Frases e Cumprimentos "KIMBUNDU"

O Kimbundu é a língua Bantu, falada em Angola principalmente na região de Luanda, Catete, Malanje, Bengo e áreas de fronteiras no Norte, Centro, Kuanza Sul é falada por mais de um milhão e meio de pessoas. Faz parte da grande família de línguas africanas a que a partir do século passado os europeus convencionaram em chamar de Bantu.

Esta matéria foi elaborado com o intuito de ajudar todos aqueles que manifestam preocupação em conhecer alguns comprimentos e palavras da língua portuguesa com as línguas africanas, neste caso o Kimbundu.

Neste artigo vamos conhecer alguma frases e comprimentos no dialeto Kimbundu.

Cumprimentos mais comuns em Kimbundu:

Kazola: Significa "meu amor" e deriva do verbo kuzola, "amar".

Nzola: Também é usado para se referir a "amor" é um nome muito comum para meninas em Angola. 

Mwazekele: Bom dia

Mwanange: Boa tarde

Ngoloxeno: Boa noite

Mwazekele Mwanambundu: Bom dia meu povo

Mukuiu: Significa "pedir bênção"

Mukuiu Nzambi: É uma forma de expressar a reverência aos ancestrais e, ao mesmo tempo, a fé em Nzambi.

Tuna Nzambi: Que Deus te abençoe

Kuzediwa: Ser feliz, (utilizado para parabenizar)

Wazediwa ku mivu ye: Feliz aniversário

Nzambi ikale ni enhe: Que Deus te acompanhe

Tana ku: Expressão de recepção com alegria

Sakidila: Obrigado é um termo de agradecimento em angolano

Uá Nzambi: É uma forma de responder a "Sakidila" (obrigado)

Twasakidila: Gratidão 

Nzola mu u: Significa literalmente "amo você"

Uauaba: Este é o termo mais geral para bonito ou bonita

Eme uauaba: Você é bonito

Kima kia uauaba: Significa "coisa boa" elogiar algo ou a beleza de alguém 

Ié uauaba: Significa você é bom ou boa ou mesmo para dizer que ela é bonita

Mutu uauaba: Que significa "pessoa bela", "pessoa bonita" ou "pessoa boa"

Nzambi zenu: Significa "Até logo" ou "Até mais" uma forma mais geral de despedida

Nzunga: Significa "Até" ou "Até breve"

Nzunga m'manya: Significa "Até mais tarde".

Muene kamba: Pode ser traduzido como meu amigo muene" significa "meu" e "kamba" significa "amigo"

Nzambi: Esta palavra é a palavra mais comum para "Deus" no kimbundu

Makóiu: Significa "grande", "importante" ou "maior" No contexto de Nzambi, "Makóiu no Nzambi" enfatiza a grandeza e a importância de Deus. 

Portanto a frase "Makóiu no Nzambi" é uma forma de expressar admiração e reverência por Deus, reconhecendo sua grandeza e benção 

Nzambi uzediwa: Esta é a forma mais direta e comum para "Deus abençoe". 

Maku iú Nzambi: Que Deus te abençoe através das minhas mãos" (usado em contexto religioso, como em rituais do Candomblé) 

Ndaye ni Nzambi: Vá com Deus

Xalá: Adeus

Kondé: Basta, Chega

Tanakú: Expressão de recepção com alegria

Kibuku: Esta palavra significa felicidade

Kuzediwa: Ser feliz

Wazediwa: Parabéns

Wazediwa ku mivu ye: Feliz aniversário 

Auetu: Assim seja.

Kiambotebote: Muito bem 

Tuoloietu: Estamos juntos

Nzambi Mpumgu: É o nome do Deus supremo na religião de Angola.

O QUE É UMA CABAÇA | A CABAÇA COMO USAR NOS RITUAIS

Cabaça 

São de origem africana, mas pode ser encontrada praticamente em todos os países do Mundo. A cabaça representa um pote que guarda todos os mistérios da cura, da vida e da morte, é um elemento vegetal ancestral, poderoso e de grande valor simbólico. As cabaças tem o poder de expulsar os maus espíritos, trazendo proteção e boa sorte.

Cabaça é o nome popular do fruto de uma planta trepadeira Lagenária e Cucurbita, da família das abóboras. É também conhecida como porongo, cuia, jamaru, entre outros nomes. A cabaça é um fruto vegetal que tem utilização nas matrizes do candomblé. 

É o fruto da cabaceira, inteira é denominada cabaça, cortada seria uma cuia ou coite e também são denominadas como cumbucas. Nos rituais do candomblé sua utilização é ampla com nomes diferentes de acordo com o seu uso, ou pela forma como é cortada. A cabaça pode servir como uma colher para retirar a água de um porrão para purificação de banhos.

No candomblé a cabaça é um fruto vegetal, aberta ela contém um miolo e pode ser comestível. Os povos aproveitavam as cabaças como vasilhas para o uso doméstico e ritualístico. A cabaça pode ser usado como instrumento musical usado pelos Tata Kambondos e Ogãs. A cabaça em tamanho grande pode ser usado em Axexê, um ritual fúnebre do candomblé. 

Cuia entrega de Deká

A cabaça no tamanho grande pode ser cortada acima do meio terá uma forma de vasilha com tampa, com o nome de cuia denominado no Axé. Será utilizada para colocar as ferramentas de uso para o novo sacerdote ou sacerdotisa que irá cumprir sua obrigação de sete anos. Na cuia será colocado uma tesoura filarmônica, uma navalha, búzios para efetuar jogos, fios de contas, folhas, pembas variadas, o atim, facas cortantes diversos modelos e outros artefatos que será colocados.

Esse é o momento mais esperado de um filho ou filha que irá receber os sete anos de obrigação. A cabaça tem um ponto fundamental para este ritual tão importante, será colocado todas as ferramentas de uso para o novo sacerdote, e também colocado por cima um pano branco. A cuia é o simbolo de riqueza e sagrada nos rituais para qualquer Nação do candomblé.

O uso da cabaça para divindades e entidades

As cabaças menores podem ser colocadas no Azê de Kaviungo ou Omolu, essas divindades eles usam suas cabaças carregando como um depósito de remédios medicinais. Para Pambu Njila Bantu ou Exu Yorubá as cabaças tem um fundamento estratégico, são usados para feitiços e magias. É importante lembrar que a cabaça é um dos materiais indispensáveis nos assentamentos de qualquer Exu.

Além disso, a cabaça é também um símbolo de fertilidade, vida e criação, sendo usada em diversos rituais para conectar o humano ao divino. Ela abriga todos os elementos essenciais da vida e serve como um veículo para as energias espirituais durante os rituais. Também é usada para armazenar pós, ervas e outros elementos essenciais para os trabalhos espirituais.

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Para que Serve a PEMBA e EFUN nos RITUAIS

 

A PEMBA

É um giz feita de calcário, rochas sedimentares, argila, calcita, entre outros minérios naturais, esse elemento ritualístico extraído dos Montes Brancos Kabanda. Pemba tem um formato cônico-arredondada feito de calcário que pode ter outras cores diferentes. Usado ritualisticamente em religiões afro-brasileiras como o Candomblé e a Umbanda.

Podemos entender que a pemba tem um poder espiritual com uma grande utilidade dentro dos terreiros atraindo uma determinada energia pura e paz ao ambiente. A pemba que podemos se referir por ser um objeto místico, um elemento muito utilizado para trabalhos espirituais, rituais, iniciação, traz um poder de alta magia vibracional.

A pemba é um poderoso objeto sagrado capaz de ligar o mundo visível e o invisível. Podendo afastar energias negativas, e pode ajudar a ter uma comunicação melhor com as divindades e entidades, ela é um canal poderoso de comunicação, faz fortalecer a conexão com o mundo espiritual. A pemba possui diversas cores o mais usado e tradicional a cor branca.

O PREPARO DA PEMBA 

A pemba não é apenas um simples giz que já contém suas força inestimáveis, para que fique mais poderosa e fortificada precisa de alguns ingredientes para o uso no candomblé. Para seu fortalecimento é necessários acrescentar algumas favas, ervas, folhas medicinais e outros ingredientes para ficar completa para o uso dentro de uma casa de candomblé.

A pemba já pronta e preparada pode ser utilizada em festas quando se inicia, o sacerdote sopra a pemba nos quatro cantos do terreiro. A sopra para cima sentido a cumeeira, e para finalizar é colocado um pouco de pemba em cada Ngoma (atabaques). Esse ritual é feito para espantar qualquer negatividade ruim que ficou no terreiro, purificando o local, para que haja limpeza para as divindades. 

OBS: Terreiros de Candomblé Angola precisam fazer esse ritual com a pemba e cantigas no inicio de uma festa sendo para saídas de Muzenzas, Kizombas ou toques para qualquer dividade é necessário passar a pemba.

Esse pó é muito importante seu uso pode ser para várias afinidades, mais usado e utilizado em banhos de limpeza energética para dar proteção e fortalecer a conexão junto ao sagrado, limpeza dos fios de contas, para lavar e purificar os búzios. Em dias de sexta feira Santa tem uma parte fundamental para o fechamento de corpo as curas, está ligado quase em tudo no que fazemos dentro de uma casa de candomblé.

O QUE É UM EFUN

Efun é um nome da tradição Jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afro brasileiro. É um potente giz branco empregado nas pinturas iniciáticas de todos os Nkisi, Orixás e Voduns. É considerado muito sagrado, trás o equilíbrio, tranqüilidade, paz e paciência. Muito empregado no preparo de diversas fórmulas para varias finalidades. 

Faz parte de atos ritualísticos do sangue branco do reino mineral.Tipos de Efun ou pemba mineral é um pó retirado de calcário, que são encontrados na natureza e contém várias cores, também chamada de tabatinga. É utilizado na feitura de Santo que serve para pintar o corpo de um iniciado que chamamos de efun o pó branco.

Efun é uma peça fundamental em uma cerimônia ritualística que consiste em pintar a cabeça raspada e o corpo de um iniciado, com círculos ou pontos, e com traços tribais. Feitos como giz também pode ser utilizado com a pemba, uma prática importante e praticado durante a uma iniciação. Na primeira saída do iniciado (Muzenza ou Yàwó), a pintura é toda branca. 

Na segunda saída usar as cores da primeira divindade, da segunda divindade do iniciado, a cor da divindade do seu Zelador, e por ultimo a cor branca total são 04 cores. Para preparar essas pinturas usar a pemba ralada em forma de pó dissolvido com um pouco de água e um prato branco, depois da dança as pinturas serão removidas com um pouco de água com ervas sagradas.

O Efun sendo ralado se torna um pó branco consagrado a Lembá / Oxalá. Pode ser usado em banhos de ervas para renovar o axé de qualquer pessoa.

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Acaçá como preparar | E sua importância em nossa vida espiritual

O Acaçá 

É um alimento para servir como oferenda, tem várias afinidades como: Alimentar a cabeça, servir como alimento para qualquer divindade ou entidade, usado para várias formas como ebós, obrigações, kibane mutuê o Borí, em sacrifícios de animais e outras atividades que podem incluir o acaçá nos cultos as Nações do candomblé.

Feito com farinha de milho branco, deixar de molho com água de um dia para o outro, e deve cozinhar em uma panela com água, sem parar de mexer até ficar como um mingau pastoso e deixar no ponto. Para transformar amassa em um acaçá precisa da folha de bananeira, lavar a folha em água corrente depois levar ao fogo para assar as folhas.

Cortar as folhas em tamanhos médio, colocar a massa na folha de bananeira e fechar em forma de pirâmide. Quando for oferecer as divindades precisa retirar a folha. O acaçá é uma oferenda que traz o axé a uma casa de Santo. Alimento preferido a Lémbá / Oxalá está sempre presente em suas oferendas. 
O acaçá é vida é transformação e proteção, um alimento simples mas de grande poder místico, que protege contra demandas e magia negativa.

Atrai a prosperidade a saúde, a felicidade, e outras afinidades do seio da vida, preparar um acaçá é um ato de amor e dedicação. No entanto com o acaçá os cuidados são maiores para qualquer interferência negativa, seja por pensamentos ou palavras mal faladas desfaz todos os fundamentos desta oferenda. 
Em rituais de iniciação feitura, batismo, em tudo que ocorra em uma casa de candomblé só acontece com as oferendas do acaçá. 

Seria como um maior significado da vida, tornou-se a comida mais predileta de todas as divindades. Mas o que faz de uma comida aparentemente tão simples a maior das oferendas aos Nkisi e Orixás? Sua forma ligeiramente nos remete ao infinito símbolo do crescimento e expansão, comparado a uma montanha que nos leva as alturas, ao ponto de nos atrair as mais diversas energias, portanto o acaçá é um corpo o símbolo de um ser.


O acaçá remete ao maior significado que seria, a nossa própria vida, e por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, retira as doenças do nosso corpo, por ser um alimento rico e nos afasta da pobreza e outras mazelas no recorrer da vida. E por isso tornou-se a comida o alimento mais predileto de todas as divindades.
Em grandes comemorações o acaçá também pode ser servido como alimento para a comunidade, podendo acrescentar leite de coco, uma pitada de sal e açúcar a gosto.

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QUAL SIGNIFICADO DE UM ABIAXÉ NO CANDOMBLÉ

A palavra correta é "Abiaxé", que é um termo do candomblé que se refere a uma pessoa que recebeu sacrifícios de iniciação na barriga da mãe. 

Abiaxé

Quando uma mulher está grávida (mas não sabe) e recolhe para se iniciar a uma divindade, dizemos que a criança que está em seu ventre também recebe todos os rituais como: Ebós, limpeza de purificação, e o principal a obrigação. Acredita-se que a criança nascerá “feita no santo”, assim podemos dizer que aquela criança é um Abiaxé.

Quando a mãe é raspada esta recolhida, passa por todos os fundamentos de iniciação com sua feitura com a criança em sua barriga. Nesse momento a criança recebe também todos os fundamentos que a mãe for receber, independente da sua divindade correspondente.

A obrigação necessária para ter uma criança Abiaxé somente na feitura com seu batismo iniciação. Quando uma mãe recolhe para receber obrigações de ano e não trás mais a sua iniciação feitura e que já se iniciou seu batismo no culto do candomblé não faz mais a criança um Abiaxé. Para que isso possa acontecer é necessário o nascimento a feitura da mãe para ter um Abiaxé.

Para ser um Abiaxé 

É necessário que sejam feitos alguns procedimentos para a criança como por exemplo: Dar oferendas comida ao Santo, passar por algumas rezas, ebós, o assentamento do Santo da criança. Alguns rituais precisam ser feitos para que a criança assim seja um Abiaxé.

A criança pode herdar tanto o primeiro Santo divindade de sua mãe ou pode herdar a segunda dividade. Após seu nascimento o sacerdote irá confirmar a divindade que vai seguir seus caminhos com sua vida espiritual no candomblé.

Quando a criança já nasce passa a ser denominada como um Abíaxé, não precisando portanto ser iniciada mais, apenas dar continuidade em suas obrigações de 01, 03, 05 e 07. E como dizem dentro dos nossos cultos, “já nasceu feita”. Abíaxé é uma questão muito comentada entre as comunidades dos candomblés, pelo fato de muitas casas aceitarem esse termo e outras não.

Um Abiaxé começa a contar sua idade a partir do seu nascimento, quando ele tiver seu primeiro ano de vida, terá seu primeiro ano de história com sua divindade, mas não a necessidade de cumprir com suas obrigações de ano por enquanto.

Seria bom afirmar um fato importante, caso a mãe saiba que esta gravida, antes de se recolher para uma feitura, não torna a criança um Abiaxé. Estando gravida não é viável recolher para uma feitura.

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