Nkisi Kitembo - Tempo o Nkisi ancestral do candomblé Angola.


Nkisi Tempo o
 Rei de Angola

O Nkisi Tempo/Kitembo divindade da nação de Angola, o infinito, aquele que atravessa os seres, rege as mudanças, estações do ano e o próprio tempo, é a força criadora desta instalação. Nkisi Tempo é uma divindade da que rege as estações do ano e as mudanças é responsável pelo destino de todos os seres vivos e pelos fenômenos naturais do planeta.

Kitembo - Tempo é representado por vários símbolos sendo o mais destacado a bandeira branca presente em todas as raízes e matrizes do candomblé de Angola. Esta bandeira está ligada ao tempo quando decidiam fazer sua cerimônia e cultuar o Nkisi Tempo esperavam o vento soprar na bandeira branca para dar a direção da nova jornada.

Também está ligada aos ritos de caça (a maioria dos Nkisi caça mesmo que por natureza não sejam caçadores). Quando todos partiam à caça cada grupo se dispersava na floresta ou na savana. Para se encontrarem e não ficarem perdidos o caçador chefe Mutakalambô, levantava a bandeira em um mastro de madeira bem alto, assim todos se reuniam e voltavam juntos para a tribo (encontro de reuniões) com fartura e muita alegria.


Este Nkisi está ligado ao ar que regula á direção dos ventos as estações do ano, as épocas do plantio e das colheitas a reprodução de animais, atuando junto das energias do Sol e da Lua influenciando diretamente os dias na Terra, também está ligado ao tempo cronológico. Tempo é o Nkisi Rei do candomblé de Angola está associado a escala do crescimento por isso sua ferramenta é uma escada com uma lança voltada para cima em referência ao próprio tempo e à evolução material e espiritual.

Conhecido e respeitado na Mesopotâmia e Babilônia como o Leão Alado que acompanha todos os seres do nascimento ao infinito, cultuado no Egito o deus Chacal que determina a caminhada infinita dos seres desde o nascimento até atravessar o Vale da Morte.


Também venerado como Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias como o senhor do início e do fim também presente no Panteão Grego e Romano onde era conhecido e respeitado como Cronus o senhor do tempo e do espaço que abriga e conduz a todos ao caminho da eternidade.


É o tempo também das mudanças climáticas as variações do tempo-clima, guardião das florestas centenárias é o colectivo das árvores grandiosas guardião da ancestralidade. Tempo representa a ancestralidade os nossos antepassados como pais, avós, bisavós. Representa também o seio da natureza a morada dos Jinkisi e Minkisi.



Kitembo está associado a escala do crescimento, por isso sua ferramenta é uma escada com uma lança voltada para cima, em referência ao próprio Tempo e à evolução material e espiritual. Tem muita ligação com Nkisi Kaviungo (seu vento leva as moléstias). Este Nkisi possui vários tipos de encantamentos quando tratado corretamente são infalíveis na realização do atendimento dos pedidos.

Desrespeitar Tempo é o mesmo que desrespeitar a sua dinastia os seus avós, seu sangue, Tempo representa a história do Nzo assim como do seu povo protegendo sempre das tempestades ao contrário da maioria dos Nkisi.

O Mastro de Tempo

Um mastro de madeira de eucalipto é uma madeira de reflorestamento uma haste longa e vertical, será retirado da floresta com uma altura média de 07 metros. Esse mastro será tirado suas cascas deixando a madeira liza, após secar no tempo será pintada com uma tinta na cor branca sem cheiro.

Um buraco será aberto no chão próximo a entrada do Nzo, com uma medida de 02 metros deixando na altura exata de 05 metros do mastro para cima. Para plantar esse mastro um sacerdote Zelador vai realizar todos os rituais exatos no buraco para colocar o mastro de madeira de eucalipto novamente ao seu abitar da natureza.

Duas roldana aberta será colocada no mastro uma na parte de cima e a outra na parte de baixo para passagem de uma corda branca. Serão pregados ao mastro juntos a uma bandeira branca, nesse momento o mastro será colocado ao buraco dando iniciação com cantigas, a bandeira em seguida será erguida. Simbolizando que o Tempo estará ali, trazendo fartura, segurança, abrindo as portas do Nzo para que as divindades tragam suas forças para Terra.

Características: Nkisi Tetetu Tempo


Saudação: Tempo dia banganga, talenu (vejam! a divindade do ar atmosfera) Nzara Ndembwa – Gloria ao Tempo! Kiamboté Tatetu Tempo. Kiuá! Eu te saúdo nosso pai Tempo. Salve!
Elemento: Ar.
Dia da semana: Terça-feira.
Fio de conta: Branco, verde e o vermelho.
Roupa: Branca, verde e cinza e palhas.
Oferendas: Farinha, fumo de rolo, mel e pipoca.

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O jogo de búzios no candomblé.

O jogo de búzios

O ser humano sempre questionou o motivo de sua estadia sobre a Terra e principalmente o mistério que envolve o seu futuro. A insegurança e a curiosidade em relação ao futuro fez com que o homem tentasse de diferentes maneiras prever o que lhe estava reservado, vindo a se precaver de todos os tipos de maléficos como pôr exemplo a má sorte, dificuldades amorosas, sociais, financeiras e outros, sendo assim o homem assegurava para si a certeza da efetivação dos diferentes acontecimentos benéficos.


Podemos encontrar muitos sistemas oraculares existentes com esta finalidade acima citada, não importando a origem dos sistemas nem a sua filosofia de estudo aprendizado ou execução, todos se concentram em um único significado que é encontrar os melhores métodos para prevenir ou ainda remediar qualquer situação trazendo assim um alívio imediato para a pessoa e sua comunidade ou família.


Em particular no Brasil o sistema mais conhecido pelo fato de sua ampla divulgação e fácil acesso a interpretação dos conhecimentos e execução, é o jogo de búzios que tem origens totalmente africanas, embora muitas das mesmas feliz ou infelizmente adaptadas ou ainda modificadas em nosso país. Mais especificamente falando essas origens não só são africanas como são de origem do culto à Nzambi Mpungu (Deus criador), que nos permite exercer tal função através das interpretações do nosso destino.


O destino esta totalmente ligado aos seres humanos e os Jinkisi e Minkisi, ou ainda podemos dizer que as diferentes divindades juntamente de Pambu Njila e Ifá, são os meios pelo qual o homem pode vir a ajustar e melhorar á sua vida terrena e espiritual. As forças superiores a nós são sempre solicitadas para a solução de problemas do cotidiano e seja qual for a religião cultuada pela pessoa, á prática da magia é sempre adotada em busca das soluções mesmo que esta prática a mágica seja revelada por outros nomes em diferentes tipos de crenças. 


O presente trabalho consiste em ser uma proposta totalmente didática e básica ao conhecimento e estudo do oráculo africano ligado ao oráculo dos búzios, que é feito através da interpretação dos segredos contidos nos diferentes caminhos. Qualquer pessoa pode aprender e conhecer o oráculo dos búzios africano, que nada mais é do que conhecer os segredos contido dos oráculos, porém somente os iniciados e consagrados podem realmente ter acesso a prática do oráculo.


Os oráculos demonstram as diversas tendências da pessoa e dos acontecimentos que surgirão na vida da mesma, os oráculos podem também estar direta ou indiretamente ligado aos sonhos, devendo sempre o sacerdote perguntar ao consulente a respeito de sonhos recentes a data da consulta, e no instante em que o consulente estiver descrevendo os sonhos deve prestar bastante atenção, e podem apresentar diversos detalhes em comuns entre os sonhos e poderão ajudar na solução do problema da pessoa.


Os oráculos que utilizamos para meditar as divindades nos búzios é a interpretação dos 16 principais oráculos, que nada mais são do que 16 caminhos interligados um com o outro, ou seja o primeiro caminho está interligado com todos os demais 15, por este motivo que em determinadas situações não é somente um oráculo que se apresenta para resolver o problema da pessoa, ou seja aquele determinado problema está sendo causado pôr diversos motivos, sendo assim o mesmo exige diferentes soluções, porém todas interligadas.


Todo oráculo está ligado a diversos Jinkisi e Minkisi (deuses e deusas), porém aquele Nkisi que se apresentar primeiro em um determinado oráculo, será ele um dos responsáveis direto à solucionar o problema do consulente.



Regras do jogo de búzios

O iniciante já com cargo de Tata ou Mametu (Zelador ou Zeladora) que receberam sua maior idade de 07 anos com obrigação, estará apto para efetuar jogo de búzios. São 16 búzios brancos abertos (não podem ser com mais de 16), não tem ritual para efetuar um jogo por Ifá equivocando os oráculos e divindades com búzios africanos (búzios maiores marrons), somente búzios brancos com todos os rituais e fundamentos podem ser utilizados para o uso. Não se aláfia um jogo de búzios com moedas, isso danifica á intervenção do oráculo, não á histórias para tais práticas.

Contato para conselhos, explicações, assunto espirituais jogo de Búzios - (11) 951532874 SP - WhatsApp

Candomblé Angola Nkisi Hongolo, Nkisi Angoroméia.


Nkisi Tatetu Hongolo, Nkisi Mametu Angoroméia
 
Nkisi Hongolo 
 
No Mundo das diversidades não á diferenças tudo é belo, Hongolo é a própria cobra que faz a transformação do Nkisi das adivinhações grande feiticeiro e curador. Tem sua representação como homem serpente, traz nas suas mãos duas cobras de metal amarelado ou branco.

Está presente em todas as civilizações antigas, o princípio da sabedoria a cobra que morde o próprio rabo fazendo um ciclo simbolizando o infinito. A corruptela da palavra Hongolo que significa réptil, Hongolo nome pelo qual está divindade é conhecida no candomblé Angola a serpente a cobra mais venenosa.

Surge da água em pequenos rios, florestas verdes, lamas cinzentas, e em arvores, seu caminho é muito próximo da senhora das águas doce Nkisi Dandalunda chega a se confundir já que ambos estão no reino das águas e da fecundação. Hongolo também é a cobra na terra e conhece as profundezas do planeta conseguindo fazer as suas transformações embora sua natureza seja masculina.

Na Mitologia Bantu Nkisi Hongolo também se identifica como uma cobra sagrada que aparece em todas as mitologias antigas e ancestrais.


Nkisi Angoroméia

Essa divindade é o próprio arco íris é o esplendor pelos raios do sol quando está no alto apresenta sua beleza e no Céu com suas cores belíssimas. Angoroméia é uma divindade fêmea sua ligação é o arco iris que começa através de pequenas garoas, pequenas chuvas quando o Sol ainda não se põe.

Com o calor da terra molhada da chuva forma um vapor quente devido o calor do Sol se forma o arco iris, a onde Angoroméia se manifesta em forma de cores, um dos seus papeis a bela da natureza e formar grandes chuvas e tempestades devido o ar e o calor, com seu arco-iris faz os movimentos da subida e a descida das águas.

Angoroméia embeleza todos os quatro quantos do Mundo uma divindade piedosa e calma, mas traiçoeira não gosta de falsidades. É o Nkisi que auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades, sempre que aparece um arco-íris no céu, os povos Bantu saúdam Angoroméia com paó (palmas batidos em sequência), ela está sempre entre nós. Um dos Nkisi mais valioso da tradição Bantu Kongo, ela não pega qualquer cabeça, por ser uma Nkisi com grandeza e de ser rara.

Nomes e características dos Jinkisi e Minkisi: Hongolo e Angoroméia.

Hongolo – Corresponde a cobra mais venenosa, participou da criação da Terra gosta de ovos, batata doce em forma de cobra e de azeite de dendê, considerado um Nkisi Macho é o Nkisi das adivinhações, grande feiticeiro e curador.

Angoroméia – É uma das divindades mais velhas ligada à chuva à fertilidade e abundância, faz parte da formação da Terra nos princípios, governa os movimentos dos astros, é o próprio arco íris, menos agitado que Hongolo.

Seus filhos devem evitar a tangerina, fruta de conde, abacaxi e peixe de couro. Como faz a transmutação da água sendo responsável pelas chuvas é a senhora das riquezas e ligada ao ciclo vital da Terra.

Saudações: Ngana Angoroméia kiambote, Kiuá! (salve a bela senhora do arco-íris). Angoroméia lê! (arco íris ontem e hoje!).
Elemento: Água, Céu e Terra.
Cores dos fios: Hongolo - Amarela raiada de preto / Angoroméia - Verde raiada de amarelo.
Símbolos: Ebiri, serpente, circulo, brajá de búzios.
Dia da Semana: Terça-feira.

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Cargos (Kijingu) no Candomblé Angola.

Kijingu (Cargos):

Os cargos no culto afro Bantu são denominados conforme a capacidade e dom de cada iniciado no candomblé Angola, e por idade de Santo para agir na sua função designado:

Hierarquia Kimbundo e Kikongo

1 - Tata - Pai/Sacerdote.
2 - Mametu - Mãe/Sacerdotisa.
3 - Tata Ndenge - Pai pequeno.
4 - Mametu Ndenge - Mãe pequena.
5 - Tata Lubito - Guardião das chaves do Nzo.
6 - Tata Mavambu - Homem confirmado, que cuida da casa de Exu.
7 - Kambondo Nsaba ou Tata Nsaba - Responsável pelas folhas.
8 - Tata Kivonda - Responsável pelas matanças, pelos sacrifícios de animais.
9 - Tata Mulonji - Preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
10 - Mametu Mukamba - Cozinheira da casa que por sua vez de preferência ser uma senhora de idade.
11- Mametu Kusasa - Mãe criadeira.
12 - Kota Manganza............Título alcançado após a obrigação de 7 anos, se torna mais velha.
13 - Tata Nganga - Pai feiticeiro
14 - Kutala - Herdeiro da casa.
15 - Mona Nkisi - Filho ou Filha de Santo.     
16 - Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
17 - Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo (homem).
 
Divisão Sacerdotais no Brasil:

Mametu ria Mukixi......Sacerdotisa no Angola.
Tatetu ria Mukixi......Sacerdote no Angola.
Nganga-a Nkisi.........Sacerdote no Kongo.
Mametu Ndenge..........Mãe pequena no Angola.
Tatetu Ndenge..........Pai pequeno no Angola.
Kambondo......Todos os homens confirmados tocadores de Ngoma.
Kimbanda................Feiticeiro, curandeiro.
Tata Ngunzo............Responsável pelo ngunzo (axé) da casa, segredos dos orôs.
Kisaba.................Responsável pelo colhimento das sagradas folhas Nsabas.
Tata Utala..............Pai do altar.
Kivonda.................Sacrificador de animais (Kongo).
Kambondo Pokó...........Sacrificador de animais mão de faca (Angola).
Kuxika ia Ngombe........Tocador (Congo).
Muxiki..................Tocador ( Angola).
Njimbidi................Cantador (Angola).
Ntodi......................Cantador (Congo).
Kambondo Mabaia.........Responsável pelo barracão.
Makota...............Todas as mulheres não rodantes, que já tenham feito sua feitura obrigação.
Kota....................Todas as mulheres não rodantes, apenas confirmadas.
Kota Mbakisi............Responsável pelas divindades.
Hongolo Matona..........Especialista nas pinturas corporais.
Kota Ambelai............Toma conta e atende aos iniciados.
Kota Kididii............Toma conta de tudo mantém a paz.
Kota Rifula.............Responsável em preparar as comidas e alimentos sagrados.
Kota Mutintá..........Responsável pelo preparado das sagradas tintas.
Mosoioio................As (os) mais antigos.
Muzenza.................Título dado aos iniciados.
Uandumba................Designa a pessoa durante a fase iniciatória.
Ndumbe..................Designa a pessoa não iniciada. 
Tata Xicarangoma.....Título dominado para sacerdote responsável pela liturgia dos Cânticos Sagrados.


O Barracão da Nação Angola recebe dentro do culto o nome Nzo também como Senzala. O termo Nzo é oriundo da linguá Kimbundo no dialeto Umbundo quer dizer Casa ou Terreiro. Divide em varias partes rituais e outras litúrgicas com nomes próprios do culto no Candomblé Angola como veremos a seguir alguns dialetos pronunciados e que são mais conhecidos.

Abraço - Ndandu
Abrir - Kujikula
Abrir os olhos - Jula o mesu
Absoluto - Kinene-nene
Absurdo - Kiavoka
Abundância - Dibutu
Acalmar - Sankalala
Acidente - Kifua
Acompanhar - Kueda-atuadi 
Aconselhar - Kuambela
Acordar - Kubalumuna
Acreditar - Kuikila
Afastar o mal - Kenguluka
Agradecer - Kutondela
Agradecimento - Kisakidilu
Ajoelhar-se - Kubolama
Alegria - Ngala
Amigo - Kamba
Amizade - Ukamba
Arrependimento - Kitololo
Bença - Makóiu
Chorar - Kudila
Chuva forte - Dibanda
Combatente, valente - Mubangí
Confiança - Mbuanza
Consagrar - Sambulua
Coração - Muxima
Deus - Nzambi
Experiência - Ntonta
Que Deus lhe acompanhe - Nzambi ikale ni enhe!
Falsidade - Luvunu
Força - Ngunzu
Guardião - Nlundi
Guerreiro - Mukuolua
Honra - Ukindi
Maldição - Kiloko
Vitória - Kikóue
Viver - Sansuka
Amigo do coração - Kamba ria muxima
Espaço na casa onde se fazem os rituais públicos e danças ritualísticas. - Sambilé
Cumieira - Angomi Duilo
Chão da Casa - Tamburu
Casa de Exu - Nzo Pambu Njila
Poço - Kassimba
Ronkó - Indemburo
Banheiro - Katuji
Casa de Tempo - Nzo Kidembo
Quarto preparado para jogo de búzios - Nzo Muzambú
Casa de assentamentos dos filhos - Nzo Kassubenka
Conjunto de 3 atabaques - Ngoma

Vídeo com mais explicação sobre o Dialeto Bantu: Cargos / Frases / Cumprimentos e muito mais, edição especial.

Tatetu Nzazi - A Ku Menekene Usoba Nzazi (Salve o Rei dos Raios).


Nkisi Tatetu Nzazi (Senhor Pai dos Raios).
 
Seu nome se origina da palavra Nzazi que quer dizer RAIO razão pela qual essa divindade está associada ao fogo bem como intimamente ligada aos trovões, raios e pelas pedras segmentadas formas pelo choque causado pelas descargas elétricas naturais quando tocam o solo. Nzazi é comparado erroneamente por muitos dentro das religiões africanas Bantu.

Quando uma casa é atingida por um raio a família é banida da comunidade, acreditam que tal fato ocorreu devido à erros graves cometidos por aquelas pessoas. Também é atribuído o sentido da justiça de punir severamente os falsos traidores e criminosos muitas vezes até com a morte. Nzazi o mais temido e respeitado de todos os reis, talvez estejamos diante do Nkisi mais cultuado e respeitado no Candomblé Brasileiro.

É portanto o principal tronco do candomblé Angola no Brasil, Nzazi é o rei das pedreiras, senhor dos coriscos e do trovão, pai da justiça é o Nkisi guerreiro bravo e conquistador. Nzazi também é conhecido como o Nkisi mais vaidoso entre os deuses africanos. É o monarca da natureza, Nzazi também é representado pela pedreira é a pedra seja ela qual for, o fogo interior da terra, a lava do vulcão, Nzazi é o próprio vulcão.

Está presente em todos os lugares rochosos e arenosos e também muito ligado ao calor do Sol, o justiceiro da natureza aquele que manda castigar e que também castiga. Nzazi está presente em muitos momentos importantes de nossas vidas como por exemplo: nas decisões judiciais, na voz da prisão, na autoridade do professor, do policial, do juiz, do pai ou da mãe, tio, avô, irmão mais velho ou responsável. Nzazi é a atitude digna a fortaleza a decisão final, filho de Lembá Dilê Nzazi nasceu para reinar para ser monarca para conquistar e solidificar cada vez mais sua condição de Rei.


Uma das lendas mostra bem o senso de justiça de Nzazi é aquela que conta a história feita pelo deus do trovão. Nzazi acompanhado de numeroso exército à frente e com o exército inimigo, seus opositores tinham ordens de não fazer prisioneiros, destruir o inimigo desde o mais simples guerreiro até os ministros. E ao longo da guerra foi exatamente o que aconteceu aqueles que caíam prisioneiros dos exércitos inimigos de Nzazi eram executados sumariamente sem dó nem piedade, sendo os corpos mutilados devolvidos para que Nzazi.

Batalhas foram travadas nas matas nas encostas dos morros nos descampados, Nzazi perdeu muitos homens sofreu grandes derrotas, pois seus inimigos eram impiedosos e bárbaros. Do alto da pedreira Nzazi meditava e elaborava planos para derrotar seu inimigo, quando viu corpos de seus fiéis guerreiros serem jogados ao pé da montanha mutilados com os olhos arrancados e alguns com a cabeça decepada, isto provocou a ira de Nzazi que num movimento rápido e forte chocou seu machado contra pedra provocando faíscas tão fortes que pareciam coriscos. 

E quanto mais forte batia mais os coriscos ganhavam força e atingiam seus inimigos, levantando seu machado em direção ao céu, Nzazi gerou uma seqüência de raios destruindo os chefes inimigos e libertando os guerreiros que logo passaram a servi-lo com lealdade e fidelidade. Assim Nzazi mostrou que a justiça está acima de tudo e que sem ela nenhuma conquista vale a pena e o respeito pelo Rei é mais importantes que o medo. O elemento fundamental de Nzazi é o fogo.

Seus símbolos: O machado de duplo corte, a balança que significa a justiça, xerém uma espécie de chocalho que traz em suas mãos representando o despertar dos rios e dos trovões.
Dia da semana: Quarta-feira, sua cor cultuado no candomblé Angola o vermelho e branco.
A comida ritual mais comum: Amalá o prato principal de Nzazi é feito com quiabo cortado fatiado, cebola ralada, sal, azeite de dendê, pode ser feito de várias maneiras. É oferecido em uma gamela de madeira forrada com massa de acaçá.

Vamos conhecer os Tatas Kambondos e as Ngomas (atabaques).

Pai Mutalengunzo

Ngomas (expressão que significa tambores) 

Ngoma é o tambor típico construído e encontrado em toda a África e nos Nzos de Raízes do candomblé Angola Bantu. Esticando uma pele de animal sobre um cilindro de madeira, o seu uso foi elaborado pelos africanos no Brasil e por todo o Mundo.

No Brasil as Ngomas são usados nas cerimônias do candomblé Angola, elas são de origem africana hoje muito utilizado nos cultos ao Nkisi. Usados como atabaques para suas crenças a Orixás e Voduns, em religiões também de origem africanas. 
Ngomas mantém um caminho e uma ligação entre o homem e o  seu próprio Nkisi. Os toques são como códigos de acesso a chave para o Mundo espiritual de origem africana.
 
As Ngomas são usados em todos os rituais litúrgicos típico das tradições do candomblé Angola e de outros estilos relacionados e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa empregados para convocar os Nkisi. As Ngomas tem outras tradições nos candomblés no Brasil, em outras Nações como na tradição Yorubá são dominadas como Atabaques sendo o maior tem o nome de Rum o segundo tem o nome de Rumpi e o menor tem o nome de Lê.

Os Tata Kambondos tocam as Ngomas com as mãos mostrando a gratidão e apreço, os ensinamentos adequados que adquiriram pelas nossa ancestralidade. É através das mãos desses tocadores que recebemos a chegada das nossas divindades e entidades. Os Ogãs eles tocam os Atabaques com varinhas com o nome de aguidavi em forma de varetas de madeira uma tradição Yorubá.

No candomblé Angola não temos o nome de cada um, chamamos simplesmente de Ngomas, podemos falar Ngoma Hianga. Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente o nosso axé, são usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos Afoxés. Estes são preparados exclusivamente para nossas divindades. Os atabaques têm um alto poder mágico ao ouvir seus sons expressam a consagração espiritual. São os grandes tocadores e conhecidos no candomblé Angola como Tata Kambondo e no Candomblé Ketu como Ogãs.

Título consagrados aos homens que não incorporam, não entram em transe e são os responsáveis por várias funções de alta confiabilidade e uma delas é consagrar o Nkisi. Eles ligam os iniciados ás divindades o profano ao sagrado, as Ngomas representam ao mesmo tempo rei, artesão, guerreiro ou caçador como uma voz múltipla no ritmo vital da alma e reunindo, nos momentos do toque.

Pai Mutalengunzo

No Brasil especialmente nos Nzos dos candomblés Angola verificamos a presença fundamental das Ngomas e dos Tatas Kambondos que são padrinhos do nosso culto africano, ou seja homens que tocam Ngomas sagradas cuja missão é a de chamar as divindades para que seus adeptos entrem em transe. As Ngomas passam por uma série de estágios quando compradas, antes de serem usadas nos Nzos terreiros com: purificação, preparação e conservação feito por um Tata Kambondo do terreiro. 

Essa purificação das Ngomas seria como batiza-las e retirar qualquer impureza que está nelas. São feitos ebós, limpeza de sacudimentos e a preparação para o uso. Precisa descansar três dias deitadas ao chão após a limpeza, levantar ao terceiro dia colocar no lugar designados para uso, e cobrir com um pano cumprido branco simbolizando o respeito e a proteção. Procurar não deixar descoberto Nvumbis / eguns podem penetrar nas Ngomas e se esconder dentro delas. Os cuidados tem um fundamento religioso.

Nas Ngomas pode enfeitar colocando faixas panos com as cores dos Nkisi do sacerdote, no maior um pano com a cor do primeiro Nkisi, na segunda Ngoma um pano na cor do segundo Nkisi o na terceira Ngoma um pano na cor do terceiro Nkisi do sacerdote, assim todos que estarão presente vão saber qual é a hierarquia do Nkisi do sacerdote no Nzo. 

Geralmente as Ngomas estão localizados ao lado do Indemburo quarto onde se iniciam os adeptos iniciantes ou Muzenzas, nenhum visitante pode permanecer neste local.

O som produzido por um Tata Kambondo possui uma qualidade especial já que todos Kambondos representam o caminho a voz que invoca os deuses e deusas (Jinkisi e Minkisi) a saírem do seu Universo para incorporarem nos seus adeptos, por isso são tão respeitados. Muitos acreditam que o som produzido por eles sejam a própria voz das divindades. O Tata Kambondo não se limita apenas a produzir sons, também solicita a proteção do seu Nkisi protetor.

Quando o Nkisi está em terra vai até as Ngomas para reverenciá-los demonstrando o seu apreço aos músicos tocadores, dependendo do Nkisi, o ritmo é acelerado e a festa chega ao auge. Depois o Nkisi agradece aos Tatas Kambondos pelos seus esforços pelo fato que eles terão a missão de trazer os deuses e deusas africanos para o espaço mágico tocando as Ngomas místicas, todos os frequentadores expressam um enorme respeito aos Tatas Kambondos.

Vídeo com explicação sobre Tata / Kambondos e as Ngomas / Atabaques edição especial.