Os PRECEITOS após os RITUAIS no Candomblé edição ESPECIAL


Os preceitos no Candomblé

Filhos não iniciados, pessoas simpatizantes, adeptos e filhos já iniciados na feitura, quando passam por um ritual precisam manter um resguardo, ou seja manter o corpo limpo por um período de 3 dias que chamamos de preceito.

Para completar seus ciclos de resguardo está pessoa passará por alguns preceitos. Onde deverá tomar seus respectivos cuidados e preservando seus preceitos evitando perigos que podem surgir ao decorrer que chamamos de Kijilas. Todos frequentadores do Candomblé passam por preceitos, mas não somente os mais novos também os mais velhos pessoas de cargos e zeladores passam pelo preceito, quando precisam de algum ritual quando feito.

Um resguardo que precisa ser respeitado e cumprido, por aqueles que irão passar por rituais. São exigido quando fazemos trabalhos e mantermos seguros de qualquer perigos. Podem acontecer através de qualquer Ebó, oferendas que seriam sacrifícios de animas oferecidos a Exu ou Pomba giras, Catiços, para qualquer divindade, no Kibane Mutuê (Borí). 

Esse são os principais preceitos que deveram cumprir todos em um prazo de apenas 03 dias para manter o preceito seguro. Oferendas como comidas, grãos, e frutas oferecidos as divindades ou entidades não precisam cumprir nenhum preceito. Mas todo deveram acompanhar com banho de purificação que chamamos de Maionga. Somente no preceito do Kelê que são atribuídos os 3 meses e os 7 dias de Lembá, requer outros tipos de preceitos.

O contra egum será colocado após os rituais feitos, ele serve para completar a proteção necessária para quem vai precisar de proteção. O contra egum ele que vai combater os perigos para não atrapalhar os trabalhos que foram executados, e vai afastar os espíritos zombeteiros.

Quais são os perigos se não cumprir os preceitos ?

Os trabalhos executados serão todos perdidos não terão efeito nenhum, o que foi feito para ajudar virá ao contrário para lhe prejudicar. Os espíritos como zombeteiros, espíritos malignos, Exu de rua são da linhagem eguns maldosos sem luz, feitiços, bruxarias, doenças, perca de saúde, perca de prosperidade e profissional, intrigas familiar, até doenças podem causar caso não respeite e quebra o rompimento dos preceitos.

Os preceitos para serem cumpridos quais são ?

Vamos entender como são os preceitos para serem cumpridos em nosso dia a dia quando feito algum ritual. Após os rituais serem feitos será necessário tomar o banho de purificação Maionga, para ajudar mantendo o corpo limpo e purificado. Como deveram seguir os preceitos, vou citar apenas alguns.

Roupas: Não pode usar roupas escuras como preta, vermelha, cinza e roxa, se possível usar roupas claras ou brancas.

Bebidas: Não pode consumir nenhum tipo de bebidas alcoólicas.

Alimentos: Não pode comer pimenta sendo pimenta do reino, pimenta malagueta, molho de pimenta e pimenta em conserva.

Comida: Evitar comer farofa quando for feito qualquer ebó, quando tiver cortes sacrifícios para Exu ou Pomba Gira.

Relação: Relação sexual de forma alguma pode acontecer quando estiver em qualquer preceito. Dar um beijo ou um selo nos lábios não prejudica o preceito.

Horário: Existem um horário certo para não andar na rua, caso esteja de preceito não pode andar nos horários da 00:00hs até ás 06:00hs.

Mantendo todos os preceitos requeridos, a pessoa terá seus objetivos aceitos e realizados, de uma forma positiva e construtiva. E terá seus caminhos abertos com prosperidade e segurança, mantendo-se livre de qualquer mazela ruim e próspero.

A história da língua Bantu na África, agora em todo Continente


Cultura dos Povos Bantu

O nome Bantu não se refere a uma unidade racial, a sua formação e migração originou uma enorme variedade de cruzamentos. Existem aproximadamente 500 povos Bantu, assim não podemos falar de uma raça Bantu, mas sim de um povo Bantu, isto significa uma comunidade cultural com uma civilização comum e linguagens similares. 

Depois de muitos séculos de movimentações, cruzamentos, guerras e doenças os grupos Bantu mantiveram as raízes da sua origem comum. A palavra Bantu aplica-se a uma civilização que manteve a sua unidade e foi desenvolvida por pessoas de raça negra. O radical NTU para a maioria das línguas Bantu, significa homem, ser humano e BA seria o plural.

Os dialetos Bantu existem centenas, têm uma tal semelhança que só pode ser justificada por uma origem comum. Os povos Bantu além do semelhante nível linguístico, mantiveram uma base de crenças, rituais e costumes muito similares, uma cultura com características idênticas e específicas que os tornam semelhantes e agrupados. 

Fora da sua identidade social são caracterizados por uma tecnologia variada, uma escultura de grande originalidade estilística, uma incrível sabedoria empírica e um discurso forte e interessante com sinais de expressão intelectual. As línguas faladas hoje em Angola, são por ordem de antiguidade: Bochiman, Bantu e Português. 

Estudioso do Bantu diz que o primeiro ponto obtido no domínio da linguística comparada foi a unidade dos povos Bantu. Tendo em conta a história desta unidade, que os primeiros descobridores Portugueses viram que os Angolanos conseguiam comunicar com os povos da costa Moçambicana. 

Os Grupos Bantus

Os Bantu Angolanos estão divididos em 9 grupos: Quicongo, Quimbundo, Luanda-Quioco, Mbundo, Ganguela, Nhaneca-Humbe, Ambó, Herero e Xindonga, que por seu turno estão subdivididos em cerca de 100 subgrupos, tradicionalmente chamadas tribos.

Ao contrário do que muita gente acredita, os Bantus não são um povo, nem sequer são uma etnia. Bantu é um tronco linguístico, ou seja é uma língua que deu origem a diversas outras línguas africanas. Hoje são mais de 400 grupos étnicos que falam línguas Bantas, todos eles ao Sul da linha do Equador.

Essas línguas possuem características comuns, como usar a palavra Bantu (plural) para designar "pessoas", "seres humanos" o singular é Muntu. Mas fora a semelhança na linguagem, os diversos povos não possuem nada em comum: nem religiosidade, nem traços físicos, nem formas de organização social ou política.

Muntu é uma palavra da língua kikongo que significa "pessoa". 

Na filosofia africana, a palavra "ntu" significa "ser" e a partir dela a cultura Bantu deriva quatro categorias de tudo o que se pode conhecer:

"Muntu" é o ser-de-inteligência, ou seja, o ser humano

"Kintu" é o ser-sem-inteligência, ou seja, as coisas

"Hantu" é o ser-localizador, ou seja, lugar-tempo

Dessa forma o estudo Bantu é um dos mais importantes caminhos para se compreender o processo de formação de muitos dos povos africanos. Para se ter uma ideia, hoje em dia em uma grande quantidade de países da África fala-se línguas Bantas: Camarões, Gabão, Congo, República Democrática do Congo, Uganda, Quênia, Tanzânia, Moçambique, Malauí, Zâmbia, Angola, Namíbia, Botsuana, Zimbabwe, Suazilândia, Lesoto, África do Sul. E se formos analisar com mais cuidado, encontraremos também influência do Bantu em toda a América.

Foto de um terreiro de candomblé de angola na Bahia, na década de 1940

O Candomblé Bantu, Candomblé de Congo Angola ou simplesmente Candomblé de Angola é uma das maiores nações do Candomblé. Desenvolveu-se entre os africanos que falavam Quicongo, Umbundo e principalmente Quimbundo. Tudo indica que o Candomblé Bantu foi criado nos meados do século XIX. 

Na história do candomblé Congo Angola temos referência de cinco grandes famílias. Temos a família de Maria Neném, de Gregório Makwende, de Amburaxó, de Mariquinha Lemba e a família Goméia.

A Matriarca Maria Neném a Maria Genoveva do Bonfim, Mametu Tuenda Dia Nzambi nascida no Rio Grande do Sul em 1865, era filha de Santo de Roberto Barros Reis, africano de Cabinda ela assumiu o terreiro Tombenci em 1909.

A matriarca que tira a mão de Nvumbi de Bernadino da Paixão em 1910 e se inicia com Manoel Ciriáco. Bernardino da Paixão foi iniciado por Manoel Nkosi, sacerdote iniciado na África. Foi Manuel Ciríaco que criou o Tumba Junçara e Bernardino da Paixão que fundou o Bate Folha, outras importantes referências de Candomblé Congo Angola no Brasil.

Vídeo com explicação sobre a história da língua Bantu edição especial.

Ervas Medicinais do Nkisi Katendê

Ervas de Katendê

Amendoim: O amendoim fornece um bom óleo para luz e também para a cozinha. Suas sementes são estimulante e fortalecem as vistas e a pele, além de ser em excelente afrodisíaco. Amendoim cozido é muito utilizado em sacudimentos, com excelentes resultados.

Celidônia maior: É indicada pela medicina caseira como excelente medicamento nas doenças dos olhos, usando a água do cozimento da planta para banhos. O chá é de grande eficácia para banhar o rosto e dar fim às manchas e panos.

Coco de Dendê: Sua semente desprovida da polpa, fornece um óleo branco, sólido, e serve para substituir a manteiga. É chamada manteiga de karité, este coco é muito prestigiado pela medicina caseira, debela cefaleias, anginas, fraqueza dos órgãos visuais e cólicas abdominais.

Erva de Passarinho: Nas renovações esta planta a duodécima folha que completa o ato litúrgico renovatório. Na medicina popular esta planta é empregada com sucesso absoluto, contra as moléstias uterinas, corrimentos e também para dar fim às úlceras. As folhas e flores são usadas em caso de diabetes, hemoptises e hemorragias diversas.

Erva de Santa Luzia: Muito usada nos banhos de descarrego ou limpeza dos filhos de Katendê. A medicina popular consagrou como um grande remédio, por ser de grande eficácia contra o vício da bebida. O cozimento de suas folhas é empregado contra doenças dos olhos e para desenvolver a vidência.

Gitó / Carrapeta: Sua utilização nos banhos de limpeza e purificação do Nkisi. Usada também em banhos de cabeça para desenvolver a vidência, audição e intuição. A medicina popular aplica na cura de moléstia dos olhos.

Guabira: Aplicada nos banhos de purificação e limpeza dos filhos dos Nkisi. A medicina caseira a indica no sentido de pôr fim aos males dos olhos conjuntivites. Em banhos favorecem os que sofrem de reumatismo e devem ser feitos em banheiras ou bacias.

Lágrima de Nossa Senhora: É usada nos banhos de descarrego ou limpeza. O uso excelente diurético feito como chá. Os banhos reduzem as inchações e reumatismo, as folhas e as sementes são indicadas para lavar os olhos, propiciando o bem estar. A aplicação deve ser feita pela manhã após ter deixado o banho ficar na noite anterior sob o sereno. Retire antes do sol nascer e aplique sobre os olhos.

Narciso dos Jardins: Entra nos trabalhos de suporte para o fetiche de Katendê para o assentamento. Não possui uso na medicina popular, se trata como uma planta venenosa.