O Nkisi reverenciado pela cultura da nação do candomblé Angola, sua ligação tem a expressão de origem Bantu Kongo. Muitos o chamam de Kavungo, Kingongo, Nsumbu, Kafungê, Insumbo e Katu. Esses são apenas nomes (não são outros Nkisi), e que nos direcionamos a esta divindade, um único Nkisi que temos a sua ligação é de "KAVIUNGO". Kaviungo foi considerado o Senhor e Rei das terras, é uma divindade da terra, o próprio dono tanto do solo quanto do subsolo.
É considerado junto à sua mãe Nzumbarandá o Nkisi da morte é aquele que faz a transição do espírito que desencarnou é o responsável pela morte dos enfermos. Em época de várias mortes com varíola foi responsabilizado pela morte de milhões de pessoas, sendo conhecido como o Nkisi da varíola.
Kaviungo o responsável pela passagem dos espíritos do plano material para o espiritual, seus filhos são sérios, quietos, calados alegres de vez em quando, ingênuos demais porém espertos e observadores e um tanto teimoso. Seus filhos agem como pessoas idosas são lentos e tem hábitos de pessoas muito velhas, tem muitos problemas de saúde.
Mas assim como Kaviungo pode trazer a doença ele também leva os devotos que lhe atribuem curas milagrosas realizando suas oferendas de pipocas (deburu) em sua homenagem, ou jogando sobre o doente como descarrego. Em alguns Nzo (terreiros) a pipoca são estouradas em uma panelas com areia da praia aquecida lembrando a relação desse Nkisi com Mikaia.
Contam a história que Kaviungo muito doente foi abandonado em um rio perto da praia por sua mãe Nzumbarandá por ele ter nascido com grandes deformidades na pele. Mikaia o criou como filho adotivo e curou das suas doenças, seu amor materno por ele foi tão grande que ela criou como seu próprio filho.
Por isso são realizadas as oferendas a Kaviungo nas areias das praias do litoral brasileiro, vestindo com palha da costa e com contas nas cores preta e branca, Kaviungo aprecia muito o toque Kongo (toques de muzenza) enquanto segura em suas mãos o xaxará um instrumento ritual também feito de palha da costa e recoberto de búzios. Em alguns momentos de sua dança Kaviungo espanta os Nvumbi (espíritos dos mortos) e afasta as doenças com seus movimentos.
Kaviungo também possui uma relação com Matamba e direciona os Nvumbi para o seu reino junto a Nzumbarandá e Hongolo, eles formam a família Daomé, costuma ser reverenciado toda segunda feira. Kaviungo e Kongoluande são os reis da terra, a sua vestimenta é feita de ìko uma fibra de ráfia extraída da palha da costa elemento de grande significado ritualístico usado principalmente em rituais ligados à morte e o sobrenatural, a sua presença pode indicar que algo deverá ficar oculto.
Kaviungo e KongoLuande são representados com roupas e adereços característicos, como um manto que cobre todo o corpo, feito de palha da costa. Ele também carrega o xaxará um tubo de palha.
Compostos de duas partes o filá e o azé a primeira parte de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha da costa colocado em toda sua volta que passam da cintura ao azé. Sua roupa de palha da costa que vai até os pés em alguns casos outros acima dos joelhos, por baixo vai uma calça também chamado de calçolão, que oculta o mistério da morte e do seu renascimento.
Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir suas roupas nos revelam a sua importância e ligação com a morte. Sua festa comemorativa são realizadas anualmente, chamamos de Kukuana que se inicia em todo mês de Agosto.
Filho de Nzumbarandá no Brasil a sua origem forma nome e culto na África é bastante variado de acordo com a região, essa variação de nomes em conformidade com a região em alguns lugares se misturam em outros como deuses distintos e confundidos até com Nzumbarandá, o seu parentesco familiar são com Nkisi Hongolo e Tempo.
KongoLuande
Seu irmão mais novo tem histórias relacionados com o candomblé Angola, a palavra KongoLuande quer dizer: "filho do senhor", já Kaviungo significa "dono da terra". Divindades cultuados na nação Angola sendo que Kaviungo se refere a forma velha, KongoLuande se refere a forma de um Nkisi jovem.
O calor também é uma propriedade de KongoLuande como a febre, o corpo esquentando para expulsar uma doença, é KongoLuande agindo no corpo do ser humano, assim como o calor que vem das profundezas da terra. Por isso todo tipo de sacrifício ou oferenda para KongoLuande deve ser feito durante o dia nunca a noite, quando a temperatura está ainda mais alta.
Seus poderes e as magias de seu culto são usados contra todo tipo de enfermidades, mas particularmente contra as doenças de pele, inflamações, e doenças transmitidas através do ar que possam causar epidemias. Também são usadas para curar pessoas com problemas de convulsão, epilepsia e catalepsia
KongoLuande é o símbolo do senhor das terras, médico e senhor das epidemias e deus da bexiga. Corresponde a pele e assim castiga com as doenças de pele como: dermatose, varíola, lepra e outros. Como estas doenças começam com vômitos tem sob guarda as plantas estomacais e depurativas.
As doenças são consideradas vulcões, assim como a panela de barro emborcada nos assentamentos simbolizam a marca deixada pela doença.
Senhor de tudo que há sobre a terra, é considerado o Nkisi das doenças, somente KongoLuande possui o segredo de como curar todos os males. Ele possui o poder de curar e aliviar sofrimentos, mas também pode trazer doenças e epidemias quando desrespeitado.
Características dos Nkisi: Kaviungo e KongoLuande.
Kaviungo - Dono das terras e do plantio trás grandes farturas de alimentos sobre a Terra e para uma boa coleita, suas cores são o preto e branco usa palha é o mais velho.
KongoLuande - É jovem trás a saúde mas também as doenças veste preto, vermelho e branco e usa palha.
As kijilas: São tangerina, abacaxi e caranguejo.
Suas saudações: Kaviungo mateba kukala kuíza (O pai da ráfia está chegando eu te saúdo)! Kiuá Nsumbo! Pembelê Tatetu Kikongo! (Salve eu te saúdo!).
Dia da semana: Segunda feira.
Suas cores: KongoLuande preto, vermelho e branco / Kaviungo cores branco e preto.
Vídeo com mais explicação sobre Nkisi Kaviungo e Nkisi KongoLuande edição especial.
MUITO AXÉ PRA NOS MEU PAI !!!
ResponderExcluirBom dia, parabéns pelo Blog, pois é uma iniciativa muito nobre da sua parte ao repartir conhecimentos sobre o Candomblé de Nação Angola.
ResponderExcluirSe for possível, gostaria de ter indicações sobre literaturas a respeito da Candomblé de Angola e em especial aprofundar, na medida do possível, o conhecimento sobre Kaviungo e seus camingos ( Katuízo).
Sei que o primeiro e principal aprendizado se inicia na nossa Casa e com o nosso Tateto e os mais velhos w a vivencia do dia a dia, porém, acredito também que buscar ampliar nossos conhecimentos por meio do conhecimento literário é um recurso válido, levando-se em consideração que estamos inseridos em uma cultura que primasse pela oralidade.
Desde já, agradeço!
Iniciei a minha caminhada, no santo, há pouco mais de três eras, apesar de uma caminhada razoável ( quase duas décadas), como médium de Umbanda.