O ILÁ
EXPLICAÇÃO SOBRE O KELÊ
O kelê é a parte fundamental para que uma divindade solte o seu primeiro ilá, será um elo uma aliança entre o filho e a sua divindade. Feito com um cordonê um fio de cordão de algodão, o kelê não pode ser feitos com fio de anzol. O anzol ele não funciona e não pega as energias que precisa ter no ato do ritual, por isso o cordão cordonê ele é usado por segurar forças que serão adicionados junto ao kelê.
O kelê jamais deve ser comprado em lojas, precisa ser feito por um responsável de cargo do terreiro, será feito com cinco linhas de miçangas que correspondem a cor de cada divindade. São colocados Búzios em um espaço com as miçangas e somente será fechado com uma firma entre Búzios e amarrado no dia do Orô Maior (Obrigação).
Após o filho ser recolhido e passar pelos seus sacrifícios de 21 dias de preceitos. Será celebrado uma Kizombá festa da saída do nascimento do Muzenza para se tornar um Mona Nkisi filho de Santo. Até esse momento a divindade não se manifesta com seu ilá, existem também um preceito até o seu momento para poder iniciar o ilá mostrando que ele está presente. Quando o filho realizar os preceitos do kelê, será resguardado por 03 meses com o kelê e terá todos os seus artefatos recebido para sua segurança e proteção do resguardo.
O surgimento e o nascimento do ilá somente acontece e ressurge após o filho cumprir os 03 meses de preceitos com o kelê, antes desse processo a divindade não pode soltar ilá, porquê não foi ainda lhe concebido os fundamentos necessários. O zelador da casa será aquele que vai acompanhar todos os passos do filho, desde o começo da sua jornada espiritual, até seus dias na casa.
O PRIMEIRO ILÁ
A queda do kelê é muito importante mas não há necessidade de Kizomba festa para este ritual. Com uma tesoura que são usado em obrigações o zelador corta o kelê a onde foi amarrado, e neste momento a divindade solta o seu ilá se manifestando que ele está ali para todos e que possamos reverenciar a sua chegada. Caso a divindade não consiga solta o ilá, pode haver problemas e consequências, isso significa que a divindade não aceitou a obrigação e que algo possa ter dado errado no processo do ritual, por isso tem que ter muito cuidado nessa parte, ele é fundamental para que tudo possa sair correto.
O ilá pode variar muito os sons com ruídos de procedências desconhecidas. Cada divindade possui vários ilás diferentes e quando permitido ele vai soltar com a sua melhor forma de se representar.
Vou mostrar uma relação dos ilás de cada divindade mas lembrando que são apenas um sentido simbólico de Orixá e Nkisi.
Exu
Pambu Nkila: Pode ser rosnando ou até uma gargalhada destorcida e grossa.
Ogum
Nkosi: Geralmente um grito de guerra.
Oxóssi
Mutakalambô: O ilá mais comum desta divindade seria o som de um pássaro piando.
Ossain
Katendê: Geralmente é um pássaro piando.
Omolu
Kaviungo: O ilá pode ser um rosnado forte e grosso.
Obaluaê
KongoLuande: Varia muito pode ser um ruído muito grosso, como o som de um rosnado.
Xangô
Nzazi: No geral é um brado grosso como o som de um trovão.
Oyá
Matamba: O mais comum é o famoso heeeeeey ou também pode ser um brado de guerra.
Oxumarê
Hongolo ou Angoroméia: Muito comum seria como o som de uma cobra.
Oxum
Dandalunda: Pode ser o som de um choro bem puxado com uma leve nota musical
ou um grito de guerra.
Logun-Edé
Gongobila: Pode ser o piado de um pássaro com uma leve nota musical.
Nanã
Nzumbarandá: Pode ser o som de água corrente, ou mesmo som do rosnado baixo e sereno.
Yemanjá
Mikaia: Pode ser um grito de guerra ou um leve choro meigo e baixo.
Oxaguian
Nkassuté Lembá: O ilá mais comum seria o som de um pombo. Algumas vezes também vemos um grito de guerra mas não é muito comum.
Oxalufã
Lembá Dilê: O som de um pombo geralmente mais baixo e calmo.
Erê
Wunji: Apenas risadas com som baixo e um bom comportamento.
Vídeo com explicação sobre ILÁ o que é | quando um Orixá e Nkisi podem soltar um ILÁ edição especial.
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