Cumieira ligação entre o Céu e a Terra, e seu significado no Candomblé.

Cumieira ou cumeeira (Angomi Duilo)

Uma palavra que tem o significado de ser a parte mais alto, entre as extremidades do teto ou telhado. Em todas as Nações do Candomblé tem sua própria cumieira. O povo Bantu do Candomblé Angola também possui sua própria cumieira, por cultuarmos nossas divinas Divindades.

Ela é formada em um caixote de madeira fechada somente a parte de cima e a parte de baixo, com apoio somente nas laterais, deixando assim visível, para que todos possam ver a grande extrutura do Nzo (terreiro), com um toque na cor branca. A parte fundamental desta cumieira é a ligação com o Céu e a Terra, imaginando o Céu sobre nossas cabeças, a cumieira fica acima do Ntoto, por isso que faz essa junção.


Qual a Dinvidade que nos guia em todos os momentos sobre a cumieira.


O único que comanda e observa tudo que se passa dentro do Nzo, e que faz parte da nossa vida, o primeiro criado, filho de Nzambi Mpungu, Lembá Dilê.


Lembá Dilê é o único que fica sobre a cumieira, é colocado um Ybá de louça na cor branca sobre a cumieira, não á necessidade de ser grande mas um que mostre a todos que no Nzo, tem uma proteção divina sobre todos que nela está, e mostrar a todos Minkisi e Jinkisi (deuses e deusas) que seu pai esta sempre presente em todos os momentos.
Sabemos que Lembá esta sempre nos guiando e olha por nós em todos os lugares que estamos, mas felizes em saber que no Nzo através da cumieira, esta nosso pai em todos os momentos que cultuamos nossas celebrações.


A cumieira faz parte entre todas as Divindades que no Nzo se encontram. O Nzo passa a ter mais influências mandada por Lembá, tudo de bom pode acontecer, quando fazemos os rituais corretos.


A cumieira é pura ninguém pode tocala a não ser o seu mais velho, Zelador ou Zeladora (Tata ou Mametu). Em uma extrema urgência um Kambondo ou uma Makota de confiança pode mexer na cumieira, rodantes de forma alguma mexe na cumieira mesmo com cargos, caso um subir acima da cumieira, emidiatamente o seu Nkisi faz a sua maniféstação, em respeito a pureza de Lembá seu pai criador.

Cumieira precisa de respeito e segurança, Lembá esta em todos os momentos sentindo tudo que passa no Nzo e com todos que estão abaixo dele. Devemos ter cuidado, qualquer palavra com falta de respeito, palavrões, entrigas, discussões, gritos, correr sobre Nzo (terreiro), vestimentas inadequadas, desrespeito com qualquer Divindade ou Entidade, vão desagradar a Lembá.


Os filhos da casa precisam ter disciplina e respeito sobre tudo, porquê se não tiver e agir errado dentro do terreiro, irá quebrar todo axé da casa, trazendo grandes complicações ao responsavél do Nzo, o Zelador ou a Zeladora.
A cumieira não pode ser posta com uma coluna, ela precisa ser livre fixada ao teto no meio do terriero livre como o Céu e a Terra, colocar Divindade na cumieira que seja somente Lembá Dilê, ele é o lider acima dele somente nosso Deus criador (Nzambi Mpungu).


Essa é a forma de agradar Lembá sobre tudo que fazemos no Nzo, cultuando certo para que pedimos e adquirimos bons resultados, Lembá esta sobre nós, observando dia e noite, abençoando todos aqueles que respeitam e mantém a dignidade sobre o Céu e a Terra.

Nkisi Kaviungo, celebração de Kukuana, como celebrar e cultuar.

Kukuana 
Sentido cerimônial ritualístico que significa "Reunir, Dividir " e minimizar as mazelas de doenças que possam atingir os membros da nossa comunidade no decorrer do ano vigente.

Kukuana uma celebração ligada a todos Jinkisi e Minkisi que formam a familia Daoméia, com principal o pai da terra Nkisi Kaviungo. A familia Daoméia são todos ligado ao tempo: Kidembo, Matamba, Katendê, Hongolo, Nzumbarandá, Angoroméia e Kaviungo, esses Minkisi e Jinkisi (deuses e deusas) formam a familia Daoméia mais conhecidos como os Daomeanos.


Nkisi Kaviungo tráz a sorte ligado a colheita de alimentos produzido pela terra. Esta cerimônia é celebrada no mês de agosto, a importância é agradecer a Kaviungo pelas maravilhosas colheitas que a terra nos oferece durante todo ano.


No mês de agosto do dia 01 até o ultimo dia deste mês é de costume colocar o assentamento de Kaviungo no centro do Nzo (terreiro) com sua oferenda o deburu (pipoca). Sua cerimônia acontece sempre no ultimo sábado do mês de agosto. Para este ritual é necessário seguir nossos costumes com rezas, fundamentos e rituais, Kaviungo ele reina neste mês, e devemos assim manter nossos respeitos esse pai tão maravilhoso.


A cerimônia de Kukuana tem uma tradiçâo antiga, os próprios Jinkisi e Minkisi cultuavam essa celebração em agradecimentos a Kaviungo, pela coleita e por semear com fartura tudo que foi plantado e colhido durante o ano. Hoje todos nós que cultuamos nossa tradição no Candomblé Angola, trazemos essa riqueza entre nós o povo Bantu. Kaviungo sempre foi um Nkisi humilde, com ele todos se alimentam, ninguém pode ficar sem Nguidia (comer).


Nem todos Jinkisi e Minkisi participam desta cerimônia, como também são servidos apenas alguns alimentos, somente sua familia os Daomeanos participam e com a presença fundamental de Lembá Dilê e Mikaia que são os maiores criadores de tudo sobre nosso Mundo, e são os pais de Nkisi Kaviungo. Kukuana é uma das Kizombas (féstas) mais bonita para celebrar e festejar, todos os Nzo de nossa Nação Angola saudam Kaviungo.
A finalidade da Kukuana tem vários sentidos, trazer saúde, fartura de alimentos, e um dos principais, suprir as necessidades de força e energia a nossa alma e espirito.


O deburu (pipoca) de costume é sempre servido com maior estilo, em um tabuleiro de madeira, os alimentos são servidos em folhas de mamonas (lavadas com aguá morna), um costume ja antigo, os nossos Jinkisi e Minkisi faziam a mesma celebração como fazemos hoje.
Após Nguidia (comer), passar a folha de mamona sobre a cabeça, isso é muito importante e colocar em um balaio para ser despachado em forma de agradecimento, por esse dia especial, que acontece uma vez por ano.


Que neste mês de agosto Tatetu Nkisi Kaviungo possa abençoar sua vida com saúde, sabedoria, e fortalecer seus caminhos, nesse longo trajeto que nós leva a vida dentro dos cultos do nosso Candomblé Angola.

Nkisi Kabila o criador e pastor de animais e aves.


Sabemos que nossos Jinkisi (deuses) e Minkisi (deusas) tiveram um papel fundamental com a importância e o desenvolvimento com o Mundo que vivemos. Cada um teve e tem suas habilidades de criar tudo o que é de necessário para o nosso planeta. Hoje vou citar um dos mais belos criadores da existência de todos os animais e aves que vivem em nosso Mundo.

Em todas as criações que nosso criador Nzambi Mpungu fez, todos Minkisi e Jinkisi tiveram um trabalho longo para cumprir. Mutakalambô fez a criação das grandes florestas antigas, foi o pai de uma das maiores criações existente aqui na Terra. As florestas mais novas criadas hoje por Mutakalambô, mas tudo tem um comprimento para manter a Terra viva e saudável, a grande floresta já com sua existência precisava de um ponto para continuar com sua beleza e forte, mas o que faltaria, qual seria esse toque final.


Nkisi Kabila o criador e pastor, a criação dos animais e aves.

Mutakalambô pediu orientações a seu pai Nzambi, ele sabia que tudo estaria perfeito e que o Mundo seria de grande abundância com a natureza. Nzambi ouviu as preces de seu filho e pediu a Mutakalambô que aguardasse que seu pai faria uma nova existência e que daria mais vida as grandes florestas no Mundo, Mutakalambô esperou, aguardo e obedeceu as ordens de Nzambi.

Nzambi tão amoroso com tudo e feliz com as criações de seus filhos, fez a sua mais divina criação, aquele que andaria junto, assim veio o Nkisi Kabila o criador de todos os animais e aves que viveriam na Terra, Nzambi deu o dom a Kabila para criar e zelar por todos os animais e aves que na Terra habitaria. Kabila muito ancioso começou a criar as primeiras especies, a vida animal na Terra.

Nzambi viu que Kabila tinha amor a os animais e as aves e o chamou de o grande pastor, aquele que deu uma vida as grandes florestas criadas por seu irmão Mutakalambô.
Kabila fez um papel excelente perante a todos os Jinkisi e Minkisi, nem eles imaginariam que Kabila tão simples daria o melhor para deixar Nzambi tão feliz. Kabila tem um gênio muito forte e ciumento com suas criações.


Como surgiu a primeira oferenda com animais e porquê fazemos esse ritual.


Pambu Njila ficou rodeando as florestas, admirando e começou a imaginar como seria bom saciar sua fome com aqueles animais. Kabila zeloso vigiava toda sua criação, que se multiplicaram com fartura. Kabila começou a sentir falta de alguns animais que estavam se multiplicando, eram grandes especies que teria uma história na Terra. Kabila logo alertou Nzambi da falta das especies que tanto cuidava, Nzambi logo sentiu a sede de animais que Pambu Njila estava tendo. Kabila muito esperto montou uma armadilha, e saberia quem estava se alimentando dos seus animais.


Pambu Njila sem saber caiu na armadilha de Kabila, começou uma guerra entre os filhos de Nzambi, uma guerra que durou dias. Nzambi em seu coração ouviu a tristeza de Kabila, causada por Pambu Njila, todos os Jinkisi e Minkisi (deuses e deusas) foram chamados.
 
Pambu Njila furioso atacou Kabila e seus animais, Mutakalambô chegou e viu que quase tudo feito por Kabila deixaria de existir, devido a sede de Pambu Njila por sangue (menga) dos animais, Mutakalambô separou os dois dessa tragédia mas nada adiantou. Nzambi furioso pediu a Matamba que lançasse um grande fogo e um furacão sobre todos seus filhos na Terra. Pambu Njila parou de confrontar seu irmão Kabila, arrependido do que fez, Pambu Njila pediu perdão a seu pai Nzambi.

Kabila jamais perdoaria seu irmão pelo que fez, mas Nzambi amava todos e queria que tudo pudesse ser resolvido, Nzambi viu que não só Pambu Njila sentia sede e vontade por menga (sangue) mas todos queriam se alimentar dos animais. Nzambi declarou que todos Jinkisi e Minkisi desse dia em diante pudessem alimentar de alguns animais e aves.

Nzambi disse a Kabila que a criação da humanidade além de se alimentar de grãos e de folhas também se alimentariam de alguns animais e aves. Kabila com amor a Nzambi continuou sua tarefa mas que não ficaria sempre cuidando de sua criação, pois ele sabia que a criação da humanidade também destruiria o que ele criou. Ele disse a Nzambi: Farei meu papel como filho e pastor, com todos os animais e aves que criei, mas ficarei na Terra isolado sem ninguém a o meu redor, apenas os animais me ouviram e saberão a onde estou.


Kabila o criador dos animais e aves o grande pastor, aquele que vive e zela pela sua criação. Muito pouco, são os filhos de Kabila, existem poucos hoje em todo o Mundo.

Seus símbolos: São vários e todos ligados à caça ou à defesa, sendo o mais conhecido o arco e flecha.
Dia da semana: Quinta feira, em sua homenagem sua cor tradicional cultuado no candomblé Angola a cor verde espelhado.
Oferenda ritual mais comum: O milho amarelo cozido e enfeitado com fatias de coco. Também pode lhe oferecer grãos torrados e frutas em abundância.
Suas Cores: Verde turquesa, verde opaco, verde espelhado, somente a cor verde.

Sexta feira dia sagrado com o preceito.

Sexta feira dia dos preceitos em respeito a Lembá.

Na mitologia dita por nossos ancestrais temos que preservar a sexta feira com os preceitos, todos que passam pelos encinamentos de iniciação são instruidos em preservar a sexta feira com o preceito. Sabemos que existem regras para manter o preceito, o principal a vestimenta roupa branca, não pode consumir bebidas alcoólicas, não ter relação sexisual. Esses são uns dos principais, mas tem outros que não podem ser feito no dia de sexta feira por exemplo: Trabalhos com rituais, não podem entrar em quartos ou acender velas para as Entidades Exús e Pomba Giras, envocar trabalhos de encorporação com Dinvidades ou Entidades, nenhuma celebração ou cerimônia deve ser feita neste dia, jogar búzios, somente em uma extrema necessidade. Caso uma pessoa precise de um ritual para saúde, onde possa ser usado grãos brancos e a canjica, poderá ser feita.


Mas porquê sexta feira não podemos fazer rituais, vejam.


O primeiro preceito a ser cumprido.
Em nossas histórias no Candomblé a relatos que nosso Mundo foi criado por nossas Divindades, o criador Lembá Dilê e Nkassuté Lembá, iniciaram a criação da Terra e de tudo que nela existe. Enviados com a permissão de Nzambi Mpungu, a sexta feira foi declarado com um descanso, desses belos criadores da vida terrestre e de toda natureza que nela habita, Nzambi pediu para descançar na sexta feira. Os trabalhos continuaram no dia seguinte e na sexta feira não haveria trabalho algum apenas o preceito, não poderam trabalhar com o envolvimento no Mundo. Esse dia foi concebido a Lembá o grande preceito, manter respeito ao criador Nzambi Mpungu.


Hoje em dia alguns mantém os preceitos, o dia de sexta feira, mas seria bom entender que nossos cultos tem uma lenda, uma história a ser cumprida, com todos os passos que damos no caminhar de nossas vidas ao Candomblé.


No recolhimento de um Muzenza para a feitura do seu nascimento de 21 dias, mais 03 meses de kelê e 07 dias de Lembá, tudo isso envolve um preceito. Um ritual de corte (sacrificio de animais), Ebós (ritual de limpeza), Kibanê Mutuê (bori), Obrigações de ano todos passam por preceitos.


Sexta feira Santa dia de preceito.


A sexta feira Santa é um dia de cerimônia em toda nação do Candomblé, é ainda mais que especial para o nosso povo, que guarda fielmente os preceitos que envolvem este dia, mesmo com a consciência que em verdade o sincretismo católico foi uma estratégia de resistência, nos legou uma herança cultural e histórica. Tal momento é tão significativo que nos conduz a respeitar este dia e seguir as tradições assim como nossos ancestrais cultuavam e respeitarão.
Ao contrário de muitos radicais, o Candomblé adota uma postura pacífica e de respeito a todas religiões crenças e doutrinas, rendendo neste momento à sexta feira Santa, nosso respeito e homenagens com grandes estilos.


A pessoa que não cumprir com os preceitos terá problemas futuros, e perderá toda a essência do trabalho que foi equivocado ou realizado.
Mas para ter um bom preceito devemos seguir nossas tradições, respeitando o que aprendemos e levando a frente nossos esforços, para que nosso Nkisi possa nos glorificar com suas forças e energias que envolve nossa vida.
Fazemos o certo e assim mostramos que temos cultura pelo que aprendemos e encinamos, os preceitos nos encina á madurecer nossos encinamentos e o respeito a cultura do Candomblé.