A história da língua Bantu na África, agora em todo Continente


Cultura dos Povos Bantu

O nome Bantu não se refere a uma unidade racial, a sua formação e migração originou uma enorme variedade de cruzamentos. Existem aproximadamente 500 povos Bantu, assim não podemos falar de uma raça Bantu, mas sim de um povo Bantu, isto significa uma comunidade cultural com uma civilização comum e linguagens similares. 

Depois de muitos séculos de movimentações, cruzamentos, guerras e doenças os grupos Bantu mantiveram as raízes da sua origem comum. A palavra Bantu aplica-se a uma civilização que manteve a sua unidade e foi desenvolvida por pessoas de raça negra. O radical NTU para a maioria das línguas Bantu, significa homem, ser humano e BA seria o plural.

Os dialetos Bantu existem centenas, têm uma tal semelhança que só pode ser justificada por uma origem comum. Os povos Bantu além do semelhante nível linguístico, mantiveram uma base de crenças, rituais e costumes muito similares, uma cultura com características idênticas e específicas que os tornam semelhantes e agrupados. 

Fora da sua identidade social são caracterizados por uma tecnologia variada, uma escultura de grande originalidade estilística, uma incrível sabedoria empírica e um discurso forte e interessante com sinais de expressão intelectual. As línguas faladas hoje em Angola, são por ordem de antiguidade: Bochiman, Bantu e Português. 

Estudioso do Bantu diz que o primeiro ponto obtido no domínio da linguística comparada foi a unidade dos povos Bantu. Tendo em conta a história desta unidade, que os primeiros descobridores Portugueses viram que os Angolanos conseguiam comunicar com os povos da costa Moçambicana. 

Os Grupos Bantus

Os Bantu Angolanos estão divididos em 9 grupos: Quicongo, Quimbundo, Luanda-Quioco, Mbundo, Ganguela, Nhaneca-Humbe, Ambó, Herero e Xindonga, que por seu turno estão subdivididos em cerca de 100 subgrupos, tradicionalmente chamadas tribos.

Ao contrário do que muita gente acredita, os Bantus não são um povo, nem sequer são uma etnia. Bantu é um tronco linguístico, ou seja é uma língua que deu origem a diversas outras línguas africanas. Hoje são mais de 400 grupos étnicos que falam línguas Bantas, todos eles ao Sul da linha do Equador.

Essas línguas possuem características comuns, como usar a palavra Bantu (plural) para designar "pessoas", "seres humanos" o singular é Muntu. Mas fora a semelhança na linguagem, os diversos povos não possuem nada em comum: nem religiosidade, nem traços físicos, nem formas de organização social ou política.

Muntu é uma palavra da língua kikongo que significa "pessoa". 

Na filosofia africana, a palavra "ntu" significa "ser" e a partir dela a cultura Bantu deriva quatro categorias de tudo o que se pode conhecer:

"Muntu" é o ser-de-inteligência, ou seja, o ser humano

"Kintu" é o ser-sem-inteligência, ou seja, as coisas

"Hantu" é o ser-localizador, ou seja, lugar-tempo

Dessa forma o estudo Bantu é um dos mais importantes caminhos para se compreender o processo de formação de muitos dos povos africanos. Para se ter uma ideia, hoje em dia em uma grande quantidade de países da África fala-se línguas Bantas: Camarões, Gabão, Congo, República Democrática do Congo, Uganda, Quênia, Tanzânia, Moçambique, Malauí, Zâmbia, Angola, Namíbia, Botsuana, Zimbabwe, Suazilândia, Lesoto, África do Sul. E se formos analisar com mais cuidado, encontraremos também influência do Bantu em toda a América.

Foto de um terreiro de candomblé de angola na Bahia, na década de 1940

O Candomblé Bantu, Candomblé de Congo Angola ou simplesmente Candomblé de Angola é uma das maiores nações do Candomblé. Desenvolveu-se entre os africanos que falavam Quicongo, Umbundo e principalmente Quimbundo. Tudo indica que o Candomblé Bantu foi criado nos meados do século XIX. 

Na história do candomblé Congo Angola temos referência de cinco grandes famílias. Temos a família de Maria Neném, de Gregório Makwende, de Amburaxó, de Mariquinha Lemba e a família Goméia.

A Matriarca Maria Neném a Maria Genoveva do Bonfim, Mametu Tuenda Dia Nzambi nascida no Rio Grande do Sul em 1865, era filha de Santo de Roberto Barros Reis, africano de Cabinda ela assumiu o terreiro Tombenci em 1909.

A matriarca que tira a mão de Nvumbi de Bernadino da Paixão em 1910 e se inicia com Manoel Ciriáco. Bernardino da Paixão foi iniciado por Manoel Nkosi, sacerdote iniciado na África. Foi Manuel Ciríaco que criou o Tumba Junçara e Bernardino da Paixão que fundou o Bate Folha, outras importantes referências de Candomblé Congo Angola no Brasil.

Vídeo com explicação sobre a história da língua Bantu edição especial.

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