roxo.
Nzazi - vermelho com branco.
Lembá Dilê - branco leitoso.
Nkassuté Lembá - branco leitoso.
Lembá - branco leitoso

Essas cores correspondem aos Jinkisi e Minkisi são culto do candomblé Angola. O nosso culto tem as próprias cores destinadas ao Nkisi, respeitando as ordens das cores correspondentes a cada um.

Vídeo com mais explicação sobre Fios de conta, cores do Nkisi edição especial.

Orixá Obá suas histórias e lendas.

Orixá Obá a senhora da sociedade elekoo

No Brasil está sociedade é muito restrita, uma sociedade que passou a cultuar egungun, deste modo Obá é a senhora da sociedade lesse Orixá. Ela é uma das três esposa de Xangô, Oxum aconselhou a ela que retirasse uma das orelhas para dar a Xangô. Obá cortou a orelha esquerda e temperou um amalá para o seu esposo, Oxum a havia convencido de que fazendo isso certamente ela iria conseguir o seu objetivo. O resultado foi o contrário, Xangô detestou encontrar a orelha da esposa na sua comida e também a sua mutilação. Obá passou então a esconder a mutilação com a mão esquerda com o seu escudo, também com um turbante.
 
Quando viu que Oxum tinha culpa por ela ter feito isso a amor a Xangô evocou e as duas brigaram, Xangô em sua ira as expulsou de casa transformando em dois rios. Tudo relacionado a Obá tem um clima de mistérios e poucos são os que entendem seus atos aqui no Brasil, Obá e Ewá são semelhante elas são primas e ambas possuem oro omi osun. Ela usa ofá o arco e flecha assim como Ewá e ambas são identificadas também com Oxóssi.
 
Obá usa a festa da fogueira de Xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de Xangô mais fiéis a ele. Obá é um Orixá ligado a água guerreira e pouco feminina, suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. Conta e lenda que Obá repudiada por Xangô vivia sempre rondando o palácio para voltar.

Xangô ficou horrorizado com a mutilação e expulsa para sempre do seu reino. O tipo psicológico dos filhos de Obá, constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento terrivelmente possessiva e carente. Ao contrário de Oyá mulher de um homem só fiél e sofrida são combativas, impetuosas e vingativas. Obá que raramente se manifesta, há pouco estudo sobre ela.
 
Talvez porque nos dias de hoje mesmo na África ou no Brasil não há espaço para essas características do feminino que cada vez mais recupera seu poder de Oyá. Obá é a mulher consciente de seu poder que luta e reivindicar seus direitos que enfrenta qualquer homem, menos aquele que tomar seu coração. Ela abraça qualquer causa mas se rende a uma paixão, Obá é a mulher que se anula quando ama.

Obá é filha de Yemanjá em toda a África Obá era cultuada como a grande deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudada como Iyá Agbá e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte que comandava as demais e desafiava o poder masculino. Obá lutou contra todos os Orixás, venceu a batalha contra Oxalá, derrotou Xangô e Orunmilá e se tornou temida por todos os deuses.

Orixá Obá cultuada na mitologia do candomblé Ketu Yorubá. Esse Orixá não tem cultos e histórias no candomblé Angola.

Qualidades de Orixá Obá.
 
Obá Gideo - Essa é a mais velha guerreira ciumenta tem um relacionamento sério quando gosta de alguém, cores vermelho, branco e marrom semelhando as cores de Xangô.

Obá Rewá - Orixá jovem teve um encanto por Oxóssi e pelo mais jovem Logun Edé, vive entre os lagos e as florestas, veste vermelho com verde.

Dia da Semana: Quarta-feira.
Cores: Marrom raiado, Vermelho e Amarelo.
Símbolos: Ofange espada e escudo de cobre ofá.
Elementos: Fogo e águas com revoltas.
Domínios: Amor e sucesso profissional.
Saudação: Obà Siré!

Orixá Ewá e suas histórias e lendas.

 
Também conhecida como Ìyá Wa 

Assim como Yemanjá e Oxum é uma divindade feminina das águas às vezes associada há fecundidade. É reverenciada como a dona dos horizontes, algumas lendas ela aparece como a esposa de Oxumaré e pertencendo a ela a faixa branca do arco íris, em outras como esposa de Omolu.

Ewá é a divindade do rio Yewa as gerações mais novas não captaram conhecimentos necessários para a realização do seu ritual, se alguém dizer que fez uma obrigação para Ewá quando na realidade o que foi feito é o que se faz normalmente para Oxum ou Oyá. O desconhecimento começa com as coisas mais simples como a roupa que veste as armas e insígnias que segura e os cânticos e danças, isso quando não dizem que Ewá é a mesma que Oxum, Oyá e Yemanjá.

Orixá que protege as virgens e tudo que é inexplorável, Ewá tem o poder da vidência a senhora do céu estrelado rainha dos cosmos, ela está no lugar onde o homem não alcança. Seu símbolo é o arpão pode também carregar um ofá dourado uma espingarda ou uma serpente de metal, as vezes Ewá é considerada a mulher de Oxumaré pela faixa branca do arco íris, ela é representada também pelo raio do Sol e pela neve.

As palmeiras com folhas em leque também simbolizam Ewá bela única e múltipla, na verdade ela mantém fundamentos em comum com Oxumaré dançam juntos. Mas não se sabe o certo se seria a porção feminina, sua esposa ou filha, quando cultuada no Candomblé Ketu, Ewá dança ilu ramunha e aguerê. Na cultura Jêje suas danças são impressionantes prefere o bravun e o sató e dança acompanhada com Oxumaré, Omolu e Nanã. 

Nas festas de Olubajé Ewá não pode ser esquecida deve receber seus sacrifícios e no banquete não pode faltar uma de suas comidas favoritas, banana da terra frita no azeite. Orixá Ewá é uma bela virgem que entregou o seu corpo jovem a Xangô marido de Oyá, despertando a ira da rainha dos raios. Ewá refugiou nas matas inalcançáveis sob a proteção de Oxóssi e se tornou uma guerreira valente e caçadora habilidosa. As mulheres que são virgens contam com a proteção de Ewá.

Aliás tudo que é inexplorado conta com a sua proteção a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não pode nadar ou navegar. A própria Ewá só rodaria na cabeça de mulheres virgens, o que não podemos comprovar ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem dos lábios de mel.

Ewá domina a vidência atributo que o deus de todos os oráculos Orunmilá lhe concedeu. Na África o rio Yewá é a morada desta deusa, mas a sua origem gera polémica há quem diga como Oxumaré, Nanã, Omulu e Iroko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi, foi assimilada por Yorubás e inserida no seu panteão. 

Havia um Orixá feminino oriundo das correntes do Daomé chamado Dan, a força desse Orixá estava concentrada numa cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de perpétua continuidade da vida o círculo nunca termina. Ewá teria o mesmo significado de Dan ou uma das suas metades, a outra seria Oxumaré existem no entanto os que defendem que Ewá já pertencia à mitologia Nagô sendo originária na Cidde de Abeokutá.

Estes certamente por desconhecer o panteão Jeje no qual o Vodun Ewá seria o correspondente da Ewá dos Nagô. Confundem Ewá com uma qualidade de Yemanjá, erram porque Ewá é um Orixá independente mas a sua origem não se esclarece sequer entre os Jejes, em respeitados templos de Voduns se afirma que Ewá é Nagô.

Orixá Ewá não corresponde aos cultos das histórias no candomblé Angola, somente nos cultos do candomblé Ketu e Jejê.

Qualidades Orixá Ewá.
 
Ewá Gebeuyin - Veste vermelho maravilha e amarelo claro, come com Omolu, Oyá e Oxum. Nas tempestades ela pode se transformar numa serpente azulada.

Ewá Gyran - É a deusa dos raios do sol controla os raios solares para que eles não destruam a Terra. Platina, rubi, ouro e bronze vão em seu assentamento come com Omolu, Oxum e Oxóssi.

Ewá Awò - Divindade pouco cultuada na Brasil, tem enredo com Oyá, Oxóssi e Ossain.
Ewá Bamio - A Senhora das pedras preciosas ligada a Ossain.

Ewá Fagemy - A Senhora dos rios encantados ligada a Airá, Oxum e Oxalá.

Ewá Salamim - A Senhora guerreira jovem habitante das florestas, muito feminina e charmosa ligada a Oxóssi e Yemanjá.

Dia da semana: Sábado.
Cores: Vermelho vivo coral e rosa.
Símbolos: Ejô (cobra) e espada, ofá (lança ou arpão).
Elementos: Florestas céu rosado, astros e estrelas, aguá de rios e lagoas.
Domínios: Beleza vidência (sensibilidade, sexto sentido) criatividade.
Saudação: Ri Ro Ewá!

Nkisi Divindades, deuses no Candomblé Angola.



Quem são Nkisi ? (O ser divino Santo)

O planeta em que vivemos em todo Mundo dos planos materiais se mantém vivos através do equilíbrio entre as energias da Natureza. A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo energético entre os elementos químicos que constituem este Mundo entre cada um dos seres vivos que habitam este planeta.

Uma característica do exercício do candomblé Angola o uso de uma fonte de trabalho destas energias. Vivendo no planeta Terra o homem convive com leis desde sua origem e evolução, leis que mantém a vitalidade a criação e a transformação dados essenciais à vida como a vemos desenvolver a cada segundo. 

Sem essa harmonia energética o planeta entraria no caos o fogo, o ar, a terra e a água são os elementos primordiais que combinados dão origem a tudo que nosso corpo físico sentem, também são constituintes destes corpo. Acreditamos que esses elementos e suas ramificações são comandados e trabalhados por forças espirituais que vão desde os elementais (espíritos em transição atuantes no grande laboratório planetário) até aos espíritos superiores que inspecionam comandam e fornecem o fluido vital para o trabalho constante de criar manter e transformar a dinâmica evolutiva da vida no planeta Terra.

Esses espíritos de força vibratória chamamos de Nkisi usando um vocábulo de origem Bantu Kongo. No candomblé Angola são como os maiores responsáveis pelo equilíbrio da natureza são conhecidos em outras partes do Mundo como ministros ou devas, espíritos de alta vibração evolutiva que cooperam diretamente com Nzambi Mpungu, fazendo com que suas leis sejam cumpridas constantemente.

O uso de uma palavra que significa Pai e Mãe da cabeça o divino Santo (Nkisi), mostra a relação existente entre o Mundo e a matéria (corpo), entre o ambiente e os seres que neles habitam. Nosso corpo tem em sua constituição todos os elementos naturais em diferentes proporções. Além das divindades amigos que se empenham em nossa vigilância e auxílios morais, contamos com uma divindade da natureza um Nkisi pessoal que cuida do equilíbrio energético físico e emocional do nosso corpo físico.

Uma divindade se manifestando em nosso corpo físico somos influenciados pela ação dessas energias desde o momento do nascimento, quando nossa personalidade (a personagem desta existência) começa a ser definida. Uma das energias elementais predomina é a que vai definir de alguma forma nosso arquétipo.

O regente dessa energia predominante definida no nascimento denominamos do nosso Nkisi pessoal o chefe líder Pai ou Mãe. A forma como nosso corpo reage às diversas situações durante está encarnação tanto física quanto emocionalmente, esta ligada ao arquétipo ou há personalidade e características emocionais que conhecemos através das lendas africanas sobre os Nkisi.

Junto a essa energia predominante duas outras se colocam como secundárias no candomblé Angola denominamos de Nkisi Tatetu (Pai) e Nkisi Mametu (Mãe), palavras e tradições Bantu Kongo, respectivamente na suas ordens de influências. Quando uma divindade começa a ter história com seu filho ou filha são necessários cuidados com um Tata ou Mametu de um Nzo para iniciar o seu desenvolvimento, são consultados os pais quando são menores obedecendo à lei do livre arbítrio.

Quando o filho ou a filha inicia o desenvolvimento começa o trabalho de plasmar a forma que essa divindade usará na transformação física. Está tarefa é entregue aos poderosos Jinkisi e Minkisi os seres das criações da natureza, sendo que um deles assume a responsabilidade dessa tarefa, fornecendo a essa forma as energias necessárias para que haja caminho história dento dos cultos do candomblé Angola. 

A partir desse processo o novo ser estará ligado diretamente à vibração original, a força energética primária e atuante desde o seu nascimento. Nesse período os elementais trabalham incessantemente cada um na sua respectiva área partindo do embrião até formar todas as camadas materiais do corpo humano que são moldadas até nascer o novo ser com o seu duplo etérico e corpo denso.

Após o nascimento essa força energética vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da força do espírito sobre a forma material até que seja adquirida sua personalidade por meio da lei do livre arbítrio. Essa energia passa atuar de forma mais discreta obedecendo está Lei sustentando e contudo a forma e energia material para continuar a manutenção e a transformação no sentido de manter a existência. 

A cada reencarnação de acordo com nossas necessidades evolutivas a serem cumpridos somos responsáveis por diferentes corpos e para cada um deste nosso corpo podemos contar com auxílio de uma divindade da natureza um Nkisi protetor que nos acompanha desde o nascimento até o fim de nossas histórias.

Normalmente os Nkisi se aproximam do iniciante quando os invocam em todos os rituais do candomblé Angola de modo especial nas iniciações a invocação dessa força e será feita para todos os iniciados quando efetuar sua primeira feitura, meio de atração para perto de si da energia pura do seu energético e das energias auxiliares.

Nkosi sua lenda e história, o mais guerreiro.

Nkisi Nkosi

É derivado da mesma família como Nkondi diferentemente composto é usado pelo Nganga durante a iniciação de noviços. O termo Nkosi se refere o leão Nkisi do Kongo Ocidental, Nkosi um ser grande é o Nkisi das contendas, Nkisi da guerra que rege as lutas, batalhas e brigas, divindade dos povos Bantu candomblé Angola.

É o Nkisi do ferro energia dos ferreiros e de todos que utilizam esse metal, força da natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes. O sangue que corre em nosso corpo é regido por Nkosi, considerado como um Nkisi impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar ele até pode passar esta imagem mas também sabe ser dócil e amável na vida em sua plenitude.

Os lugares consagrados a Nkosi ficam em ar livre na entrada das casas e terreiros, geralmente são feitas em forma de bigorna junto às árvores. Nkosi é representado também por franjas de palmeira ou dendezeiro desfiadas (conhecido como mariwô) são penduradas nas portas ou janelas, representam proteção cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis.

O culto a Nkosi é bastante difundido tanto no Brasil quanto na África, sem sua permissão e proteção nenhuma atividade útil tanto no espaço urbano como no campo podendo ser aproveitada. Nos dias de Kizomba Nkosi deve ser louvado logo após Pambu Njila, um ser voltado a porta abrindo caminho para os outros Minkisi (deuses).

Na África ele é representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal, a importância de Nkosi vem do fato de ser ele um dos mais antigos dos Minkisi, e também em virtude de sua ligação com os metais e aqueles que utilizam. Nkosi uma divindade histórica filho de Nzambi Mpungu, um dos mais velhos um temível guerreiro que brigava sem cessar.

Dessas expedições ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos, guerreou contra várias Cidades e as destruiu. Saqueou e devastou muitos outros Estados e possuiu as cidades, matou vários reis e comandantes, em uma dessas cidades Nkosi instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso usando ele mesmo o título de rei. 

Por razões que ignoramos Nkosi nunca teve o direito de usar uma coroa, apenas feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de miçangas dissimulando o rosto emblema de realeza. Foi autorizado a usar apenas um simples capacete de metal que lhe concedeu ser simbolicamente um soldado, até hoje sob o nome de Nkosi o rei guerreiro conhecido no Brasil pelos descendentes da  tradição do Angola trazidos por vários lugares.

Nkosi o mais enérgico dos filhos de Nzambi, Nkosi decidiu depois de numerosos anos ausente voltar para visitar seu filho. Infelizmente as pessoas da Cidade não celebravam o dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto, Nkosi tinha fome e sede viu vários potes de vinho de palma mas ignorava que estivessem vazios.

Ninguém havia respondido às suas perguntas, ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. Nkosi cuja paciência é pequena enfureceu, com o silêncio geral por ele considerado ofensivo começou a quebrar com golpes sabre os potes, logo depois sem poder se conter passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas.

Até que seu filho apareceu oferecendo as suas comidas prediletas como cães e caramujos, feijão regado com azeite de dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede os habitantes da Cidade cantavam louvores onde não faltava a menção. Satisfeito e acalmado Nkosi lamentou seus atos de violência e declarou que já conviveu o bastante, baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com barulhos assustadores.

Nkosi é o deus do ferro dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal: agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores, desde o início do século, os mecânicos, os condutores de automóveis ou de trens os reparadores de velocípedes e de máquinas de costura vieram juntar ao grupo de seus fiéis.

Nkosi é único mas dizem que ele é composto de sete partes, frase que faz alusão às sete aldeias hoje desaparecidas que existiam em volta das cidades. O número 7 é associado a Nkosi ele é representado nos lugares que lhe são consagrados por instrumentos de ferro em número de sete, catorze ou vinte e um pendurados numa haste horizontal também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha, símbolos de suas atividades.

Uma de suas comidas preferidas sem sombra de dúvida é o Inhame assado, mas deve-se lembrar e ressaltar que Nkosi também aceita o feijão preto. E nada melhor que agradar nosso Pai tão querido, que vai sempre a nossa frente abrindo todos os caminhos fechados e nos dando soluções, lhe oferecendo uma bela feijoada.

23 de abril o dia que se comemora a feijoada de Nkosi um evento imperdível! Nesta data celebra também o dia de São Jorge, Santo este que é cultuado na Umbanda e no candomblé em grandes Nações como Ogum.

Lembrando que após preparar a feijoada quando estiver pronta o primeiro prato a ser servido será de Nkosi, servido em um alguidar e colocado aos seus pés em forma de agradecimento.

É certo que os Nkisi pegam o axé de todos alimentos que oferecemos como oferendas, porém recebem de forma como um agradecimento ou até mesmo em forma de pedidos. Mas para cada oferenda oferecido devemos usar palavras de encantamentos como rezas, evocações e zuelar usar cantigas para nos aproximar quando precisar. Esses são os elementos essenciais e vitais para uma transmissão do axé com o nosso Nkisi 

Características do Nkisi: Nkosi.

Nkosi - Guerreiro impiedoso um Nkisi que não se deixa passar batido mas com um sentimento muito bom por aqueles que o ama, pode passar o tempo mas ele é de perdoar por aqueles que se arrepende do mal que fez. Caso seus filhos não arrependam-se de suas maldades ou esquecer de Nkosi ele pode se vingar.

Nkosi Mavambo - Usa contas azul escuro com vermelho, Nkosi Mavambo um Nkisi que contém energias de Pambu Njila agitado, instável, suscetível e manhoso mas um Nkisi jovem.

Dia da Semana: Terça Feira.
Cores: Azul escuro (Opaco).
Símbolos: Bigorna, faca, pá, enxada, o que vem a ser ferros em forma de ferramentas.
Elementos: Terra, estradas, fogo e ferro.
Domínio: Guerra, progresso, conquista e metalurgia.
Oferendas alimentos: Feijão preto, feijoada, inhame cozido e torrado com azeite de dendê com cebola.

Vídeo com mais explicação sobre Nkosi sua lenda e história, o mais guerreiro edição especial.



Nzambi Mpungu (Deus Supremo) o criador de tudo e de todos.

 
Nzambi Mpungu (Deus Supremo)

Nzambi apresenta como uma força criativa que estabeleceu a existência e o Universo, em algumas Nações acredita que este é o verdadeiro criador do Mundo o ser supremo. Deus possui muitos nomes sendo o mais antigo nos cultos do candomblé Angola como Nzambi Mpungu a palavra que permanece aquele que é absolutamente perfeito o supremo em todas qualidades e perfeição.

São atributos do ser supremo único criado, Deus onipotente transcendente Juiz e eterno. É considerado todo poderoso durável inalterável rocha que nunca morre. Não recebe cultos diretamente, porém sempre que uma divindade é cultuada a uma oração se inicia uma energia para que Nzambi Mpungu aceite o pedido. Provém todas as formas e manifestações de vida, foi Nzambi quem criou os Jinkisi e Minkisi (deuses e deusas), forças sobrenaturais que habitavam o céu e se concretizaram associados às forças da natureza e seus elementos.

Manifestando através desses espíritos e todos os planetas e astros existentes no Universo ele é o criador de tudo e de todos. Tais denominações são influencias das nações africanas que chagaram ao Brasil durante o período da escravidão, Nzambi é infinito tem todas as perfeições em sumo e ilimitado grau. A natureza é um conjunto indivisível no qual tudo está contido a totalidade do Universo está presente em todas as partes em todos os tempos que possam ser considerados.

Existe uma interação completa e misteriosa entre todos os elementos do Universo, essa interação une o Universo numa única totalidade. Tudo que ocorre em nosso pequeno Mundo se move com a imensidão cósmica como se cada parte de qualquer Mundo considerando um pedaço do grande Universo. Concluímos que são uma única e a mesma coisa, cada região do espaço por menor que seja contém a configuração completa do conjunto.

O que acontece no Ixí (Terra) é ditado por todas as hierarquias das estruturas do Universo. Conta uma lenda que no princípio dos tempos existiam dois Enzas (Mundos), Céu espaço sagrado dos Nkisi, e o Ixí espaço dos seres vivos, no Ixí primitivo só existia água. Um dia Nzambi resolveu recriar o espaço para a humanidade que também o criaria, incumbiu seu filho primogênito Lembá Dilê (o nome mais sagrado) entregar a execução dessa tarefa, lhe entregou uma cabaça contendo ingredientes especiais a Terra escura inicial, a galinha de cinco dedos, uma pomba e um camaleão.

A Terra escura deveria ser lançada sobre a imensidão das águas a galinha de cinco dedos deveria ir ciscando a Terra para crescer o mais que pudesse, a pomba ao voar orientaria a extensão da Terra expandida e criaria o ar, e o camaleão atento a tudo observaria a execução da tarefa atribuída a Lembá para reportar os fatos a Nzambi. Com seu cajado e a cabaça da criação Lembá iniciou sua caminhada do Enza (Céu) para o Ixí (Terra).

Passou por Pambu Njila e não pagou as oferendas devidas mesmo tendo consultado Ifá (oráculo do destino) e sabendo do que devia fazer. Em consequência disso no meio do caminho Lembá se sentiu cansado e com sede ele parou para descansar, bebeu um pouco de vinho da palmeira do dendezeiro e embriagado adormeceu. Seu irmão caçula Nkassuté (mais um nome da família de Nzambi) o seguiu recolheu a cabaça da criação e levou a notícia do ocorrido a seu pai Nzambi, pedindo a ele que o deixasse cumprir as tarefas do seu irmão aquela tarefa de grande importância e Nzambi concordou.

E enquanto Lembá dormia Nkassuté criou a Terra dos seres vivos depois da galinha ciscar a Terra a pomba orientar a expansão do ar e o camaleão que deu origem ao elemento o fogo, a tarefa foi cumprida surgindo a criação da Terra firme. Lembá vendo o Mundo pronto mostrou um grande arrependimento do seu ato de irresponsabilidade perante a Nzambi. Para não se sentir tão humilhado Nzambi lhe deu um ato supremo de inspiração dar a Lembá uma tarefa de tanta importância quanto a primeira, criar o homem que habitaria a Terra.

Lembá usou o barro a água para esculpir bonecos inanimados de todas as formas e de todas as cores. Nzambi soprou nas narinas dos bonecos de barro trazendo o nascimento da vida humana, criando todos os seres viventes na Terra. Esse sopro da vida é chamado de Muenhu no candomblé Angola, neste momento estavam criados a Terra e o inicio da humanidade.

Mikaia a mãe de todos e dos grandes Oceanos.

 
Mikaia

Nkisi feminino das águas salgadas do Oceano do mar, cultuado no candomblé Angola Bantu. Mikaia senhora das águas, deusa do mar nível mitológico das sereias das grandes mães mitológicas. Juntamente com Ndandalunda se tornam a mãe da aguá, andam neste caminho Nkukueto e até Kissanga (que também é uma sereia), criou os Jinkisi e Minkisi com Nzambi Mpungu.

Nas histórias dizem que Mikaia foi liderada junto com Lembá Dilê e tiveram dez filhos, por amamentar a todos ficou com os seios enormes, impaciente e cansada ela saiu rumo ao oeste e conheceu as grandes terras no Mundo. Envergonhada de seus seios Mikaia pediu a Nzambi que nunca a ridicularizasse, ele concordou porém um dia começou a gracejar sobre seus enormes seios, entristecida Mikaia fugiu.

Desde o nascimento da Terra ela carregava uma garrafa com uma poção que sua mãe lhe deu para casos de perigo. Durante a fuga Mikaia caiu quebrando a garrafa de poção e fez se transformar em um grande rio cujo leito que seguia para o mar. Antes do ocorrido Nzambi que não queria perder Mikaia, transformou grandes montanhas para barrar o curso das águas, Mikaia pediu ajuda ao filho Nzazi e com um raio partiu a montanha ao meio permitindo assim que o rio seguisse para o Oceano.

A majestade dos mares senhora dos Oceanos sereia sagrada, Mikaia é a rainha das águas salgadas considerada como mãe de todos Jinkisi e Minkisi e protetora da família. Chamada também como a deusa das pérolas Mikaia é aquela que apara o Mutuê (cabeça) dos bebês no momento do nascimento.

Essa força da natureza também tem um papel muito importante em nossas vidas, ela que vai reger nossos lares e nossas casas. É Mikaia que vai dar o sentido da família a um grupo de pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto, ela é a geradora e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos transformando num grupo coerente.

Mikaia que proporcionará boa pesca nos mares regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo de seu reino. Mikaia é a onda do mar o maremoto a praia em ressaca a marola, Mikaia quem controla as marés ela quem protege a vida no mar.

Dia da Semana: Sábado.
Data: 2 de fevereiro.
Metal: prata e prateados.
Cor: transparente.
Partes do corpo: Mutuê (cabeça) inconsciente e equilibro mental cérebro (comanda o corpo).
Comidas oferendas: Milho branco, arroz, manjar branco com leite de coco e açúcar, acaçá branco, peixe de água salgada e bolo de arroz.