Bem vindo ao Blogger - Pai Mutalengunzo - Makóiu no Nzambi dúvidas e explicações espirituais - (11) 951532874 WhatsApp, canal no YouTube: @paimutalengunzo
Estarei falando sobre Otá uma peça totalmente importante em todos os rituais no candomblé. Otá é uma pedra que pode ser marrom clara ou escura, lisa ou rugosa, conforme o caráter específico de cada uma, ela tem á força de liberar toda energia positiva que circulam ao seu redor quando é recebido por sacrifícios, e equilibra toda á força espiritual, Otá é conhecida como á força sagrada.
Otá é uma pedra fetiche criada pela natureza, nasce nos rio de água doce, sua nascente vem desde os tempos antigos bem antes mesmo da nossa criação. Essas pedras são encontradas na beira de rios e nas cachoeiras, sempre banhadas por águas doce. O Otá é o elemento mais importante dentro dos cultos e rituais no candomblé, Otá está em todos os Ibás, assentamentos de qualquer Nkisi - Bantu, Orixá - Yorubá, é no Otá que reside a força, energia de cada divindade.
Otá exite deste o tempo da criação de todas as divindades, por isso ela é considerada uma pedra sagrada, e tem a ligação com todos, e também com axé dos nossos ancestrais.
Como manusear um Otá no terreiro?
Otá pode ser encontrado em rios e cachoeiras, ela é uma pedra mas demorou anos para se tornar uma pedra. Ao retirar da água doce deve colocar em uma vasilha com tampa e colocar água do próprio rio para poder transportar até o terreiro. Chegando ao terreiro ela precisa ter um tempo de descanso no minimo um dia.
Sempre manter guardado em um lugar com uma temperatura ambiente médio bem fresco, com água limpa e pura em vasilhas com tampa. O uso dessas pedras somente para iniciação de montagem de Ibás ou assentamentos, ela servirá para dar inicio com a divindade e o iniciado que herdará por um tempo indeterminado.
Otá precisa sempre ser bem cuidado após sua inauguração no Ibá ou assentamento, precisa manter sempre completo, ou seja não deixar o ibá ficar ceco sempre mante-lo com azeite doce, mel e os restantes que precisa alimentar. O quartilhão nunca pode ficar sem água, caso fique sem água pode causar dores de cabeça há quem o pertence.
Otá ele pode ser utilizado em assentamentos de divindades para todos os Nkisi / Orixás, entidades como, Exús, Pomba Giras, catiços linhagens de Caboclos. Otá seria como uma espécie de coração para qualquer uso da espiritualidade, uma peça fundamental que não pode faltar.
Um fato interessante é quando uma pessoa ela vai escolher um Otá, alguma energia naquele momento pode até chamar são atenção, como uma ligação energética, á pedra pode atrair de uma forma vibratória com aquela pessoa que vai obter.
Otá pedra transparente cristal de quartzo onde usar?
Existem outras pedras como Otá, a pedra transparente de cristal quartzo elas são menores e diferentes dos Otás marrom lisa. Essa pedra ela é transparente com uma cor branca leitoso ela não é apropriado para divindades e entidades.
O uso desta pedra é somente em rituais de bori, sua criação e transformação tem ligação com a paz interior, inferior e traz tranquilidade para quem precisa . Por isso o uso dela é restrito nesse ritual do bori.
Vídeo com mais explicação sobre a Pedra Otá porque é usado no Candomblé edição especial.
Hoje vou falar sobre essas entidades que envolvem a nossa vida pessoal, profissional e espiritual, estão conectados em todas as Nações dos Candomblés e também na Umbanda.
Quem são os Exus?
Exus são entidades que representam a força e a vitalidade, são considerados como escravos, sua existência foi criada pelos rituais afro - brasileiro, uma crença que foi desenvolvida pelo povo do candomblé da nação Angola, após a chegada dos primeiros africanos nos anos de 1594. Uma mistificação também criada e que foi adaptada entre a Umbanda e a Kimbanda. Essa entidade não é como um Exu Orixá (Yorubá) ou Pambu Njila (Bantu), são diferentes em atos ritualísticos. Exus são entidades mais conhecidas e cultuadas no terreiros por adeptos na religião de matriz afro - brasileiro.
Os Exus eles não possuem um corpo material, seriam um ser que apesar de possuir fagulhas ígneas estão ligados no plano astral e no campo cósmico. Os Exus são os espíritos dos mortos que receberam o título de uma legião e agem em conformidade. Tais espíritos que já estiveram presos no plano material (corpo físico), e após um determinado tempo podem adquirir características individuais para incorporação, que segundo às diretrizes dos nossos atos rituais devem ser cultuadas.
A sua comemoração festa anual é no mês de Dezembro os povos das nações dos candomblés fazem o encerramento para agradecer á essas entidades por tudo que fizeram durante o ano. Eles são festeiros, cantam, bebem, fumam, dançam, tem o total respeito entre eles com os adeptos e assistência que participam. Alguns Exus são bravos, outros são alegres, uns são feiticeiros, outros sorridentes. São entidades que receberam também o dom da vidências. Os Exus gostam muito de conversar e podem até dar conselhos para as pessoas que participam em momentos de festividades com consultas.
As características de Exus
Algumas características gerais sempre presentes dentro dos cultos, o Exu representa a força, vitalidade ele é responsável pela aplicação da lei espiritual. Eles demonstram seu poder principalmente em relação aos sacerdotes e aos fiéis já iniciados na espiritualidade. Mesmo que existem diferenças terminológicas e conceituais, essas características básicas estão sempre presentes.
Nos cultos e tradições da Umbanda e Quimbanda utilizam como uma forma de fé o uso das imagens de Exus e Pomba Giras, para suas crenças e seus cultos ritualísticos, nas matrizes dos candomblés não vivenciamos o uso de imagens para a nossa crença, por isso usamos os assentamentos como uma forma de crença, pedidos e de fé.
Exu tem sua vibração própria, isso não significa que existe uma vibração cooperativa ou até mesmo cruzada com outra vibração, existem outras formas de Exus exemplos no candomblé temos: Exu Tranca Rua, Tiriri, Arranca Toco, Sete Encruzilhadas, Exu do lodo, Exu Toquinho, Exu Veludo, Meia Noite, Capa Preta, Exu Rei entre outros. Os Exus tem uma ligação com cada Nkisi, Orixá e Vodun eles contém uma ligação a todos os iniciados e fazem parte da história de cada um. Os traços de personalidade mais comuns associados à eles são: caminhos, disciplina, paciência, energia, proteção, conquista e força.
Assentamentos de Exús
Assentamento significa assentar, acomodar é usado como um descanso para o Exu uma fundação que ajunta as energias e aplicando-as para diversos fins. Quando falamos assentar Exu não quer dizer que o Exu ficará ali sentado, o assentamento é uma forma do Exu receber suas forças, oferendas, sacrifícios, pedidos e ser chamado quando alguém precisar de algo. O Exu não é um espirito que fica preso ao assentamento eles são livres e podem estar em vários lugares ao mesmo tempo.
Como espíritos são chamados por rezas para atender quem os invocou para incorporar com sua necessidade de oferecer suas consultas ou para festejos, os assentamentos ficam sempre em lugares reservados no terreiro, em um quarto apropriado e restrito sempre com velas acesas e não podem ser visto ao público, somente pessoas convidadas podem entrar na casa de Exu.
Eles utilizam o assentamento para poder se locomover, se alimentar e até mesmo deixar suas energias para quem está se beneficiando com suas forças positivas e abrindo caminhos para quem precisa. Os Exus e Pomba Giras dividem o mesmo teto, os assentamentos são colocados juntos no mesmo espaço.
Importante:
Um fato importante que devemos analisar, quando é preparado um assentamento seja de Exu ou Pomba Gira não seria bom usar correntes ou cadeados. As correntes e cadeados servem para prender, trancar e amarrar, não seria viável o uso dessas ferramentas em assentamentos. Os Exus ficariam presos, agitados e não conseguiriam trabalhar e teriam problemas de se manifestar para uma incorporação, podendo causar atritos no terreiro e de quem o pertence.
Como seria feito um assentamento de Exu?
Os assentamentos são feitos de várias formas e com diversos modelos e não seriam iguais. Cada nação correspondente tem suas e habilidades para assentar tanto um Exu como uma Pomba Gira.
Vou citar algumas formas exemplos de uso como o assentar um Exu.
No candomblé usamos a argila para poder moldar, seria uma forma de cabeça simbolizando o Exu aquele que será assentado, á cabeça não pode ser comprada em lojas e sim feito no terreiro com cantigas e fundamentos, e pedindo coisas boas para o filho que irá receber. Podendo até usar búzios para ficar mais atraente e modesto, à medida ou tamanho convém com o tamanho do vaso de barro que será iniciado no ato do processo.
O primeiro passo seria o vaso de barro muitos usam a panela de ferro, mas a panela de ferro é usado para Pomba Giras. O que vai no assentamento argila, cinco tipos de terras, três bichos peçonhentos, água, três tipos de bebidas cachaças, azougue, um pedaço de ouro, cimento, três pinos de trem, três ferraduras, três punhais e outros artefatos para completar o assentamento. Ele precisa estar completo, quanto mais perfeito for melhor será para aquele iniciado que vai receber.
Quando o assentamento estiver já pronto para uso teremos continuidade no processo do ritual, para todo esse ato ritualístico serão feitos rezas, cortes de aves, e o seguimento completo do assentamento até o final. Apenas sacerdotes ou pessoas mais velhos do terreiro podem fazer esses atos. São apenas algumas explicações e exemplos de assentamentos.
Pomba Giras muda todo o processo de assentamento, não são iguais como as dos Exus, eles são totalmente deferentes. Para os assentamentos das Pomba Giras não vai o vaso de barro e sim uma penela de ferro, não usa a cabeça de argila e sim o ferro com tridentes, cada um da sua forma correspondente.
Podemos dizer que teremos tudo e ao mesmos tempo nada, isso depende de como será feito o assentamento. Lidar com as forças ativas dessas entidades é muito perigoso, precisa ter antes de tudo um ótimo conhecimento sobre o que vai fazer e não pode haver nenhum tipo de erro, não pode faltar nada. Exus são bons realizadores de desejos, mas devemos ter cuidado no que pedimos e no que pensamos.
Adjá é um instrumento sagrado para as religiões das matrizes africana, uma espécie de campainha ou sino de metal seria como uma sineta, utilizada pelos sacerdotes nos cultos dos candomblés durante as festas públicas. O seu toque tem a finalidade de chamar as divindades e provocar um transe.
O objeto pode ser de uma, duas, três, quatro até cinco sinetas (bocas), e o cabo é do mesmo material que pode ser de bronze, metal dourado ou prateado. Adjá é um material ancestral confeccionado em latão e aço.
As pessoas que já foram em cultos de Candomblés, certamente observaram o uso do Adjá. Este objeto à primeira vista parece apenas uma simples sineta, mas seu som pode deixar qualquer pessoa em transe quando tocado acima de sua cabeça, o Adjá é usada para invocar, chamar e liderar rituais do início dos trabalhos até o fim.
O Adjá tem à extrema importância para tudo que envolve a nossa espiritualidade não é só durante os cultos, mas também para obrigações, bori, feituras, invocar as divindades, chamar as divindades para qual direção seguir, rezas, além de acompanhar as danças e os toques dos atabaques, desenvolvimento dos iniciantes, ele é utilizado do inicio da festa até o encerramento.
Quem pode usar o Adjá
Nas festas comemorativas é comum vermos nas rodas de candomblés pessoas mais velhas sacerdotes como Zeladores/Zeladoras, Ekédi/Makota tocarem esse instrumento enquanto dançam para as divindades. Pessoas de cargo podem usar mas somente com autorização de um sacerdote. Iniciados que não tem cargos ou obrigação de sete anos não podem usar esse instrumento sagrado.
Pessoas novas que são iniciantes no terreiro que incorporam não possuem o direito de usá-lo se caso tocarem um Adjá sua divindade sendo Nkisi,Orixá ou Vodum entra em transe na hora, somente pessoas de cargo tem autorização para tocar este instrumento sagrado. Por isso devem aguardar o momento certo para o uso do Adjá.
Qual a finalidade do Adjá
Quando comemoramos festa nos terreiros de candomblés as divindades sendo Nkisi,Orixá ou Vodum são guiados pelo som do Adjá durante suas danças, o instrumento serve para manter a vibração das divindades na sala onde estão, o som serve para manter à energia e para que não saia daquele local onde está sendo realizado a festa.
Um sacerdote de cargo ou uma Ekédi/Makota dançam acompanhados com o uso desse instrumento para guiar a divindade durante todo o ritual.
Usamos o Adjá para anunciar o inicio de algum ritual e para chamar atenção das pessoas para algum ato importante. Contudo no candomblé o Adjá passa por um processo de imantação e elaborado a ele energias como uma pequena oferenda com fundamentos adequados e rezas para poder utiliza-lo no terreiro. Não só apenas comprar na loja e usar para os rituais, por isso o Adjá passa por um ritual, passando pelo ritual ele já poderá ser usado no terreiro.
O Adjá pode ser usado em toques de Exús
O Adjá por mais que ele é um instrumento sagrado pode ser usado para qualquer festividade dentro do terreiro, toques, oferendas de Exús, Pomba Giras, oferendas nas matas, festa de caboclo, obrigações e atos ritualísticos.
Esse instrumento somente não pode ser usado em ebós, como ele é uma sineta que tem o som de chamar as divindades, não se usa em ebós porque o ritual de ebós é para despachar ou mandar em bora os eguns e não chama-los para confraternizar o ritual e sim despacha-los.
Adjá sinetas (bocas) qual à finalidade
O Adjá pode ter uma, duas, três, quatro até cinco sinetas (bocas) o uso serve para qualquer divindade e atividade no terreiro, não existem hierarquia de divindades sobre esse instrumento, quanto mais sinetas melhor será o som para as divindades poder ouvir mais alto o som. Adjá de quatro ou cinco sinetas (bocas) estes somente os sacerdotes mais velhos podem ter o uso dentro do terreiro, e mostra a todos que aquele que o usa é um sacerdote mais velho.
Nesta postagem vamos falar o que é um Ibá e Assentamento dentro dos conceitos dos Candomblés do nosso Brasil. Ibás são assentamentos que representam há cada divindade no espaço físico no Mundo.
As Nações dos Candomblés não cultuam imagens para representar suas divindades, o que representa á uma divindade é o Ibá, quando olhamos para um Ibá é como se estivéssemos olhando para a própria divindade.
O assentamento é um fundamento religioso que vem da África, é comum vários povos e etnias como os Povos Bantu (Angola), Yorubás (Ketu), Efon (Jeje), são os principais povos africanos que vieram para o Brasil, e dos quais herdamos suas práticas espiritual africana até os dias de hoje.
Ibás são um conjunto de objetos simbólicos que representam há cada divindade exemplos: Nkisi, Orixás e Voduns, sendo que cada uma tem os seus símbolos, cores modelos específicos e apropriados a cada crença. Acredita-se que o assentamento concentra o axé ou a força espiritual das divindades. Por isso que é usado para cultuá-la e fazer os seus pedidos, trazendo progresso para a vida de quem o possui.
Pessoas iniciados nas religiões da matriz africana somente recebem o assentamento de sua divindade quando são feitas batizadas com as normas de iniciação como a feitura e sua raspagem. Nesse momento o iniciado tem acesso ao seu assentamento que designa sua vida e o Ibá.
Qual significado do Ibá
As divindades são adequadamente representados por símbolos e grafismos próprios de cada um e por extensão por outros elementos como folhas, arvores, favas e contas. Mas o Ibá é a sua representação mais adequada.
O Ibá é uma manifestação de fé, e por isso é um reconhecimento de nossa fé na religião. De acordo com a metafísica nos Candomblés, para tudo que existe na Terra tem um duplo elemento de ligação entre essas duas porções e um instrumento de concentração de energia. É usado para nos ligarmos às divindades, liga o físico à dimensão espiritual e à dimensão da Terra com o Céu.
O objetivo de um Ibá é potencializar a ligação do filho com sua divindade, o Ibá está vinculado diretamente à uma pessoa. Como já foi dito ele não armazena uma divindade, ele é a ponte de ligação direta entre o Céu e a Terra.
Para ressaltar o Ibá não é a divindade (Nkisi,Orixás ou Voduns), o Ibá representa apenas a ligação entre o espaço espiritual. Sua função não é trazer a divindade para a Terra porque as divindades já estão presentes em nossa vida o tempo todo.
As pessoas que tem seus Ibás no quarto de santo vestem seus Ibás e Assentamentos com suas roupas de cada santo como se fossem o próprio santo. Contudo o Ibá são de acesso muito restrito, de uso exclusivamente para o uso ritualístico, não tem visibilidade pública e ficam guardados dos olhos de todos.
Todos os Ibás e Assentamentos não são iguais, cada um tem suas diferenças mas todos carregam um otá, que é a onde a energia da divindade ou entidade se conectam. O Ibá e Assentamento precisa estar de acordo com o seu "respectivo santo" um otá (principal), obi ou orobô, serve para sacrifícios com menga (sangue de obrigações) a água, cinco idés nas cores correspondente para cada divindade, cinco búzios brancos (abertos) e cinco moedas. Somente a pessoa que será dono do seu Ibá poderá mexer ou um Sacerdote responsável, mais ninguém pode o Ibá é um assentamento totalmente sagrado.
Ibás assentamentos para YABÁS
Mas o que é uma Yabá? Tal palavra que significa “Mãe Rainha” dialeto Yorubá, antigamente era usada no continente apenas para se referir a Yemanjá e Oxum. Mas quando chegou ao Brasil o termo se estendeu para todas as divindades femininas, na tradição Bantu chamamos de Mametu serve para qualquer Nkisi do lado feminino.
Esses Ibás são todos de louças como bacia, pratos e a sopeira, a parte de baixo vai um quartilhão de barro. O quartilhão de louça somente é usado as divindades Lembá Dilê, Nkassuté Lembá (Bantu). Para as divindades Matamba, Nzumbarandá e Angoroméia o Ibá não seria de louça e sim todo de barro igual como o quartilhão.
Assentamentos para OBORÓ
Oboró é o termo usado para os Yorubás/Voduns usado no candomblé que é chamado de Pai "Rei" nos continentes para designar uma divindade para o sexo masculino. Na cultura Bantu nossos Nkisi masculino usamos o dialeto e podemos chamar de Tatetu, que significa Pai.
Não usamos o termo Ibá mas sim Assentamento e são diferentes das Yabás. Esse assentamento primeiro vem o ferro simbolizando a cada santo, mas bom ressaltar que cada um tem seus próprios assentamentos exemplos, Kaviungo, KongoLuande são cuscuzeiro uma vasilha redonda de barro, com fundo perfurado, Nzazi seria a gamela de madeira e um pilão grande que vai por baixo, cada assentamento é designando ao seu ritual e há cada divindade assim correspondente.
Nesses assentamentos todos acompanham um otá que é o principal, obi ou orobô, serve para menga (sangue de obrigações) a água, cinco idés, cinco búzios brancos (abertos) e cinco moedas, para completar os assentamentos para todos precisam ter esses itens.
Obs: No Candomblé Angola não citamos Iabás e Oboró como no dialeto Yorubá, na Cultura Bantu no dialeto chamamos apenas de Mametu (Mãe) ou Tatetu (Pai) Nkisi da tradição Bantu Congo.
Cada Ibá e Assentamento é uma representação material e pessoal, simbolizando a captação da energia oriundo da nossa própria natureza, ligado a todas as divindades correspondentes e sempre emanando energias para seus adeptos a crença ao sagrado.
Um assentamento deve ser montado sempre por um Sacerdote como: Tata/Mametu (Angola), Babalorixá/Yalorixá (Ketu) e Doté/Doné (Jeje) que tenham o conhecimento necessário para isso e que saibam como consagrá-los devidamente. Caso contrário será apenas um conjunto de louças sem vida e nenhum valor espiritual.
Os assentamentos de ferro para cada Tatetu Nkisi vão de acordo com suas formas e modelos destinados a cada um, os quartilhões para uso são de barro. Os Ibás podem variar de louça ou de barro, os quartilhões o uso é de barro. Veremos nas descrições abaixo.
Hierarquia dos Assentamentos Tatetu Nkisi Bantu Angola
Pambu Njila: Assentamento Ferro / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
Nkosi:Assentamento Ferro / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
Nkosi Mavambo:Assentamento Ferro / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
Mutakalambô:Assentamento Ferro / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
Katendê:Assentamento Ferro / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
Gongobila:Assentamento Ferro / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
Tempo: Assentamento Ferro / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
Kaviungo: Cuscuzeiro perfurado de barro com ferros pontudos / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
KongoLuande:Cuscuzeiro perfurado de barro com ferros pontudos / Alguidar de barro / Quartilhão de barro
Nzazi: Gamela de madeira parte de cima e de baixo / Pilão tamanho grande
Hongolo: Assentamento Ferro / Alguidar barro / Quartilhão de barro
Nkassuté Lembá: Ibá de louça branco / Quartilhão de louça sem asas
Lembá Dilê: Ibá de louça branco / Quartilhão de louça sem asas
Wunji: Ibá de Barro / Quartilhão de barro
Hierarquia dos Assentamentos Mametu Nkisi Bantu Angola
Matamba: Ibá de barro / Quartilhão de barro com asa
Dandalunda: Ibá de louça / Quartilhão de barro com asa
Angoroméia: Ibá de barro / Quartilhão de barro com asa
Nzumbarandá: Ibá de barro / Quartilhão de barro com asa
Mikaia: Ibá de louça / Quartilhão de barro com asas
Vídeo com explicação sobre Ibás e Assentamentos nos Candomblés edição especial.
Nessa postagem vamos falar sobre um ato muito importante que acontece nas casas de Candomblés, o ressurgimento do ILÁ. Seria como a própria natureza falando, gritando, nos lembrando que o Nkisi é o espírito da natureza. O ILÁ é um sinal de que ele está na terra, e que aquela pessoa que o manifestou não está mais ali e sim uma Divindade digna de adoração.
Para que possamos entender melhor sobre o ILÁ teremos alguns princípios para ser realizado. O filho quando inicia na espiritualidade ele passa por vários graus de aprendizado com a sua devoção e dedicação com seu desenvolvimento espiritual.
O KELÊ
O Kelê é a parte fundamental para que possa acontecer o primeiro ILÁ, será um elo uma aliança entre o filho e o Nkisi. Feito com um cordone um fio de cordão de algodão, nunca pode ser feito com fio de anzol ele não funciona e não pega energia que precisa ter no ato do ritual, por isso o cordão cordone é usado por segurar forças que serão adicionados no Kelê.
Jamais deve ser comprado em lojas, precisa ser feito por um responsável de cargo do Terreiro, será feita com cinco linhas de missangas que correspondem a cor de cada Nkisi. São colocados Búzios em um espaço com as missangas e somente será fechado com uma firma entre Búzios e amarrado no dia do Orô Maior (Obrigação).
Após o filho ser recolhido e passar pelos seus sacrifícios de 21 dias de ronkó. Será celebrado uma Kizombá festa da saída do nascimento do Muzenza para Mona Nkisi filho de Santo. Até esse momento o Nkisi não se manifesta com seu ILÁ, existem também um preceito até o seu momento para poder iniciar o ILÁ mostrando que ele está presente. Quando o filho realizar os preceitos do Kelê, será resguardado por 03 meses com o Kelê e terá todos os seus artefatos recebido para sua segurança e proteção do resguardo.
O surgimento e o nascimento do ILÁ somente acontece e ressurge após o filho cumprir os 03 meses de preceitos com o Kelê, antes desse processo o Nkisi não pode soltar ILÁ, porquê não foi ainda lhe concebido os fundamentos necessários. O Zelador da casa será aquele que vai acompanhar todos os passos do filho, desde o começo da sua jornada espiritual, até seus dias na casa.
O PRIMEIRO ILÁ
A queda do KeLé é muito importante mas não há necessidade de Kizomba festa para este ritual. Com uma tesoura (uso de obrigações) o Zelador corta o Kelê a onde foi amarrado, nesse momento o Nkisi solta o seu primeiro ILÁ se manifestando que ele está ali para todos e que possamos referência a sua chegada. Caso o Nkisi não consiga solta o seu ILÁ, pode haver problemas e consequências, isso significa que o Nkisi não aceitou a obrigação e que algo deu errado no processo do ritual, por isso tem que ter muito cuidado nessa parte ele é fundamental para que tudo possa sair correto.
O ILÁ pode variar muito os sons com ruídos de procedências desconhecidas. Cada Nkisi possui vários ILÁS diferentes e quando permitido ele vai soltar com a sua melhor forma de se representar.
Bolar seria o mesmo que perder a consciência, é quando um Nkisi passa sua energia de radiação com essa pessoa que ainda não está preparada para receber tamanha carga, está pessoa vai cair desfalecida, este fenômeno é chamado de BOLONÃ BOLAR NO SANTO. Na verdade o ato de Bolar é uma declaração pública de que aquele determinado Nkisi deseja a iniciação do seu filho sendo uma forma de chamar a atenção. Mas vale lembrar que quando está bolado no Nkisi isso não quer dizer que a pessoa esteja manifestada ou incorporada, na verdade está adormecida nos sentidos corporais.
Caído ao chão é necessário a presença dos responsáveis sendo, Tatetu, Mametu, Kota ou Makota vão cobrir aquela pessoa que está bolada ao chão com um pano branco, no candomblé Angola chamamos de ALÁ, e ela será carregada no Nzo com cantigas de RITUAL DE BOLONÃ ela será erguida e levantada para todos os quatro cantos do terreiro até a sala criadeira lá ela será mantida. O Zelador ou á Zeladora verá no Jogo de Búzios se ela ficará para iniciar sua obrigação do Orô Maior ou quando for despertada, acordada irá aguardar mais pra frente para se recolher.
As vezes é comum cantar para um determinado Nkisi e a pessoa pode ser uma vítima de tremores e sobressaltos, caindo no chão inconsciente aparentemente desmaiada. Este momento é visto como um apelo ou um pedido de iniciação do Nkisi para uma feitura no candomblé. Isso pode depender do Nkisi juntamente com o Zelador (Tata ou Mametu Ndengue) que irão decidir juntos a um jogo de Búzios se aquele iniciante terá que se inicializar no Nzo como uma Muzenza filho ou filha.
VERDADE QUE A PESSOA QUE BOLAR NO NKISI TEM QUE FAZER SUA FEITURA?
Iniciar na espiritualidade é uma escolha pessoal, o Nkisi manifesta sua vontade de querer uma iniciação, mas não obriga há ninguém iniciar para a espiritualidade no candomblé, quando a pessoa é acordada do estado de sonolência, ela será informada de tudo o que aconteceu, suas decisões serão tomadas para se iniciar ou não.
O Nkisi não exige, e não obriga e nem cobra ninguém para fazer sua iniciação a feitura no candomblé. Essa história de que se bolar tem que sair raspada do barracão e que pode até morrer isso não existe é mito. O Nkisi entende que a pessoa tem que se ajustar com a sua vida tanto familiar como profissional, se erguer, levantar e preparar para sua entrada no Indemburo (ronkó), a iniciação deve ser realizada com total consentimento e concordância do iniciado com alegria, vontade e amor, por renascer á uma nova vida através dos cultos no candomblé e com seu próprio Nkisi.
CONFIRMAR SE É MUZENZA RODANTE, MAKOTA OU TATA KAMBONDO SE INICIAR.
Bolonã hoje em dia e muito pouco utilizado e na maioria das casas de candomblés no Brasil é de suprema importância ter este ritual nos terreiros, também serve para confirmar se o futuro do iniciado será uma Muzenza rodante (filho ou filha) ou uma Kota (Kota apenas confirmada após sua feitura obrigação será chamada de Makota) ou Tata Kambondo serão ministros.
Para cultuar este ritual é marcado uma data comemorativa somente para o BOLONÃ com cantigas dos Nkisi dos futuros iniciados e com uma grande cerimônia, a participação é feita somente para convidados mais próximos e também serão as testemunhas deste evento. Ser uma Muzenza é preciso bolar e cair ao chão como se estivesse desmaiando, ao cair será coberto com um ALÁ (pano branco) isso significa que o rodante terá sua iniciação com sua divindade o seu próprio Nkisi.
Para confirmar os nossos futuros ministros Tata Kambondo e Kota são feitos os mesmos rituais procedimentos como os dos Muzenzas, com rituais e cantigas para os seus Nkisi. Sendo que através de testemunhas serão vistos que não terão incorporação e que não cairão no Bolonã, esses serão confirmados como pessoas de cargos ministros no terreiro até suas obrigações de iniciação, ou podendo se iniciar naquele momento e ser recolhido e mantido nos seus respeitosos 21 dias de sacrifícios.
CONFIRMAR SANTO NKISI PELO BOLONÃ É CORRETO ?
Não é correto confirma Santo no Bolonã, porque quando um filho se inicia na casa já automaticamente o Zelador precisa saber qual é a história que aquele filho tem, que Santo Nkisi pertence e como será seu futuro. O Jogo de Búzios será a melhor forma e a ferramenta ideal para este uso e tem tudo que um bom Zelador precisa saber sobre o Odú (caminho, destino) de cada um. Quando é realizado o Bolonã filhos com poucas idades ou iniciantes rodantes incorporam quando alguém cai desmaiado ao chão, até Nkisi dos mais velhos podem responder a um Bolonã.
O Bolonã é um ritual usado somente para recolhimentos ou seja toda vez que for recolher uma MUZENZA ou TATA KAMBONDO E KOTA precisam do BOLONÃ isto é necessário sem o Bolonã não tem feitura e inicialização com a história do candomblé, é o Bolonã o começo de tudo sobre a vida histórias destas pessoas.
Bolonã nome tradicional no Jeje e Angola, e Rodain no Ketu/Nagô são rituais muito parecidos com uma mesma finalidade e utilizados em ambas Nações.
Vídeo com explicação sobre BOLAR NO SANTO, para iniciar no CANDOMBLÉ edição especial.