Quimbanda (Kimbanda), sua história, seus rituais o que significa.


Quimbanda 

Essa religião trabalha mais diretamente com os Exús e Pomba Giras, também chamados de povos de rua, de uma forma que não é trabalhada como na Umbanda pura. Essas entidades de acordo com a cosmologia umbandista, manipulam forças negativas o que não significa que sejam malignos. Geralmente estão presentes em lugares onde possam haver Kiumbas, obsessores, também conhecidos como espíritos atrasados. 

Os Exús e Pomba Giras trabalham basicamente para o desenvolvimento espiritual das pessoas, com o intuito de evolução espiritual além de proteção de seu médium. Como são as entidades mais próximas à faixa vibratória dos encarnados, apresentam muitas semelhanças com os humanos. A entrega de oferendas é comum na Quimbanda assim como na Umbanda, mas variam de acordo com cada entidade. Podem ser oferecidos bebidas alcoólicas tais quais cachaça (marafo), whisky ou conhaque, entre outras além de velas e charutos.

As sete linhas da Quimbanda:

Linha das Almas - Exú Omulu
Linha dos Caveiras - Exú Caveira
Linha de Nagô - Exú Gererê
Linha de Malei - Exú Rei
Linha de Mossuribu - Exú Kaminaloá
Linha dos Caboclos Quimbandeiros - Exú Pantera Preta
Linha Mista - Exú dos Rios / Exú das Campinas

No Brasil com a fundação da Umbanda o termo Quimbanda passou a ser usado para descrever trabalhos espirituais que dentro da cosmologia da Umbanda, não obedeceriam seus preceitos fundamentais não sendo no entanto necessariamente malignos.

Você já procurou um centro de Quimbanda, certamente não vai encontrar porque a Quimbanda é uma ramificação da Umbanda, esta religãonão existe fisicamente ela é uma entidade astral um quartel general dos Exús, das falanges, dos exércitos da infantaria, que desce nos planos mais baixos e inferiores. Servem para enfrentar os espíritos trevosos e buscar espíritos que queiram se redimir e voltar para o ciclo evolutivo.

A Quimbanda é usada como símbolo do mal por pessoas más por seres que encarnados ou desencarnados, que deturpam o uso da terminologia por culpa dos próprios donos de terreiros que não se interessam pelo lado esotérico. Por despreparo lidam com Kiumbas que se dizem Exús, e neste caso a idéia no plano físico passa erroneamente.

Kiumbas são espíritos desencarnados, trevosos com má índole mas também existem "kiumbas" encarnados que são os que fazem a magia negra, que procuram por essas forças que se deixam levar por elas, que querem explorar os outros a ter vantagens materiais.
A palavra Quimbanda se traduz segundo a Lei do verbos como o Conjunto oposto da Lei. De fato a Quimbanda exerce um papel contrário da religião Umbandista, embora no sentido equilíbrio uma vez que o Universo e suas leis se baseiam na harmonia dos lados opostos.


Mas como surgiu a Quimbanda?

Após a descida do ser espiritual ao Universo astral vários desses espíritos tomaram-se marginais cósmicos, pois traziam dentro de si a revolta a insubmissão e o ódio. Por afinidade estes seres foram atraídos às zonas internas de planetas semelhantes a Terra em seus locus subcrostais (umbral), habitando a contraparte astral destes ambientes.

Bem estes ditos como Marginais Cósmicos não podiam ficar por aí a vagar dentro de um círculo pernicioso tanto a suas consciências quanto a de outros seres. Estes tinham que ser trazidos de volta à luz e ao caminho da paz e da harmonia, sendo que tal condição deveria ser alcançada por eles através de seus próprios atos, direcionando-os a aprender por força das variações do Karma e conquistar esta harmonia, primeiro interiormente e depois exteriormente com as forças Cósmicas.

Umbanda e candomblé Angola, as suas diferenças e cultura.


Candomblé Angola e Umbanda

Tem a mesma influência na irradiação para incorporação mas ambas totalmente diferente, a Umbanda exerce o culto afro brasileiro que foi criada e iniciada aqui no nosso Brasil. O Candomblé Angola já existia no país da Africa e foram trazidos pelos africanos quando chegaram no Brasil. O Candomblé Angola tem sua cultura histórica, desde o tempo mais remotos pelo continente, chegando no aproximadamente século XV entre o ano de 1547, com a chegada dos primeiros navios.
 
O primeiro navio foi no Estado de Pernambuco e outros navios desembarcaram na Bahia em Minas Gerais. Vieram também africanos de diversas tribos de outras nações, Ketu e Jeje continuaram a praticar suas culturas no Brasil, e louvar os seus Nkisi. A onde deram inicio em construir o primeiro terreiro Nzo em nosso País e deram continuidade nos seus rituais e preceitos africanos. Diversas origens de tribos africanas vieram e também se estabeleceram aqui no Brasil onde implantaram suas crenças.

A Umbanda é uma religião que surgiu aqui no Brasil em 15 de novembro de 1908 na Cidade de Niterói, e reúne na sua filosofia os conhecimentos, essa religião abrange aspectos do candomblé, espiritismo e catolicismo. Adotou a forma de vestir os médiuns com roupas de baianas e utilizar o uso dos atabaques que são instrumentos de percussão. Nos seus trabalhos com o desenvolvimento usam as crenças dos sete Santo que são, Oxalá, Yemanjá, Oxum, Xangô, Oxóssí, Exú e Nanã. 

A Umbanda portanto advém do sincretismo católico sendo necessário na sua época de grande repressão das religiões africanas no Brasil, era proibido qualquer culto crenças de Santo da sua origem. Desta forma, deu-se início ao sincretismo religioso, através da associação dos Orixás aos Santos católicos, como uma maneira de livrar-se dos castigos e perseguições religiosas daquela época, e foi neste momento que foram permitidos a utilização de imagens nos cultos da Umbanda.

No Candomblé Angola não utilizamos a crença com imagens de qualquer Santo com o catolicismo, apenas cultuamos a essência da força vital das divindades os Nkisi. Os cânticos do Candomblé Angola são em línguas Bantu Kongo dialetos africanos. Os cânticos da Umbanda são em português, criado aqui mesmo no Brasil saudando a todos os Santo e os espíritos devotos de luz que são conhecidos como entidades.


Divindades e entidades 

No Candomblé Angola o culto é voltado unicamente as divindades que são considerados Minkisi (deuses) ou Jinkisi (deusas). Na Umbanda trabalham com entidades que seriam, catiços, caboclos, boiadeiros, pretos velhos, ciganos, marinheiros, baianos, as sete linhas entre outros. 

O Candomblé Angola tem á prática com fundamentos e ensinamentos diferentes da Umbanda. A doutrina que cultuamos aos devotos além das divindades, tradições com entidades wunje que é o mensageiro, exú protetor e guardião e o caboclo ou boiadeiro que é uma modalidade do candomblé Angola. 

Apenas essas entidades seguem a tradição, as pessoas que seguem o culto da Umbanda são permitida a incorporação de qualquer entidade ou Santo de luz. No candomblé Angola tem limitações para incorporação, homens somente incorporam no Nkisi, wunje, caboclo ou boiadeiro e no exú, mulheres somente incorporam no Nkisi, wunje, cabocla ou boiadeiro e por último na sua pomba gira. Um dos pontos que no Candomblé Angola e Umbanda são diferentes, quando se refere os rituais, ensinamentos, dialetos, tradição e doutrina.

Primeiramente devemos reconhecer e respeitar as tradições de cada uma, devemos também além de respeitar cada culto, separar as tradições e os seus ensinamentos entre ambas. O Candomblé Angola trás sua cultura de longa caminhada, não só aqui no Brasil ou na África mas pelo Mundo todo. 

Os africanos trouxeram os fundamentos e rituais para que possamos cultuar e respeitar a nossa ancestralidade, dando continuidade do nascimento de um filho dentro dos cultos africanos do candomblé Angola. Daí em diante preservar e levar os nossos costumes para um futuro, como foi recebido.
 
A Umbanda tem suas histórias que deve ser totalmente respeitada e tem o seu próprio valor, mas não tem afinidade e costumes com o Candomblé Angola ou com qualquer outra nação, a Umbanda ela contém sua própria origem, costumes, tradições e funções.

Ebó sua importância, para que serve, e seus rituais no candomblé.


Ebó

Uma proteção para qualquer pessoa que necessite de uma limpeza e purificação espiritual. Quando uma pessoa esta passando por problemas espirituais, profissional, familiar, saúde e por diversos motivos, o ebó é a melhor solução para obter uma limpeza espiritual e purificação, dando o total equilíbrio e abrindo o melhor caminho para quem necessita de uma vida melhor.
 
Primeiro precisamos acreditar e confiar no responsável que vai submeter a realização do ebó, e principalmente entender que pelo ebó poderemos ter um caminho aberto. Adquirir este ritual é como ter a prova concreta e conseguir o seu melhor resultado, acreditar que pode até mesmo nos livrar de um grande perigo, amenizando em situação como evitando um acidente, perdas, doenças, eguns, demanda, feitiçarias, macumbas, perdas de trabalho, negatividade e de qualquer problema eventual que possa causar com essa pessoa.

Quais são os tipos de ebós 

Existem ebós de todos os tipos positivos e também negativos, procuramos usar aquele que tem o melhor resultado e pode ter diferentes afinidades como, ebó exú, ebó espirito pagão, ebó egum, ebó de carrego, ebós de axexê, ebó de prosperidade, ebó de estrada, ebó de cachoeira, ebó de praia, ebó nos trilhos de trem, ebó de rua, ebó nas matas, ebó de saúde, ebó de rio, ebó do mar, ebó de cemitério, ebós contra vícios, ebó de caminho, de todos os tipos para mil e uma finalidade. Ebó para obrigação e proteção para os Mona Nkisi é importantíssimo.


O ebó não espera um dia ser feito, se for solicitado procure fazer o mais rápido possível, ele passará no seu caminho e será satisfatório. O ebó está todos os dias dentro de um Nzo, no momento que entramos na casa, saudamos a entrada com uma quartinha de barro com água passando por cima da cabeça (Mutuê), e despachando na rua. Serve para esfriar o corpo e tirar qualquer influência ruim e não deixar entrar no Nzo, isso é um ebó, é mais usado quando tem Muzenzas recolhido.

O banho de ervas preparado com folhas (nsabas) é um ebó medicinal que vem da energia do próprio Nkisi Katendê. Se você se submeteu á qualquer ebó será de suma importância tomar um banho de maionga, ele é o sangue verde das folhas a essência viva da natureza. Se faz ebó para todos os tipos de problemas, para resolver o que você mais precisa em sua vida, somente com fé e acreditando no ebó que tudo dará certo.

Os que são iniciados precisam sempre tirar um ebó, para manter limpo e estar em sintonia com seu próprio Nkisi, ter a melhor suavidade importância na sua vida espiritual. Dar ao seu Nkisi um corpo limpo pra uma boa incorporação e manifestação pura.

Explicação sobre as obrigações de ano, e cargo no candomblé Angola


Prazo de Obrigações

Após a feitura e o seu batismo antes de completar seu primeiro ano de obrigação o Mona Nkisi ainda terá alguns preceitos a serem cumpridos, não incorporar em entidades como Catiço, Exu ou Pomba Gira durante o seu primeiro ano até a obrigação. Após sua obrigação de um ano continuará com alguns preceitos até sua maior idade para se tornar um Tata ou Mametu, ou apontado com um cargo no Nzo, nesse momento será quebrado todas as kijilas do preceito.
                                                       
Com um ano de nascimento o Mona Nkisi deverá fazer a sua obrigação, como é maravilhoso poder comemorar o seu primeiro ano de nascimento e o reforço dos seus votos. Nessa ocasião passa por alguns rituais a serem tomados, são feitos com ebós, Kibane Mutuê (bori), Orô com sacrifícios de animais diversos, e serão oferecidos oferendas para o primeiro e o segundo Nkisi, com apenas uma saída celebrando com uma Kizomba.

Ao completar seus três anos será renovado com obrigação são os mesmos, ebós, kibane Mutuê, Orô com sacrifícios de animais diversos, e serão oferecidos oferendas para o primeiro e o segundo Nkisi,  com apenas uma saída. Caso o Tata ou Memetu necessite de um ministro no Nzo para poder auxiliar, será confirmado com Nkisi da casa se este Mona Nkisi pode receber na obrigação um cargo para exercer a função de Tatetu Ndenge (pai pequeno) ou se for filha Mametu Ndenge (mãe pequena). Pode receber o cargo na obrigação de um ano ou na de três anos.

São filhos que nasceram para serem ministros no Nzo e que não tem história para abrir casa. A obrigação de cargo requer muita estratégia, o Mona Nkisi recebe alguns direitos no Nzo, esta obrigação é diferente daqueles que serão Tata ou Mametu um dia. Somente quando completar sete anos receberá a Cuia ou Deká, com tudo que vai precisar para ser um sacerdote ou sacerdotisa. 

Para ser um Tatetu Ndenge nesta obrigação de três anos o zelador troca o estilo do Mona Nkisi de se vestir, trocando sua roupa de ração para roupas de rechilieu. Uma faixa será colocada no Mona Nkisi, escrito Tatetu Ndenge ou Mametu Ndenge, serão tronados e receberão autorização do Nkisi da casa e do sacerdote para sentar em tronos no Nzo. 

Também é neste momento que o zelador retira seus fios de conta de Mona Nkisi, mocrãn, suas sendalas, os Idés, para receber seus fios de grau significando que aquele filho tem um cargo no Nzo. Está celebração somente acontece com uma Kizomba., pessoas presentes serão testemunhas que aquele filho na casa esta recebendo um cargo.

Obrigação de cinco anos somente ebós, Kibane Mutuê, grãos secos e serão oferecidos oferendas para o primeiro e o segundo Nkisi, com fundamentos para o filho que esta recolhido. Em todas as obrigações de 01,03,05,07,14 e 21 será colocado o Kelê antes do Orô (obrigação), o prazo do preceito são apenas 07 dias.


Obrigação de sete anos Deká

Quando o Mona Nkisi completa sete anos de feitura ele estará alcançando a sua maior idade se tornando um Tata ou Mametu, ele irá receber sua Cuia ou podemos dizer de Deká, o futuro desse Tata ou Mametu será representado na cerimônia, elementos que serão entregues são fundamentais para que ele possa exercer a sua função sacerdotal.

Serão entregues os búzios a navalha e tudo que precise para exercer seu cargo de sacerdote. A partir deste momento está pronto para assumir suas funções, se tornando dono de seu próprio Nzo na sua comunidade. Filhos e filhas que nasceram para ter cargos como ministros no Nzo não podem abrir casas.

Outras duas obrigações que são necessárias, quando forem completados a de 14 anos e de 21 anos, neste momento estará completa todas as suas obrigações, e todo ano reforçar apenas com um Kibane Mutuê.


Importante:

As obrigações do candomblé Angola não podem ser adiantadas, ou seja dar antes do prazo, precisa ser respeitado no tempo certo para que sejam realizadas, caso adiante as obrigações elas não serão aceitas por motivos de não ter completado sua idade cronológica.
 
Pessoas que não passaram pela feitura e pelo batismo, e não tiveram as obrigações feitas corretamente, exemplo por vontade própria recebeu apenas o Deká, isso se torna uma falta de respeito com todos da Nação e jamais será aceito. Perde tudo que foi feito e não terá validade algum, continuará sendo uma Muzenza sem batismo perante a Nação, divindades, entidades e á todos.

Muzenza / Mona Nkisi o começo no candomblé Angola.


Muzenza / Mona Nkisi

Os filhos de Santo no candomblé Angola iniciantes antes da sua feitura são chamados de Muzenza, quando tem sua feitura e o batismo são chamados de Mona Nkisi (filho ou filha de Santo), eles são filhos recem nascido do Nkisi. Mas nem todos são preparados para receber o dom de incorporação de um Nkisi, tem aqueles que nasceram para auxiliar e serem ministros do sacerdote ou sacerdotisa.

São aqueles que cuidam dos Mona Nkisi quando estão em incorporação, são os que já são mais velhos no Nzo estão alí para ajudar o Tata ou Mametu com as iniciações dos mais novos, ajudam no sacrifício dos animais e nas tarefas do terreiro, para dias de cerimônia os que tocam as Ngomas são chamados de Tata Kambondo. As ministras como Makota, Kota e a responsável pela cozinha Kota Rifula que prepara todos os pratos dos Nkisi e faz os alimentos para que possamos inguidiar (comer).

O jogo de búzios são usados para confirmar e vai dizer qual é a função de cada um. O Mona Nkisi tem seu caminho certo para seguir dentro dos cultos do nosso candomblé Angola, a entrada para essa hierarquia vindo da própria indicação do Nkisi.


Qual a importância de bolar no Santo.

O Muzenza antes de submeter o caminho de iniciação no candomblé Angola passa por um bolonã que nada mais é bolar no Santo. O Tata ou Mametu marca um dia para esta cerimônia de iniciação para o filho que vai nascer dentro das práticas e costumes do nosso candomblé. 
Uma Kizomba será feita apenas uma celebração com cantigas e danças para alguns Nkisi, nas cantigas de Kidembo/Tempo, nesse momento o Muzenza vai passar a entrar em transe e bolar no chão, isso significa que o Nkisi esta pedindo sua feitura, o muzenza vai passar por todas as tarefas dentro do prazo de 21 dias recolhido no Idemburu (ronkó).

No Idemburu nesse prazo de 21 dias recolhido o Muzenza começa a montar seus fios de conta um com 07 fios na cor do seu Nkisi, segundo com 05 fios na cor do seu segundo Nkisi, o terceiro com 05 fios na cor do Nkisi do Nzo e por último cinco fios na cor branco de Lembá, todos serão fechados com búzios e firma pelo Tata, precisam também serem feitos o mocrân, suas sendalas, contra eguns um em cada braço, uma umbigueira, será utilizado a palha para poder montar e não podem ser comprados em lojas. Terá os idés quatro na mão direita e três na mão esquerda nas cores exata do seu Nkisi.

Terá um padrinho e uma madrinha de Lumi, que tenham cargos e não precisa ser do próprio Nzo, são aqueles que serão testemunhas da sua história e participaram da sua feitura até o Orô Maior (são os sacrifícios no ronkó) e terão cada um uma vela própria para o batismo. Esses serão seus padrinhos e devera sempre ter respeitos a eles, foram eles que testemunharam o seu nascimento e o batismo no candomblé.

A partir desta data o Muzenza tem que se submeter aos rituais de iniciação cerimônias com ebós, Kibane Mutuê (bori), ensaios com dançãs, aprender todas as rezas dos nossos costumes o Ingorocí, passar por disciplina, ritual com sacrifícios de animais diversos, receber o batismo, quatro saídas uma somente no halá pano branco a segunda serão nas cores branca e a terceira nas cores nas do seu Nkisi, na cor branca e outra na cor do Nkisi do Nzo, quarta com a saída para dança e finalizar até o ritual do Orunkó, e nesse momento em diante ele vai deixar de ser uma Muzenza e vai passar ser um Mona Nkisi. A sua contagem cronológica de tempo de vida no candomblé começa após o Orunkó do Nkisi que será na sua quarta saída, com cantigas, danças e muita alegria.

Um recém iniciado passa por suas obrigações até ficar mais velho, mas antes ele passa por deveres e terá algumas restrições com seu comportamento e disciplina no candomblé. O tempo do preceito é o período em que o Mona Nkisi vai passar utilizar o Kelê, um colar de contas com missangas, búzios e firma que são fechados no dia do Orô (obrigação), que fica junto ao pescoço simbolizando uma aliança entre o filho e o Nkisi. 

O Tempo de uso do Kelê é de três meses, enquanto usar o Kelê ele deverá manter o preceito, vestir sempre o branco, se for homem usar um boné simples todo branco, se for mulher usar um torço simples, quando estiver na rua cobrir o Kelê com uma fita grossa branca escondendo dos olhos do povo, comer com as mãos em um prato de agatá, somente beber líquidos em um copo de dilonga, sentar somente no chão com uma esteira ou decisa, tomar banho de bacia com água morna usar somente sabão da costa. Não pode pintar as unhas por um ano, não pode usar salto alto somente calçados simples, não pode usar nenhum tipo de maquiagem, está proibido as relações sexuais durante o prazo do Kelê.


Não pode beber bebidas alcoólicas, ir na praia, rios e cachoeiras, não pode ficar na rua das 22:00hs ás 06 da manhã, comer pimenta, caranguejo ou siri, passar em frente a encruza de x contornar do outro lado, se estiver na rua quando o relógio bater 12:00hs ficar de baixo de uma cobertura esperar 05 minutos e pode continuar.

Ir ao Nzo nos dias da semana do Nkisi do Tata ou Mametu, no dia do seu Nkisi e na sexta feira dia de Lembá sempre dar dobalê e bater Paó. Não pode incorporar em catiço e Exú por um ano. Não pode discutir com os mais velhos, com os irmãos no Nzo porque agindo desta forma o Nkisi incorpora no Mona Nkisi ele responde na hora, se estiver no Nzo ouvir um galo cantar o Nkisi responde, se desobedecer os preceitos do Kelê o Nkisi responde pode está em qualquer lugar, jamais sentar em tronos ou cadeiras polo período de um ano, sentar em trono somente quando tiver um cargo.

Essas são algumas regras citadas para os três meses com o Kelê. Sabemos que o preceito é longo e tem muitas tarefas para serem ditas e praticadas, apenas um resumo para entender e dar o seu maior valor, amor e fé no que vai fazer.

Para a retirada do Kelê após os três meses não precisa de uma Kizomba, o Tata marca um dia especifico para a retirada do Kelê, é nesse momento na queda do Kelê que o Nkisi solta o seu primeiro Ilá um grito como se fosse um nome mas não é, seria sua marca um eco um registro sua própria marca uma forma astral, um ser divino um guerreiro ou guerreira. Após a retira do Kelê o Mona Nkisi ainda terá o seu preceito de 07 dias de Lembá utilizando os mesmo preceitos até completar seu período. 

Para finalizar todo esse processo do preceito o Tata/Zelador vai retirar as kijilas quebrando os preceitos de dia as 6:00hs da manhã, para que o Mona Nkisi possa ter sua vida normal, mas respeitando sua disciplina no Nzo, respeito e cumprindo sua caminhada até sua maior idade.

Nem todos os terreiros seguem à risca de todos os preceitos, mas tem que ser obedecidas conforme manda os fundamentos da nossa ancestralidade e tradições. A parte do compromisso do Mona Nkisi com o seu Nkisi junto com o Tata ou sua Mametu, o filho terá que manter sua disciplina sempre. 
As obrigações não terminam por aí o Mona Nkisi que agora já e batizado recebe sua dijina (nome de batismo) após a queda do Kelê, e terá que cumprir suas obrigações seguintes.
 
A obrigação de um ano, três anos, cinco anos e a de sete anos, neste longo prazo pode se tonar um Tata (pai) ou Tatetu Ndenge (pai Pequeno), dependendo da sua história. O Tata irá verificar tudo antes de completar sua obrigação de ano, pode ter o cargo de Tatetu Ndenge caso não tenha história para abrir seu Nzo, na sua obrigação de um ano pode receber a sua faixa de cargo como Tatetu Ndenge.

As obrigações precisam passar por sacrifícios de animais e aves, ebós, Kibane Mutuê, oferendas, toques com uma Kizomba. Importante ressaltar que o filho somente é raspado uma unica vez, por isso que o nascimento dentro dos cultos no candomblé Angola é fundamental. É de total responsabilidade do Tata ou Mametu de forma alguma cometer erros durante todo esse processo de iniciação.

Vídeo com mais explicação sobre o iniciado no candomblé Angola edição especial.


Atabaques (Ngomas) no candomblé Angola.


As Ngomas

O som é a primeira relação com o Mundo e com a energia espiritual desde o ventre materno. Abre canais de comunicação que facilitam o tratamento e a ligação entre o modo de zuelar (cantar) louvar para os seres da nossa mãe da natureza. Além de atingir os movimentos mais primitivos, a música tem como elemento ordenador que organiza a pessoa internamente.

O som e as cantigas entoadas são como um condutor do Nkisi é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os nossos Nkisi, são sinfonias africanas sem partitura. Os atabaques que chamamos de Ngomas são os principais instrumentos da música do candomblé Angola, cuja execução e de toda responsabilidade dos Tatas Kambondos, as batidas nas Ngomas devem ser somente tocadas com as mãos.
 
As Ngomas são de origem africana usados em todos rituais típicos do candomblé Angola. De uso tradicional da música ritualística e religiosa, são utilizados para convocar os Nkisi. Ngomas tem a maior importância dentro dos cultos afros brasileiro, cada Nzo (terreiro) tem suas próprias Ngomas que são apenas usados somente em três partes.

Cada uma referência um Nkisi do Tata ou Mametu, a maior Ngoma representa o Nkisi da casa ou seja o Nksi do zelador ou zeladora, a segunda Ngoma o segundo Nkisi, a terceira Ngoma menor o terceiro Nkisi. As Ngomas no candomblé Angola são objetos sagrados e renovam anualmente o Axé, são usados unicamente nas dependências do Nzo, não saem para a rua de forma alguma, como os que são usados nos Afoxés, estes são preparados exclusivamente para o uso somente dentro do terreiro.
As membranas das Ngomas são feitas com os couros dos animais que são oferecidos aos Nkisi. Quando a Ngoma é nova comprado na loja, geralmente o couro é descartado, só depois de passar por rituais é que poderão ser usadas no terreiro.

As Ngomas no candomblé Angola só podem ser tocados por Tata Kambondo, somente os Tata Kambondo que começam o toque e terminam. Quando termina uma Kizomba festa as Ngomas são cobertas com um pano branco, para evitar que nvumbis eguns penetram dentro delas. Através do desempenho das Ngomas que os Nkisi vão executar a sua coreografia de dança, sempre acompanhando os toques nas tradições Bantu Kongo.

Padê de Exú, como praticar esse ritual.



Padê de Exú

Um ritual para ser executado antes de qualquer cerimônia interna ou pública no candomblé, Exú é sempre o primeiro a ser homenageado. Antes de iniciar qualquer cerimônia é obrigatoriamente servir o padê de Exú.


Padê pode ser preparado de várias formas o principal a farinha de mandioca grossa misturada com mel, água, azeite de dendê e cachaça. São colocados em um alguidar de barro não pode servir em bacia de plástico ou prato de louça. Pode ser misturado com dois ou três tipos de padês no alguidar separados ao meio, um alimento que será oferecido a Exú.


Alguns costumam dizer vou despachar o Exú, mas na verdade se pronuncia vou despachar o padê. Neste ritual do padê estamos apenas colocando o Exú como guardião e como mensageiro, aquele que vai proteger o Nzo (terreiro) de qualquer desavença que possa prejudicar a cerimônia que será executada. Ter a total segurança e avisar o Nkisi que o Nzo esta seguro, e que todos possam se manifestar para a cerimônia.


Exú é o mercúrio africano o intermediário necessário entre o homem e o sobrenatural, o intérprete que conhece ao mesmo tempo a língua dos mortais e dos Jinkisi (deuses), ele é o encarregado de tudo. O padê não tem outra finalidade a não ser trazer a melhor segurança para o Nkisi e para todos que na cerimônia estarão presentes.


O padê é celebrado por duas pessoas de cargos no Nzo, os mais antigos da casa com som de cânticos e danças, sobre direção do padê no centro do Nzo diante de uma quartinha de barro com água, uma vela branca e um alguidar de barro contendo padê o alimento do Exú , que será entregue por um Tata, Mametu ou uma Makota.


Sabemos que os cuidados dentro do Nzo é de extrema segurança, se não despachar o padê antes de iniciar a cerimônia, pode causar grandes problemas durante a celebração como intrigas, desentendimentos, causar negatividades para aqueles que estão presentes, e pode influenciar maus espiritos pertubadores no decorrer do período da celebração, o Nzo fica totalmente desprotegido. Por isso o padê não pode faltar, Exú é o primeiro a ser oferecido, esses Exús são os donos da rua não pertencem ao Nzo.


Lembrando que a quartinha com água, vela e o padê serão levados para fora do Nzo onde serão despachados na rua, somente o padê e a água serão despachados. A quartinha será colocado água, e a vela serão colocados ao lado do Exú Onãn, com um propósito de agradecimento a Kizomba (festa) que vai ser realizada, e nesse momento pode começar.